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Entrevista com o CEO da Otimis, Hélcio Fernando Lenz, sobre tecnologias, desafios e tendências do mercado logístico para os próximos anos

 

Publicado em 16/03/2016

Os novos desafios da logística e as tecnologias e tendências para superá-los
Com uma tecnologia de gestão mais avançada, os processos se tornam mais controlados e claros, com a efetividade mais garantida na distribuição dos produtos

Há mais de 10 anos, a Otimis Supply Chain Intelligence vem atuando com o foco em soluções de software para a área de logística e Supply Chain. O plano de negócios da empresa, desde o início, foi trazer para o Brasil as melhores soluções mundiais, com estrutura e acordos de aliança, que permitam revender, dar suporte e fazer melhorias nessas soluções, atendendo aos clientes brasileiros com uma solução global e um serviço local.

Ao longo dessa década de trabalho, a Otimis conquistou diversos clientes, e as operações que atende, atualmente, estão entre as mais complexas da região brasileira. Além disso, internacionalmente, a empresa implantou soluções de informática tanto na América Latina, quanto na América do Norte, Oriente Médio e África.

Para falar sobre as novas tecnologias e as tendências logísticas, o omnichannel e sua relação com o crescimento das vendas, a otimização de processos, entre outros assuntos, a MundoLogística entrevistou o CEO da Otimis, Hélcio Fernando Lenz. 

MUNDOLOGÍSTICA: Quais são as novas tecnologias e tendências do mercado logístico para os próximos anos?
HÉLCIO FERNANDO LENZ: Com relação aos desafios para os nossos clientes, que são as empresas de varejo, por exemplo, temos observado muito a questão da multicanalidade como sendo um desafio novo, que está demandando tecnologia. A Otimis está lançando, este ano, no Brasil, o Retail Advantage, que é uma solução omnichannel, para que se possa superar esses desafios. Já sob o ponto de vista da excelência operacional dentro das operações de distribuição, a empresa está trabalhando fortemente com soluções de labor management, task interleaving e voice picking.

Qual a importância de as empresas investirem nessas tecnologias, para que haja mais qualidade e rapidez na entrega dos produtos?
Com uma tecnologia de gestão mais avançada, a empresa começa a ter procedimentos mais controlados e claros, com uma efetividade mais garantida em seus processos de distribuição. Mesmo em um momento econômico como o que estamos passando, mas que não há o apagão de mão de obra, que o Brasil viveu há alguns anos, ainda assim existe uma grande operação de distribuição, que depende de mão de obra muito intensa. Portanto, as soluções que vendemos gerenciam melhor a mão de obra que é aplicada ao processo e, aumentando a produtividade, elas também diminuem um pouco a necessidade de mão de obra, em termos de quantidade.

Como o senhor analisa, hoje, a atuação das empresas de logística e quais as ações que ainda precisam ser aprimoradas?
Tem ocorrido um amadurecimento bastante grande nas empresas de logística, no Brasil. Houve uma primeira fase de investimentos mais tímidos em tecnologia, na década passada, e de uns três anos para cá, estamos em uma segunda fase, na qual se busca tecnologias mais sofisticadas, que têm mais esse apelo e característica de classe mundial. Parece-me que, em um primeiro momento, a internacionalização de conceitos foi feita de uma forma até amadorística e, agora, com esses conceitos bem internacionalizados, as empresas estão buscando sofisticação e avanço. Percebemos isso por meio do nosso próprio crescimento, que tem sido bastante acentuado.

Como o omnichannel pode ser um diferencial para as empresas, visando ao crescimento das vendas?
A satisfação dos clientes das empresas, que fizerem uma gestão realmente benfeita dos seus vários canais de contato com o cliente, tende a aumentar bastante. Hoje, nós vemos ainda, no Brasil, empresas que não permitem comprar pela internet e devolver na loja, que operam com preços diferenciados ou que não permitem comprar pela internet e retirar o produto em uma loja, tratando esses canais como sendo distintos entre si. Porém, para nós, consumidores, é uma loja apenas. Então, gerir esses diversos canais de maneira mais sofisticada e avançada faz a satisfação e a fidelidade do cliente aumentarem.

A Otimis começou a trabalhar, agora, com o software Retail Advantage, que ajuda os varejistas na otimização dos processos e a atender à demanda dos consumidores multicanais. Conte-nos sobre o que é essa solução e suas funcionalidades?
Para uma empresa implementar uma boa gestão de multicanalidade, um dos desafios é que a loja física passe a ter processos que até então não tinham, que têm ‘cara’ de logística. Por exemplo, se a loja permitir comprar pela internet, mas retirar o produto em uma loja física, essa loja precisará ter um processo de picking, para deixar esse produto pronto para ser retirado em um guichê de entrega. Então, esses processos dentro da loja precisarão de um inventário melhor, com acuracidade, para garantir que o produto esteja na hora e momento corretos. Esses são processos que, até então, as lojas físicas não executavam e são exemplos de processos novos, que esse desafio da multicanalidade proporcionou. O Retail justamente permite que as lojas implementem, de forma eficiente e bem controlada, os processos de Supply Chain, para poderem atender aos clientes de maneira transparente, independentemente do canal que está usando.

Qual a flexibilidade que o Retail proporciona?
É bastante flexível e moldável às características dos clientes. Nós podemos, por exemplo, importar nesse software o cronograma da loja, para que um vendedor possa ser, ao mesmo tempo, o vendedor e aquele que pega os pedidos, atendendo aos clientes que compraram pela internet, conseguindo fazer o inventário rotativo e os processos de reabastecimento do backroom, a partir do qual se abastece a loja, gerenciando esse abastecimento e proporcionando uma visão mais integrada do estoque, tanto nos centros de distribuição, quanto nas lojas.

A tecnologia por voz também é uma ferramenta que vem evoluindo, ao longo dos anos. Quais os diferenciais e benefícios que essa tecnologia proporciona para aumentar a produtividade dos centros de distribuição?
Um grande diferencial, além do aumento de produtividade, que dependendo do caso é mais de 30%, é a facilidade de treinamento dos usuários. Quando observamos um problema típico de um centro de distribuição, que é a rotatividade de pessoas, com essa tecnologia, é possível treinar um funcionário novo em questão de horas e não dias, como era antigamente. Com a solução de voz que revendemos, em questão de horas, as pessoas estão treinadas e prontas para trabalhar, tornando o aumento de produtividade bastante grande. Essa solução, além de gerenciar as tarefas operacionais, traz vários indicadores de relatórios gerenciais embutidos, o que permite uma visibilidade melhor da operação.

Como o Vocollect Voice facilita esse processo?
Em uma operação, a interface tradicional seria uma pessoa com uma folha de papel na mão, olhando o que precisa fazer e executando sua atividade, mas precisando carregar uma prancheta, para poder conferir o endereço e se é o produto correto, o que toma bastante tempo e é bem suscetível a erro. Depois, isso evoluiu um pouco para os coletores de dados, que embora sejam um pouco mais rápidos e garantam mais acuracidade, também têm a característica de manter a mão do trabalhador ocupada e demanda tempo, porque ele tem de olhar na tela para fazer o processo. Com o sistema por voz, a interação com o operador é muito mais natural, pois ele está efetivamente conversando, ouvindo as instruções e respondendo para o sistema sobre o seu avanço nas tarefas, com as mãos totalmente livres, uma vez que o equipamento fica preso no cinto e se ouve por um fone de ouvido. Então, o operador está com as duas mãos livres para trabalhar e manusear os materiais, e também com os olhos livres, pois não precisa ficar olhando em uma tela ou um pedaço de papel. Isso permite que ele seja muito mais produtivo, com ganhos de mais de 30% de produtividade.

Para que a cadeia de suprimentos seja realmente eficiente, quais as mudanças e inovações precisam ser empreendidas?
A fase que estamos, em termos de gestão da cadeia de suprimentos, no Brasil, é de buscar cada vez mais a integração entre os nós da cadeia. Muitas empresas ainda operam com uma cultura de não divulgar informações aos seus parceiros de negócio e perdem a oportunidade de melhorar a gestão da cadeia como um todo. Quando pensamos que as cadeias competem entre si, hoje, não mais as empresas, uma cadeia mais eficiente do que a outra acaba ganhando o cliente. As empresas precisam ter a sua operação bem gerida, de forma com que as informações sobre, por exemplo, o seu estoque e o lead time de distribuição sejam corretas e acuradas. Uma vez que ela tenha essas informações acuradas, precisa começar a compartilhar essas informações com os seus fornecedores e clientes, de forma a otimizar a cadeia como um todo. Integração é a palavra-chave e pressupõe informação correta.

 

Informações:
Site: www.otimis.com.br
Telefone: (47) 3036-7800

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