O setor como um todo está cada vez mais preocupado em fazer negócios de modo diferente, investindo em projetos que reduzem ou eliminam as emissões de gases nocivos para o planeta
Eneas Zamboni *
A tecnologia vem sendo a chave para criar ferramentas arrojadas (Foto: Shutterstock)
Em meio a procura por práticas cada vez mais sustentáveis em logística, o frete com compensação de carbono vem conquistando empresas de e-commerce e transformando o setor. O tema está ganhando status de prioridade porque a indústria de transporte sabe que precisa se reinventar – afinal, ela é responsável por uma parcela significativa das emissões de carbono em todo o mundo. Nada mais justo que haja um esforço para minimizar esse efeito.
Nesse contexto, a tecnologia vem sendo a chave para criar ferramentas arrojadas, que tragam resultados que atendam às expectativas do novo consumidor – que anda muito mais familiarizado com o tema Sustentabilidade. São essas ferramentas que tornam o processo de venda de fretes com compensação de carbono mais transparente, acessível e eficiente, além de facilitar o cálculo, a transparência e a eficiência do processo.
Inúmeras possibilidades tecnológicas surgiram atualmente com esse objetivo: cálculo de emissões, rastreamento, automação e otimização, monitoramento de desempenho. Há ferramentas, inclusive, que funcionam como plataformas digitais para conectar clientes que desejam adquirir fretes compensados às transportadoras e operadores logísticos. Essas plataformas chegaram para facilitar a seleção, a comparação e contratação de fretes.
Entre as inovações, alguns aplicativos contam com algoritmos avançados capazes de calcular os quilos de carbono que cada pedido consome, de acordo com a origem e o CEP final do cliente. Ou seja, a partir do momento que o cliente realiza a compra, o sistema parametriza esse valor, viabilizando que seja feito o cálculo e a compra de créditos junto a empresas que possuem projetos de compensação, como ajuda na proteção dos animais, reflorestamento e preservação do meio ambiente.
Do lado do cliente, a coisa é mais simples do que parece. O usuário realiza a compra normalmente e paga pelo frete, recebendo logo em seguida o link com informações sobre o tracking do pedido. Depois, ele realiza a emissão do certificado com informações sobre a entrega sustentável, subsidiada pela empresa. As entregas são compensadas por quilômetro: a cada 1 milhão de quilômetros percorridos, há uma economia de cerca de 400 kg de CO2.
Já do lado do cliente, parece algo muito simples, mas não é: por trás do aplicativo, há um sistema mais complexo, que importa o algoritmo automaticamente via API para criar um gatilho para o saldo e, em seguida, fazer comunicação com o cliente.
Considero a compensação de fretes uma das mais importantes inovações nos últimos anos no setor logístico, sobretudo por oferecer uma solução viável e economicamente sustentável para lidar com as emissões de carbono no e-commerce. Ao permitir que os clientes paguem um adicional pelo frete com compensação de carbono, temos um modelo de negócios sustentável que permite o financiamento de projetos de redução ou remoção de emissões.
A compensação de fretes é inovadora por sua abordagem holística e por seu alinhamento com a conscientização ambiental, seu incentivo à redução de emissões, sua viabilidade econômica e sua capacidade de fornecer transparência e rastreabilidade. Tudo isso está impulsionando a mudança no setor de transporte e contribuindo para a construção de um futuro mais sustentável.
Depois de tantos anos atuando em logística, sinto-me orgulhoso por ver acontecer essa transformação tão necessária. O setor como um todo está cada vez mais preocupado em fazer negócios de modo diferente, investindo em projetos que reduzem ou eliminam as emissões de gases nocivos para o planeta. É muito bom observar essa evolução, sabendo que a tecnologia pode muito mais. Com ela, vamos avançar muito mais nas práticas ESG.
*Eneas Zamboni é CEO da UX Group.