Especialistas relacionam preço do frete no agronegócio a investimento em infraestrutura
Publicado em 12/08/2022
Luciano Machado, sócio da MMF Projetos e André Jacinto, diretor da Lincros, afirmam que os novos investimentos vão influenciar diretamente no bom preço do frete nos próximos anos
Por Redação
Foto: Shutterstock
Com novas concessões de rodovias, aeroportos, portos e ferrovias, a recuperação do setor de infraestrutura está avançando e, com isso, o escoamento do agronegócio acaba sendo beneficiado. Segundo um estudo anual da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), projetos ligados aos setores de transportes e logística devem receber cerca de R$124 bilhões até 2026, o que influencia positivamente no preço do frete para pequenos e médios produtores do campo.
Segundo um estudo deste ano do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), a menor demanda externa e a cautela dos compradores domésticos, devido ao elevado frete rodoviário, estão pressionando até mesmo as cotações do complexo soja e seus derivados no país, que recuou 2,5% na média das regiões acompanhadas pelo Cepea.
Para Luciano Machado, sócio da MMF Projetos, os novos investimentos no setor vão influenciar diretamente nas concessões de rodovias nas cidades do interior
“A recuperação/duplicação das estradas vicinais, que estão previstas para acontecer em praticamente todo interior de São Paulo, iniciando ainda em 2022, vão gerar impacto positivo no frete e no modal rodoviário, além de levar desenvolvimento para muitas regiões mais afastadas do grande centro. É de suma importância, também pensar na ampliação do modal ferroviário que pode ser um grande diferencial quando se pensa em desenvolvimento das regiões, geração de emprego e recuperação econômica.” – Luciano Machado.
O estudo do Cepea revela ainda que, o óleo de soja voltou a ser negociado abaixo dos R$ 8 mil por tonelada, reflexo da menor demanda do setor industrial. A região de São Paulo, por exemplo (com 12% de ICMS incluso), registrou queda de 1,2% entre 29 de julho e 5 de agosto, indo para R$ 7.774,08 por tonelada no dia 5 de agosto.
Para André Jacinto, diretor da Lincros, empresa especializada em soluções para gestão logística, algumas técnicas de otimização do percurso podem ser uma alternativa.
“Uma operação que possui 200 caminhões e faz entregas em todo o território brasileiro, pode economizar, em média 97 mil reais por mês com combustível em 1 mês de distribuição. Com as melhorias nas malhas rodoviárias, a tendência é de, cada vez mais, projetos mais estruturados e, consequentemente, uma economia maior ao bolso de todas as partes, inclusive do consumidor final.” – André Jacinto.
Ainda de acordo com o estudo da Abdib, a expectativa de investimentos no setor de infraestrutura entre 2022 e 2026 é de R$35,8 bilhões.