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Abesata alerta sobre pressão por redução de custos na infraestrutura aeroportuária brasileira

Em comunicado, entidade ressaltou que a atitude ameaça os investimentos no setor, como equipamentos mais modernos e sustentáveis e capacitação de mão de obra

Publicado em 09/01/2025 — por Redação
Abesata alerta sobre pressão por redução de custos na infraestrutura aeroportuária brasileira
Imagem ilustrativa (Foto: Shutterstock)

A abertura de dois processos de licitação para contratação de empresas de serviços em solo em todo Brasil no apagar das luzes de 2024 colocou a aviação brasileira em situação de alerta. A avaliação é da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares do Transporte Aéreo (Abesata).

De acordo com a associação, empresas aéreas e aeroportos fazem pressão para redução de custos dos serviços auxiliares do transporte aéreo (manuseio de carga aérea e bagagem, movimentação de aeronaves no solo, transporte e atendimento a passageiros, limpeza e desinfecção interna de aeronaves e outras medidas).

Em comunicado, a Abesata ressaltou que a atitude ameaça os investimentos no setor, como equipamentos mais modernos e sustentáveis e capacitação de mão de obra.

Na segunda quinzena de 2024, duas empresas aéreas abriram processos de licitação (RFP – Request For Proposal) para contratar novas empresas de ground handling em todo país, dando menos de 15 dias para a formalização das novas propostas. Pior que isso, contratos com outras empresas estavam em vigor em todo país.

Segundo dados recentes da ANAC, Banco Central, Petrobrás e ABEAR, as despesas com ground handling, comissaria, limpeza, entre outros compõem 3% do custo total de uma operação aérea no Brasil. Para a associação, é “ilógico buscar economia pífia no custo total ao tempo em que se utiliza o achatamento exagerado em setor tão essencial para o transporte aéreo”.

De acordo com o presidente da Abesata, Ricardo Aparecido Miguel, a abertura de processos de contratação com empresas com contrato em vigor mostrou a fragilidade da relação entre empresas aéreas e aeroportos, em relação aos prestadores de serviços especializados em solo.

Para o executivo, isso precariza a aviação porque impede que as empresas de ground handling possam fazer investimentos em treinamento de mão de obra e em equipamentos. Segundo ele, a frota de handling hoje ainda é majoritariamente movida a combustíveis fósseis e sempre necessita de renovação ou manutenção contínua.

“Esta flagrante pressão por custos coloca em risco a segurança operacional, especialmente em plena alta temporada”, explicou. Na avaliação de Miguel, a aviação brasileira não pode estar sujeita à pressão das companhias aéreas ou até mesmo dos aeroportos por suas metas financeiras ou acordos feitos para garantir a rentabilidade do negócio.

“Em um momento em que estamos trabalhando para conseguir garantir para que as empresas de serviços em solo possam investir a médio prazo em tratores e rebocadores movidos a eletricidade, capacitar a mão de obra em programas de treinamento em linha com o que é oferecido em todo mundo, esta notícia soa com um balde água fria”, afirmou o presidente da Abesata. “Precisamos que os órgãos reguladores estejam atentos a isso, pois uma cadeia como a aeronáutica é composta de elos, basta um fragilizado para o sistema colapsar”, ressaltou.