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Palestras abordam o futuro da logística no último dia de evento

Publicado em 10/09/2020

Questões sobre o futuro da logística foram respondidas pelos palestrantes e painelistas no último dia do Logística do Futuro

 

No seu segundo e último dia, o evento Logística do Futuro destacou as iniciativas que deverão construir o futuro do setor logístico, com destaque para as três palestras principais, conduzidas por keynotes speakers que representaram o conhecimento global do mercado.
Stephen Tanenbaum, managing director and head of industrial/logistics da GTIS Partners, abriu o evento abordando as mudanças trazidas pela pandemia nos ativos imobiliários e a realidade pós-Covid no abastecimento urbano. Ele mencionou a tendência dos Centros Urbanos de Distribuição e como os Estados Unidos têm se adaptado ao transformar antigos galpões em modernos centros, divididos por várias empresas, que usam suas redes de lojas nas operações de pick-up, logística reversa e distribuição. Tanenbaum também falou da migração das operações B2B para B2C, demandando novas estratégias no last mile e abrindo brecha para parceiras que garantam uma logística urbana rápida e eficaz, com grande possibilidade para o mercado de real state.

“Assim como as características sustentáveis mostram-se obrigatórias nos galpões, temos a necessidade de adequação dos espaços e gerenciamento no recebimento e expedição, considerando as diferenças de porte entre os veículos que chegam e saem, já que na saída a tendência, no last mile, é de veículos menores, carros e até bicicletas.”


Ainda no contexto de distribuição, em especial no e-commerce, seguiu a segunda palestra do dia, conduzida por Darly Bendo, diretor da NXTP, que chamou a atenção para a deficiência competitiva brasileira e dos países vizinhos.


“A América Latina ainda tem um alto custo de distribuição em comparação com os Estados Unidos. No Brasil, o tempo médio de entrega no comércio eletrônico é de 10 dias, enquanto nos EUA é de dois dias. Há muitas questões, entre elas a infraestrutura e a logística, que devem melhorar”.


Sobre o omnichannel, tendência já explorada no país, Bendo analisou que o canal é uma grande oportunidade de conversão entre os varejistas e que, certamente, o futuro exigirá essa convergência entre o on-line e off-line.


“Devemos propiciar valor às nossas operações, e não preço”.


Mas dados os cenários, quais as formas possíveis de superar e avançar após esse momento de crise? Charles Brewer, COO da Canada Post, exemplificando pela logística do e-commerce, destaca que se deve manter as operações de forma rápida e continua, mas sem de modo seguro para as pessoas. 


“Devemos nos planejar para esse novo normal. Pensar como serão as mudanças, ter foco em outros modelos de planejamento e tecnologias. Perguntem-se: Com quais produtos devemos e queremos operar no futuro? Em que volume? Teremos capacidade para atender a demanda?”


Incrementar melhores sistemas que deem suporte a retomada, assim definiu o palestrante que encerrou o evento Logística do Futuro.

Certo é que inovações estão por vir, exemplo disso é o próprio evento que com a pandemia precisou se reinventar e encontrar na tecnologia a possibilidade de acontecer.
Para o futuro ficam os questionamentos. 
Um, em especial, foi respondido!


Quais temas serão discutidos no futuro da logística?

Dentre tantas perguntas, uma em comum foi feita aos participantes dos painéis: O que discutiremos no próximo ano (no próximo evento) no que se refere à logística?

O questionamento traz mais do que previsões para o futuro, revela alguns planos e melhorias pretendidas. Itens que, certamente, darão novos rumos ao mercado logístico e que serão comuns aos debates. Confira alguns!

 

“Avanços em algumas pernas das operações, reduzindo tempos de entregas ao consumidor final, como o uso de armários inteligentes. Também uma maior expansão de rotas e cidades com aprovação para uso de drones” - Fernando Martins, gerente de Inovação Logística & Engajamento Drivers do iFood.

 

“Vejo menos soluções disruptivas e mais busca por melhores experiências ao cliente. Não nos satisfaremos com entregas em cinco dias em locais mais longínquos. A ideia é fidelizar o cliente do e-commerce pela boa experimentação” - Luiz Vergueiro, diretor de Operações de Logística do Mercado Livre.

 

“Teremos a mudança das empresas acostumadas a abastecer lojas se voltando às entregas diretas ao consumidor, o que mudará também a relação de demanda tecnológica. Isso tudo aliado ao aumento do uso de lockers” - Frederico Hohagen, CEO da Maplink.

 

“Falaremos de ações colaborativas como forma de evitar desperdícios e das ações resultantes do aprendizado com a pandemia, lições individuais e governamentais que vieram para facilitar os processos” - Aline Salles Kolesnik, head de Soluções em Logística e Novos Negócios da VTEX.

 

“O consumo consciente e responsável! Como manteremos as iniciativas criadas para atender a esta pandemia e que geraram excessos, por exemplo, de embalagens e de consumo. Devemos nos perguntar se tudo isso é necessário, sustentável e se é viável de ser mantido” - Roberto Matsuda, fundador da Fruta Imperfeita.

 

“As exigências dos pequenos empresários que deverão aumentar diante sua experiência de compra como pessoa física. O B2B vai passar a exigir previsibilidade, rastreabilidade e análise de estoque nas suas operações comerciais” - Filipe Barros, supply chain da e-UB Unilever Brasil.

 

“Crescimentos de modais mais limpos de entrega, utilizando-se de bicicletas e veículos menores ou elétricos. Vejo um avanço pautado na consciência sustentável” - Thiago Cordeiro, CEO da Goodstorage.


“A busca por melhores maneiras de compartilhar informação com o cliente final. As empresas devem discutir sobre como dar mais visibilidade ao processo” - Gustavo Montes, commercial manager da Descartes.

 

“A logística reversa, um mercado de R$11 bilhões a ser explorado e que deverá ser mais cobrado com as políticas públicas que colocarão em risco as licenças de operação” - Rodrigo Oliveira, CEO da Green Minning.