O que já foi tema de ficção científica e devaneios de sonhadores hollywoodianos tornou-se o centro das atenções em todo o mundo; falar de Metaverso é sinônimo de futuro, inovação e disrupção
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A 5ª Revolução Industrial passará inevitavelmente pelo Metaverso. Ou seria o Metaverso o estopim para a 5ª Revolução Industrial?
Ao final deste artigo, você estará apto a responder a essa pergunta e vai saber também o que é Metaverso, como embarcar nessa revolução e quais serão suas implicações para a vida, negócios, logística e torres de controle.
Aperte os cintos... Ou melhor: ajuste seus óculos de realidade virtual que a jornada vai começar.
O QUE É METAVERSO?
Em linguagem simples, pode ser compreendido como uma mistura de realidade aumentada e vivência em ambientes virtuais. Uma realidade paralela influenciada pelo real, que, de igual modo, influenciará também nossa realidade física em um looping constante.
Obra de ficção? Não exatamente. Trata-se de uma verdadeira evolução das atuais redes sociais, nas quais a mescla de real e virtual será muito mais intensa.
O que já foi tema de ficção científica e devaneios de sonhadores hollywoodianos tornou-se o centro das atenções em todo o mundo desde que “tio Mark”, ou melhor, o Facebook anunciou a mudança do seu nome para Meta (do grego, “além de”). Desde então, falar de Metaverso é sinônimo de futuro, inovação, disrupção etc.
E não é para menos. Uma experiência capaz de responder aos nossos anseios mais ancestrais de viver outras vidas não é pouca coisa. Imagine como é viver na pele de um avatar em uma vida paralela, onde aspectos do mundo virtual “materializam-se” através de óculos especiais em total conexão com a vida real?
Uau! Se segure aí na sua cadeira… estamos falando, por exemplo, de telemetria, permitindo que sensores levem ao Metaverso características da nossa realidade, como temperatura, umidade e vibração.
Não é incrível?!
Nesse admirável mundo novo chamado Metaverso, a partir de nossos avatares, poderemos não só comprar, vender, nos relacionar, viajar, nos divertir, trabalhar, mas, também – e principalmente – fazer amor.
Não acredita? Pois saiba que empresas já estão começando a oferecer serviços de namoro que envolvem realidade virtual com seus avatares que se conheceram dentro dos mundos digitais.
O METAVERSO NÃO É TÃO NOVIDADE ASSIM
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Pois é, caro leitor... o escritor americano Neal Stephenson cunhou o termo no livro Snow Crash. Lá, Stephenson faz um jovem entregador de pizza deixar uma vida comum no mundo real para se transformar em um príncipe guerreiro no Metaverso.
E não foi só os livros que previram o Metaverso. O caminho foi conceituado e “pavimentado” também por filmes e jogos. O longa “Jogador nº. 1”, de Steven Spielberg e lançado em 2018 – sugiro assistir, caso ainda não tenha visto –, conceituou brilhantemente – e até com certo acerto profético – como será o Metaverso.
De outro lado, jogos como Second Life, Roblox, Fortnite e Minecraft, onde jogadores podem criar vidas paralelas em um ambiente virtual, pavimentaram de vez o caminho para esse novo mundo. Os jogos já traziam, lá atrás, conceitos de avatar, moeda e espaço virtual, bem como marketplaces para viabilizar as transações.
Qualquer semelhança com o Metaverso moderno não é mera coincidência.
E é claro que, depois de algumas décadas e com o avanço tecnológico de software, hardwares, simuladores em 3D, redes (internet), moedas (criptos), segurança (Blockchain) e outras novidades, o futuro do Metaverso se mostra muito mais favorável.
MAS E AÍ? JÁ POSSO ENTRAR PARA O METAVERSO?
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Essa é uma pergunta cada vez mais presente e urgente no nosso dia a dia. Em um momento no qual empresas estão comprando terrenos virtuais, marcas estão lançando coleções de roupas exclusivas e até casamentos já acontecem por lá, fica a pergunta: será que eu já não estou atrasado?
Não, não está. Contudo, porém, entretanto, todavia… se você faz parte daquele grupo mais antenado, ansioso, desbravador e já deseja cair pra dentro, terá que começar pelo universo dos games. São eles que por enquanto simulam o Metaverso.
Acesse uma plataforma Roblox, Fortnite ou Minecraft e poderá criar seu avatar para construir um mundo todinho e chama-lo de seu.
No entanto, esse ainda não é o Metaverso unificado prometido pelo tio Zuck. São versões separadas de Metaverso que, no futuro, com certeza serão integradas.
Você pode fazer como algumas empresas (pessoas físicas, também) e escolher um Metaverso para começar a investir em compras de terrenos virtuais, compras de tokens diversos (NFTs), ações de empresas que estão apostando em Metaverso, fundos de investimento e criptomoedas.
Porém, saiba que a popularização definitiva do Metaverso depende ainda de computação quântica (os mapas e programações exigem isso), internet 5 ou 6G, barateamento dos óculos de realidade virtual e pequenas mudanças culturais que virão com facilidade nessa esteira de transformações inevitáveis.
QUAL O IMPACTO NA LOGÍSTICA E COMO AS TORRES DE CONTROLE SE BENEFICIARÃO DESSE AMBIENTE
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Se você chegou até aqui, já entendeu que o Metaverso está a caminho e será um lugar incrível para se relacionar, consumir e fazer negócios.
Pense em um único, gigante, capilarizado e democrático marketplace: ambiente propício para entretenimento, interação, convivência, jogos, compras, publicidades e… o céu é o limite!
Quem será diretamente impactado? O mercado como um todo, é verdade, mas especialmente os meios de pagamento – aquilo que chamamos de experiência dos usuários. O registro de transações que estarão a cargo do Blockchain e, claro, como vetor de tudo, será a logística.
Posso dar um depoimento? Eu já estou em um Metaverso.
Construí um avatar e o concebi o mais próximo possível da realidade. Colete vermelho, tênis combinando com o colete, camiseta branca básica, jeans azul e óculos de sol (+ acessórios que troco conforme contexto).
Sabe o que aconteceu na vida real? Eu comprei colete e tênis, camiseta, calça, toca, óculos, boné e tudo mais capaz de me deixar parecido com meu super avatar.
Veja a imagem abaixo, apenas a título de ilustração.
Foto: Acervo pessoal
Sem piadocas, ok? Sei que é bem brega, mas enfim... voltemos para o texto.
Imagine como será no Metaverso: seu avatar será impactado por marcas e empresas no ambiente virtual. Poderá entrar em uma loja e experimentar um tênis, roupa, acessórios – na cor, modelo e tamanho. Poderá dirigir um carro novo, viver uma experiência, fazer uma viagem e, se gostar, realizar a compra, vestir seu avatar e receber em casa, retirar na loja e ter as mesmas peças no figital (físico + digital).
A logística será parte ainda mais fundamental nesse “novo cenário”.
A LOGÍSTICA LAST MILE SERÁ DIFERENCIAL COMPETITIVO
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O cliente atual, no momento que você lê esse artigo, já é alguém ultraconectado, bem informado, exigente e muito ansioso. Antes de compra, ele compara preços entre concorrentes, consulta reputação em sites de reclamação, verifica a pegada verde e cultural da empresa e principalmente o tempo de entrega.
Estamos diante de clientes que querem qualidade incrível, entrega rápida (em até duas horas, se estiver em grandes centros), frete grátis e um código de rastreio para acompanhar sua compra e contingenciar sua ansiedade.
Nesse sentido, a last mile se tornou marketing – já falei sobre isso. Agora, imagine os clientes em dois ou três anos, quando todos estiverem no Metaverso! A logística – ou melhor, a organização da Supply Chain em todas as suas fases e estratégias – deverá estar extremamente organizada na mesma lógica.
A comoditização de tudo esmagará as margens. Assim, a única forma de ser competitivo e rentável estará a cargo da eficiência e performance operacional.
NA ERA DO METAVERSO AS TORRES DE CONTROLE SERÃO AINDA MAIS FUNDAMENTAIS
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No Metaverso, a interação com os usuários em um ambiente tridimensional possibilitará análises e buscas de melhores alternativas e soluções para as demandas logísticas.
Nesse sentido, embarcadores e transportadoras de forma colaborativa deverão estar engajados, visto que o cliente vai querer acompanhar a empresa separando seu produto, carregando a carga, o veículo no trajeto e a chegada em seu destino, tudo isso em tempo real via óculos de realidade virtual.
Os hubs de inteligência e informação logística que chamamos de torres de controle serão ainda mais tecnológicos, processuais, humanizados e a serviço da experiência dos usuários.
COMO SE PREPARAR PARA ESSA INEVITÁVEL TRANSFORMAÇÃO
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Mentalidade, cultura e comportamento de inovação são o primeiro passo. Em plena era 4.0, 87% das empresas ainda estão encarceradas na bolha 3.0 – com computadores (hardwares e softwares) conectados à internet, mas ainda sem acesso à inteligência artificial, Internet das Coisas, Big Data e tudo que envolve a 4ª Revolução.
E não é por que essas tecnologias são caras e inacessíveis. O motivo real está em líderes com mentalidade 3.0 tomando decisões. Cultura do “sempre fizemos assim e vem dando certo” e comportamento procrastinador que sempre posterga a busca por inovações mínimas.
Como iniciar a transformação hoje para estar cada vez mais perto do inevitável amanhã? Comece a construir o que nossos amigos Sandro Magaldi e José Salibi Neto escreveram no livro “Gestão do Amanhã“: construa um motor 2 que possa substituir o motor 1 ou mesmo criar outro negócio (mais ou menos isso).
Ou seja:
- Comece a colocar sua logística online. Todos os dados de tempos e movimentos em uma tela de consulta rápida e de fácil compartilhamento;
- Busque tecnologia mínima. Mas, mais importante, tecnologia que possa estar integrada ao ecossistema do seu negócio;
- Padronize seus processos. Aplique conceitos ágeis em toda a cadeia;
- Estabeleça a cultura enxuta. Desperdícios devem ser eliminados antes de cortar custos;
- Prepare as pessoas. Traga sangue novo para oxigenar a equipe;
- Comece a trabalhar com fornecedores que tenha tecnologia embarcada nos ativos;
- Quando contratar fornecedores e parceiros, comece a adotar as boas práticas de mercado para tecnologias embarcadas, ESG, custos fixos e variáveis e segurança.
A 5ª Revolução não tarda a chegar. O futuro chegou e ele está e estará cada vez mais no nosso dia a dia. Não espere ficar obsoleto.
Embarque nessa espaçonave chamada Metaverso.
Até a próxima!
Por Achiles Rodrigues
Achiles Rodrigues é executivo de marketing de vendas e um nexialista com mais de 20 anos de experiência no mundo corporativo. Logístico de “pai, mãe e parteira”, já atuou nos mais diversos setores e segmentos como gestor de logística, transportes e melhoria contínua. Formado em administração, teologia e pós-graduado em vendas, negociações e resultado de alta performance e logística e Supply Chain. É colunista da revista MundoLogística e fundador dos blogs clubedalogística.com.br e achilesrodrigues.com.br.
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