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Uma Supply Chain ética vale o custo?

 

Publicado em 02/10/2017

 
Vale a pena investir em uma Supply Chain sustentável? Esta é uma pergunta relevante neste volátil e complexo ambiente de negócios que vivemos. Temos visto muitas empresas brasileiras e globais- de diferentes tamanhos e segmentos de negócio- sendo cada vez mais questionadas, algumas vezes autuadas, até mesmo impedidas de operar em função de suas condutas na gestão da supply chain. 
 
O processo produtivo, a qualificação de fornecedores das matérias primas, o caminho da mercadoria até o cliente final, cada detalhe das condições em que estas atividades são desenvolvidas não pode mais ser negligenciado. Tampouco assuntos como a forma de gerir seus colaboradores, o respeito à diversidade e a igualdade de oportunidades podem continuar apenas no discurso.
 
Um número crescente de consumidores estão interessados não apenas nos produtos acabados em que gastarão seu dinheiro, mas também no impacto humano e ambiental da cadeia de suprimentos que produz esses bens. Por causa disso, as empresas estão se sentindo empurradas para investir em práticas de abastecimento sustentável, especialmente depois de alguns escândalos de repercussão mundial. No caso dos millenials, 9 em cada 10 mudariam de marca por uma outra que demonstre mais ética.
 
As iniciativas de sustentabilidade levam tempo e dinheiro para implementar. É comum o questionamento se vale realmente a pena este esforço, especialmente em empresas com recursos financeiros limitados.
 
Os clientes pagarão mais por bens produzidos eticamente? O custo vale a pena?
 
O Relatório de Sustentabilidade Corporativa Global da Nielsen, publicado em 2016, indica que até 66 por cento dos consumidores estão dispostos a pagar mais por bens que tenham um impacto social e ambiental positivo e cerca de 45 por cento dos clientes são fortemente influenciados na compra de produtos empresas que mostram esse impacto.
 
Quanto mais eles estão dispostos a pagar? Em média, até 25% a mais! Isso mesmo, se o produto custa 100 reais, existe um número cada vez maior de consumidores disposto a pagar 125 reais por uma empresa que respeite meio ambiente e pessoas.
 
Ao investir em uma cadeia de abastecimento ética, as empresas se posicionam para se envolverem com uma base de clientes. Não só esses consumidores conscienciosos estão dispostos a pagar até 25 por cento mais por bens que refletem seus valores, mas muitas vezes, eles estão buscando ativamente empresas sustentáveis e irão divulgar com muito entusiasmo as boas novidades que encontrarem.
 
Enfim, o caminho da supply chain ética e sustentável é bastante amplo- passando desde a governança das áreas de compras com total rastreabilidade dos seus fornecedores, melhores práticas de otimização do planejamento da demanda e  estoques, mapeamento / mitigação de impactos ambientais da logística, valorização da mão de obra, até a otimização dos transportes. 
 
Governança é a palavra em que a LELO sempre acredita, visto que não existe ação pontual, mas uma integração de diferentes processos da supply chain e das suas áreas de apoio. A excelência logística no serviço ao cliente não é mais suficiente- é preciso também garantir a Supply Chain Ética e Sustentável que irá garantir perenidade de resultados.
 
O custo vale a pena, e mais do que isso trata-se de uma questão de sobrevivência para as organizações.
Luís Eduardo Ribeiro

Por Luís Eduardo Ribeiro

É Gerente Regional de Operações da Martin Brower, líder global em soluções logísticas de ponta a ponta para redes de restaurantes. Ao longo da carreira, liderou a supply chain de empresas como DHL, Carrefour, Ponto Frio, bioMérieux etc. Em 2016, planejou e executou a logística de alimentos para as Olimpíadas RIO-2016. Recebeu Moção de Reconhecimento da Assembleia Legislativa do RJ pelos serviços prestados como Administrador de Empresas. Foi eleito Profissional de Logística do Ano pela Revista MundoLogística.

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