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A Logística Lean como fator de redução de custos em tempos de vacas magras

 

Publicado em 27/10/2020

 

Na jornada corporativa, mesmo que a rota esteja planejada não dá mais para seguir o velho GPS de mapas estáticos. É preciso adotar o Waze, que conectado ao que vem acontecendo no mundo, traça a todo momento novos caminhos mais otimizados.

A metáfora nos ajuda a entender que em tempos onde as vacas estão mais magras, como os atuais, é imprescindível pensar fora da caixa ou mesmo jogar a caixa fora e pensar o negócio de uma forma totalmente disruptiva.

Assim, adotar os princípios Lean para a operação logística pode ser uma grande sacada para evitar perdas desnecessárias e maximizar ativos e operações.

A filosofia Lean (lean thinking), empresa enxuta e mentalidade enxuta, nasceu do Sistema Toyota de Produção.

Apesar de esses desperdícios terem sido identificados na produção de automóveis, eles valem para qualquer tipo de negócio.

 

Os sete desperdícios (com algumas alterações minhas)

  1. Superprodução: Nunca produza mais do que o necessário. Na logística, o problema pode ser causado por capacidade excessiva de equipamentos ou de pessoal, como excesso de ativos por mau dimensionamento etc;
  2. Estoque: Estoque é dinheiro parado, seja na compra de materiais ou na produção. Acabe com os estoques ou, pelo menos, reduza-o ao mínimo;
  3. Espera: A espera é um gargalo e acontece quando pessoas e ativos estão aguardando para carga ou descarga, a definição de cargas a separar, a espera para ser atendido na porta do cliente etc, o que pode ocasionar ociosidade humana ou de equipamentos ou dos dois juntos. Traduzindo-se em falta de planejamento e ação;
  4. Retrabalho: Erros de processos manuais, nome do cliente impresso errado no pedido, digitação errada, erro de separação, carregamento e entrega, entre outros. Todo o erro que leva a um retrabalho é desperdício. Fazer uma vez já custa caro, refazer, reentregar ou consertar é muito mais caro e estressante;
  5. Processos mal definidos: Só existe uma perda maior que um processo mal definido, não ter processo algum. Seus processos devem estar claros e operacionalizados. Processo é tudo em uma operação logística;
  6. Transporte: Esse é, sem sombra de dúvidas, um dos maiores motivos de perdas na logística: movimentação desnecessária (levar a carga para passear), ociosidade (veículo com carga menor que sua capacidade), perda de janela de entrega, roteirização mal feita, negociação equivocada, layout mal dimensionado etc;
  7. Má utilização do capital humano: Não utilizar completamente a capacidade das pessoas, trata-las como robôs, não envolvê-las nos processos de melhorias, não dar a correta atribuição ou orientação e trabalho desigual. Cuide bem do time, ele pode elevar ou acabar com os números.

 

Como aplicar no dia a dia? 

Ouça mais quem está na operação: Essas pessoas são os reis da operação. Subestimá-las é bobeira. Vá até elas e ouça o que pensam da operação, gestão, empresa e clientes. Você será surpreendido;

Implante Key Performance Indicators (KPIs): Indicadores chaves de performance poderão nortear as suas decisões. Não se gerencia o que não se mede;

Estabeleça metas: Onde se deseja chegar, qual a meta de semana, mês, ano? Quem não sabe aonde quer ir, qualquer caminho serve, inclusive, o da falência;

Adote ferramentas de melhoria contínua: Melhor, tenha no seu DNA a filosofia e muitas ferramentas: 5S, gestão à vista, ciclo Plan – Do – Check – Act (PDCA), 5w2h, otimização de layout, Just-in-time, trabalho padrão, sincronização do fluxo de produção, espinha de peixe, qualidade na fonte, troca rápida de ferramenta, armazenamento no ponto de uso, produção puxada e Kanban, produção celular e manutenção produtiva total. Enfim, escolha a melhor para seu negócio;

Remunere por variável: O ser humano se movimenta por recompensa. A mente desenvolve gatilhos que motivam a busca por um resultado. Assim, pague o fixo, mas estabeleça um prêmio para aqueles que chegarem à meta (promoção, bônus, participação nos resultados).

 

Tem muita coisa que você pode fazer, apenas não fique sem fazer nada! 

 

Achiles Rodrigues

Por Achiles Rodrigues

Achiles Rodrigues é executivo de marketing de vendas e um nexialista com mais de 20 anos de experiência no mundo corporativo. Logístico de “pai, mãe e parteira”, já atuou nos mais diversos setores e segmentos como gestor de logística, transportes e melhoria contínua. Formado em administração, teologia e pós-graduado em vendas, negociações e resultado de alta performance e logística e Supply Chain. É colunista da revista MundoLogística e fundador dos blogs clubedalogística.com.br e achilesrodrigues.com.br.

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