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Empreendedorismo em logística: de entregador a empresário

 

Publicado em 23/07/2014

Candiani arriscou, abriu seu próprio negócio e, hoje, destaca-se no mercado logístico

Por Viviane Farias | Redação MundoLogística

Quando iniciou a sua carreira na área de logística, há 18 anos, Alessandro Candiani era apenas um entregador de uma das maiores empresas de distribuição de revistas e jornais. Após dois anos, esta empresa decidiu terceirizar o processo e convidou os seus funcionários para que se tornassem prestadores de serviços e abrissem as suas próprias empresas. No entanto, segundo Candiani, os custos aumentaram e os valores de repasse da entrega continuaram os mesmos. O negócio não estava mais se tornando viável.

Foi então que ele mergulhou a fundo no mercado em busca de mais clientes. “A empresa que eu trabalhava e passei a prestar serviços achou que terceirizando iria crescer muito rápido, para ter um volume maior de entregas a repassar. Ela estava crescendo, mas os custos também.”

Candiani começou a prestar serviços ao concorrente, para conseguir se manter no mercado. No entanto, em um determinado momento, a empresa anterior proibiu que os prestadores de serviços tivessem outros clientes, pois queria exclusividade. “Eu não conseguia dar exclusividade a ela, porque não bancava uma estrutura física e eu já tinha vários clientes. Precisei tomar a decisão de permanecer com as outras empresas e menos com a primeira. Eu estava em uma situação em que precisava conseguir clientes novos e sobreviver ou, então, era melhor fechar a empresa, porque não pagava mais as contas.”

Na época, a empresa, chamada MT Log Brasil, era pequena, com cerca de 100 m². Com a experiência que foi adquirindo, Candiani resolveu não ser mais apenas prestador de serviços e passou a contratar mão de obra, composta por equipe de vendas, para iniciar o contato direto com potenciais clientes, que eram as editoras. “Trabalhávamos minha esposa e eu. Ela tinha graduação em Administração e passou a cuidar da parte administrativa e financeira e eu do operacional e comercial.”

A microempresa de Candiani teve de competir com grandes empresas que atendiam o Brasil todo. No início, fechava negócio com clientes que tinham revistas regionais ou jornais de bairro e encomendas. Aos poucos fui expandindo, chegando a atender a Editora Globo, que trabalhava com empresas menores e regionais. “Isso começou a me dar força. Chegava a cumprir prazos de entregas de revistas de até 12 horas.”

Com mais de dez anos de fundação, a MT Log Brasil mudou três vezes de galpões. Atualmente, está localizada na Lapa de Baixo, em São Paulo, em um galpão de quase 2.000 m². “Quando fomos para a zona Leste, conseguimos fazer a distribuição para a grande São Paulo. Eu fechei com a Globo em mais quatro regiões. Comecei a ir a Santos, onde consegui atender revistas estaduais e obter parceiros para fazer essa distribuição. Hoje, atuamos em âmbito nacional”, destaca Candiani.

A empresa conta com cerca de 50 funcionários e parcerias que envolvem, aproximadamente, 3.000 pessoas indiretamente, que fazem entregas no Brasil inteiro. São mais de 100 clientes, cerca de 1.200 municípios e 70 centros de distribuição (CDs), com um volume de entrega de revistas, catálogos, parte impressa, em geral, e marketing promocional, que passa de 700 mil ao mês. “O atendimento é um dos pontos fortes, pois minha carga não é visada para roubo. Além disso, como já fui entregador, sei as dificuldades pelas quais esse trabalhador passa, por isso precisa ganhar um valor bastante razoável, para que a entrega seja benfeita. Se não remunerar bem o entregador, que é a ponta final do processo, ele tratará a encomenda de qualquer jeito.”

A MT Log Brasil criou um sistema, no qual consta um protocolo de entrega, que é uma etiqueta adesiva. Quando o entregador leva o produto e a pessoa não está no local, é colada a etiqueta em um local visível, preta e branca, onde está escrito “estivemos aqui, o telefone e o produto a ser entregue”. “Com esse sistema, diminuímos as ligações com reclamações. As pessoas não entram em contato mais com o meu cliente, mas com a minha empresa, que tem todas as informações da entrega”, acentua Candiani.

O empresário tem a perspectiva de crescimento, para este ano, de 20%. “Daqui em diante, esperamos aumentar o nosso volume de distribuição e expandir cada vez mais a abrangência e o faturamento.”

 

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