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Enfrentando os riscos de corrupção: controles e transparência na logística

Analisamos em mais detalhes os impactos da corrupção na cadeia de suprimentos, como os processos de governança corporativa, compliance, controles e transparência na logística são fundamentais no enfrentamento desse cenário

As pautas da governança corporativa e dos processos de compliance tem avançado no ambiente de negócios brasileiro e global. Muito desse contexto, por sua vez, se motiva diante da busca pelo enfrentamento de práticas de corrupção que alcançam também a logística.

Das fraudes em compras e licitações aos desvios corporativos no relacionamento com fornecedores, estamos falando de uma realidade que põe em risco não só a credibilidade de empresas, mas também sua sustentabilidade financeira e potencial de atração de investimentos, sobretudo diante do avanço da agenda ESG que tem pautado muitos fundos no mercado de capitais.

Levando em conta esse cenário, analisamos em mais detalhes os impactos da corrupção na cadeia de suprimentos, como os processos de governança corporativa e compliance são fundamentais no enfrentamento desse cenário e alguns exemplos de práticas que podem auxiliar sua empresa a prevenir atos corruptos em uma operação de Supply Chain.

OS IMPACTOS DA CORRUPÇÃO NA LOGÍSTICA

Para termos mais clareza sobre os impactos negativos da corrupção na logística, um estudo do Pacto Global da ONU que analisou os efeitos de desvios na cadeia de abastecimento alertou que o custo destas práticas corruptas equivale a mais de 5% do PIB global (aproximadamente US$ 2,6 biliões de dólares).

A análise indica ainda que, anualmente, mais de US$ 1 bilhão de dólares são pagos em subornos todos os anos no setor logístico ao redor do mundo, fato que demonstra o efeito lesivo da corrupção na cadeia de suprimentos, gerando ainda efeitos, como:

  • Perda de sustentabilidade financeira e competitividade nas empresas, haja vista que os gargalos perdidos com práticas corruptas poderiam ser investidos em inovação, fortalecimento de diferenciais e capital humano nas operações logísticas;

  • Perda de atratividade para um ecossistema de investimentos cada vez mais pautado por princípios de governança e ESG;

  • Multas, punições administrativas e restritivas a partir do endurecimento global de legislações que coíbem práticas de corrupção. No Brasil, a Lei Nº 12.846/13 (Lei Anticorrupção) trouxe muitos avanços nesse sentido, incluindo a aplicação de multas de até 20% do faturamento bruto da empresa para negócios corruptos.

A IMPORTÂNCIA DA GOVERNANÇA E DO COMPLIANCE NA LOGÍSTICA

O lado positivo dessa discussão envolve o fato de que, justamente em busca de trazer mais transparência, segurança e o devido combate a desvios corporativos, organizações de diversos segmentos tem implementado estruturas sólidas de governança e políticas de compliance para se manter em linha com regulamentos que normatizam as relações de mercado na economia contemporânea, além de normas específicas de áreas de um negócio.

Na América Latina, por exemplo, os investimentos em compliance aumentaram 97% em 2023, alcançando US$ 15 bilhões no período, segundo relatório da Lexis Nexis Risk Solutions. E esse movimento traz retornos diretos: para cada 10% de investimentos em ESG, as empresas ampliam, em média, 1% de seus lucros, de acordo com levantamento da Infosys.

ESTRATÉGIAS

Levando em conta a segunda edição da cartilha "Combatendo a Corrupção na Cadeia de Suprimentos”, também produzida pelo Pacto Global das Nações Unidas, resumimos abaixo algumas estratégias que podem contribuir na prevenção de práticas corruptas e desvios corporativos na área logística:

Gestão de riscos e due diligence

Segundo o estudo, é fundamental, antes mesmo de firmar uma parceria com um fornecedor, por exemplo, que se avaliem os riscos daquela relação a partir de uma ampla investigação prévia e análise de dados sobre a conduta do parceiro com governos e outras empresas.  

Política anticorrupção

Esta análise, por sua vez, deve ser conduzida a partir de princípios claros de governança e uma política pré-estabelecida anticorrupção que oriente todas as relações internas e externas da empresa, se aplicando – inclusive e sobretudo – as lideranças, board de executivos e principais stakeholders/investidores.

Gestão de fornecedores

Na gestão de fornecedores, deve-se contar com diretrizes também transparentes sobre propinas, práticas corruptas e canais de denúncia para o seu devido combate, de modo que tais práticas sejam coibidas desde o início em prol do fortalecimento da cultura e da imagem corporativa da área logística.

Monitoramento e aplicação de controles em compras e licitações

Finalmente, todas as ações e políticas devem ser monitoradas continuamente, com controles específicos nos processos de compra, licitações e precauções contratuais em todo o relacionamento com clientes, governos e outras empresas. É importante, por fim, que haja um suporte jurídico nessa jornada de combate a corrupção na logística.

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