LogFut 24 - Banner Home LogFut 24 - Banner Home

Segurança na logística é base para operações mais eficientes

A dimensão de segurança na área logística pode ser analisada a partir de diferentes perspectivas

A dimensão de segurança na área logística pode ser analisada a partir de diferentes perspectivas: das políticas internas para a proteção da integridade física de colaboradores dentro de uma operação e de seus respectivos processos (como o picking, separação de mercadorias, controle de máquinas e organização de mercadorias em caminhões) as ações voltadas para a redução de acidentes e melhoria da qualidade de trabalho de caminhoneiros e motoristas profissionais.

No presente artigo, trazemos um olhar para essas questões, explorando ainda algumas dicas e tendências que podem auxiliar as empresas no desenvolvimento de projetos voltados a gestão de pessoas em transportadoras e centros de distribuição – temática esta que, aliás, se alinha ao pilar social da agenda ESG.

SEGURANÇA NOS CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO

Primeiramente, é importante observar que centros de distribuição e operações logísticas contam com uma série de normas técnicas e regulações que visam garantir a segurança de trabalhadores – tanto daqueles que operam internamente em um CD, quanto de motoristas em trânsito nas estradas brasileiras.

Dentro desse contexto, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) possui algumas instruções normativas que se aplicam, especificamente, ao âmbito logístico, como no caso da NBR 15.524/2007 (que traz orientações específicas para a implementação e uso de sistemas de armazenagem e paletes seletivos) ou da NBR 6.120/2017 (que orienta as empresas acerca do cálculo para a estruturação/edificação dos sistemas de armazenagem e os respectivos impactos sobre sua vida útil).

Ainda em relação aos centros de distribuição é válido frisar que, conforme previsto na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), em caso da ocorrência de um acidente de trabalho na operação, é obrigatório que haja a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) em até 1 dia útil após o laudo médico.

LEI DO CAMINHONEIRO E REDUÇÃO DE ACIDENTES NAS ESTRADAS

No universo das estradas, além das exigências do Código Brasileiro de Trânsito e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) – que regulam o transporte de cargas no Brasil – há leis que visam trazer mais qualidade de vida e segurança para o dia a dia, por si só, desafiador, dos caminhoneiros do país.

A principal delas é a Lei do Caminhoneiro (Lei 13.103/15), que representou um importante marco para as relações trabalhistas entre empresas, operadores logísticos e motoristas profissionais atuantes em território nacional.

Com atualizações recentes, a lei prevê, dentre outros pontos:

  • Que dentro de um período de 24 horas, o caminhoneiro precisa de um intervalo mínimo de descanso de 11 horas e ele não deve coincidir com a parada obrigatória do motorista;

  • A folga semanal do caminhoneiro, por sua vez, precisa ser de no mínimo 24 horas em trajetos com prazos superiores a 7 dias;

  • O tempo de espera nos fretes, hoje, é considerado tempo de trabalho;

  • Não é possível dividir a jornada com outro motorista para descansar com o veículo em movimento – todo descanso deve ser feito com o caminhão estacionado.

Além da qualidade no trabalho, tais pontos são cruciais para o aumento da segurança e a redução de acidentes nas estradas do país. Um levantamento da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), por exemplo, indica que aproximadamente 40% de todos os acidentes de trânsito são causados devido ao sono e fadiga dos motoristas, o que coloca o cansaço como a terceira principal razão de incidentes nas estradas (atrás apenas do excesso de velocidade e do uso de álcool).

Nessa mesma linha, a Fundação Nacional do Sono (Fundasono) apontou que 46% dos motoristas de estradas federais sofrem com a falta de sono e que 20% dos entrevistados na pesquisa já foram vítimas de algum acidente por essa razão.

ESTRATÉGIAS PARA OTIMIZAR A QUALIDADE NO TRABALHO

Levando em conta uma perspectiva holística que traga tanto maior eficiência quanto uma maior qualidade, segurança e otimização das experiências de trabalho em transportadoras e centros de distribuição, logo abaixo, separamos algumas dicas que podem ser aplicadas na gestão de suas equipes e operações:

  • Acompanhe tendências como o Designing for Wellness: acompanhar novas metodologias de gestão é uma demanda significativa para as lideranças do mercado logístico contemporâneo.

Um exemplo interessante nesse sentido é o “designing for wellness” (projetado para o bem-estar, em tradução livre) que, em linhas gerais, leva em conta os desafios inerentes aos centros de distribuição (como a distância dos CDs de comércios/serviços; acesso limitado a transporte público; trabalhos repetitivos em ambientes fechados) e foca na construção de ambientes que melhoram essas condições, com atenção para a iluminação, qualidade do ar, oferta de espaços de lazer e serviços no próprio CD.

  • Invista em treinamentos de modo contínuo e com suporte da tecnologia: além de potencializar as habilidades dos colaboradores, uma agenda forte de treinamentos pode aumentar a segurança na cadeia logística.

Nesse processo, considere o uso de plataformas de e-learning e ferramentas interativas para tornar o treinamento mais acessível e engajador.

  • Fortaleça uma cultura orientada a dados com indicadores de gestão de pessoas e segurança: o uso de dados é fundamental para aumentar a segurança nas empresas logísticas e pode ser impulsionado por sistemas de telemetria e tecnologias que acompanham, por exemplo, fatores ligados a condução de risco por parte dos motoristas;

  • Estruture políticas de compliance e governança que alcancem a esfera das relações de trabalho: quando falamos em governança, ela deve abarcar também o cumprimento de normas relacionadas à gestão do trabalho, incluindo aquelas que se aplicam de modo mais específico à logística.

Tais pontos são básicos quando pensamos nos passos iniciais para a construção de cultura de segurança logística pautada pela valorização dos colaboradores e de seu bem-estar, podendo gerar frutos positivos que incluem desde a redução do turnover até uma maior eficiência operacional diante de um contexto de equipes mais motivadas. Você, enquanto gestor, está preparado para trilhar esta jornada?

Exclusivo e Inteligente

Mantenha-se atualizado em Logística e Supply Chain

Saiba mais

 

Veja também:

Publicidade

 

 

GLP
Multilog
nstech cast / logística decifrada