
Diante da safra agrícola recorde de 2024/25, projetada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 322,4 milhões de toneladas de grãos, o Governo Federal está estruturando uma força-tarefa para prevenir problemas nas rodovias, ferrovias e portos. O intuito é evitar desdobramentos que comprometam o escoamento da produção e pressionar os preços dos alimentos.
Para a Folha de S. Paulo, o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, declarou que a ação envolve uma articulação conjunta com os ministérios da Agricultura e Portos e Aeroportos. A força-tarefa também inclui órgãos como Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
“O custo de operação e o tempo entre o produtor e o local de venda têm efeito direto nos preços. Se uma rodovia estiver em pior estado de conservação, o custo para entregar a mercadoria no mercado será muito maior”, explicou Santoro.
Segundo a publicação, esse modelo já foi adotado no passado e consiste em medidas de curto prazo, como gestão de filas e manutenção emergencial em rodovias. No médio e longo prazo, a força-tarefa está relacionada a investimentos de 60 obras estruturantes do “corredor do agro”. Nos portos, a aposta é em controle do fluxo de caminhões e agendamento de cargas buscam evitar filas e aumentar a eficiência.
DÉFICIT NA ARMAZENAGEM
A armazenagem também é um obstáculo. Atualmente, o Brasil tem capacidade de armazenar 222,3 milhões de toneladas — apenas 69% da produção esperada.
“Essa falta de armazenamento cria picos logísticos, especialmente na época de colheita, quando todos demandam caminhões ao mesmo tempo. Os fretes disparam, as rodovias ficam sobrecarregadas e os custos aumentam”, apontou Matheus Alberto Cônsoli, cofundador da Markestrat.
O cenário, que envolve descompassos históricos, medidas para conter o déficit e perspectivas futuras, foi descrito de forma detalhada em reportagem exclusiva da MundoLogística. Leia aqui.
Fonte: Folha de S. Paulo