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Um panorama da logística reversa no Brasil

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A logística reversa é um conceito que se tornou fundamental para a gestão de cadeias de suprimentos na atualidade. Enquanto a logística tradicional foca na movimentação eficiente de produtos do fabricante para o consumidor final, a logística reversa trata do fluxo inverso, ou seja, do retorno de produtos, embalagens e materiais pós-consumo para o ciclo produtivo.

Esse processo visa reduzir os impactos ambientais, promover a sustentabilidade e maximizar o aproveitamento de recursos diminuindo os custos de produção.

No Brasil, a logística reversa ganhou destaque a partir da promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010. Esta legislação estabeleceu diretrizes para o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos, incluindo a responsabilidade compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores e consumidores na destinação correta dos produtos ao final de sua vida útil.

E, dentro desse processo de maior atenção para a logística reversa, o Brasil avançou algumas casas no fator de sustentabilidade: em estudo de 2023, a Associação Recicla Latas apontou números que destacam o fato de que o país gerou um retorno de R$ 6 bilhões com a reciclagem de latas de alumínio.

OS PRINCIPAIS DESAFIOS DA LOGÍSTICA REVERSA

Apesar dos avanços legislativos e das iniciativas de conscientização, a implementação efetiva da logística reversa no Brasil ainda enfrenta diversos desafios. Um dos principais obstáculos é a falta de infraestrutura adequada para coleta, transporte e reciclagem dos materiais pós-consumo.

Muitas regiões do país ainda carecem de sistemas eficientes de gestão de resíduos e pontos de coleta, o que dificulta a logística reversa em larga escala.

Além disso, questões logísticas, como a dificuldade de rastreamento e identificação dos produtos retornados, bem como a necessidade de integração entre diferentes elos da cadeia de suprimentos, representam desafios adicionais.

Ademais, a falta de conscientização por parte dos consumidores e a resistência de algumas empresas em adotar práticas sustentáveis também contribuem para a complexidade da logística reversa no Brasil. Esse ponto é fundamental quando pensamos na adoção de uma mentalidade ESG (governança ambiental, social e corporativa, em tradução livre) na logística.

Nesse sentido, o estudo Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2022, elaborado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), apontou que apenas 4% dos resíduos são reaproveitados ou reciclados no Brasil.

Já a nível global, quando o assunto é plástico, principal poluente de rios e mares, um estudo da Center for Climate Integrity indicou que apenas 9% do plástico produzido é reciclado.

O PAPEL DA TECNOLOGIA NA LOGÍSTICA REVERSA

Apesar de lidar com variados desafios, a logística reversa tem se beneficiado de novas tecnologias para expandir seu alcance e otimizar seus processos:

  • Sistemas de identificação por radiofrequência (RFID) permitem o acompanhamento individualizado dos produtos em todo o ciclo da cadeia reversa, desde a coleta até a reciclagem ou reutilização.
  • Inteligência artificial (IA) algoritmos inteligentes otimizam a triagem e classificação dos materiais, automatizando tarefas repetitivas e aumentando a precisão do processo.
  • Blockchain garante a rastreabilidade e a transparência das transações, combatendo fraudes e promovendo a confiança dos consumidores e stakeholders.
  • Algoritmos de otimização de rotas reduzem custos de transporte e aumentam a eficiência da coleta e reciclagem, definindo as melhores rotas para os veículos.
  • Monitoramento em tempo real permite o acompanhamento das operações em tempo real, identificando gargalos e oportunidades de melhoria.
  • Automação de tarefas robôs e softwares automatizam tarefas repetitivas, reduzindo custos com mão de obra e aumentando a produtividade.

Além disso, a integração de plataformas digitais e aplicativos móveis tem proporcionado maior transparência e engajamento dos consumidores na devolução de produtos. Programas de incentivo, como descontos na compra de novos produtos em troca da devolução de itens usados, têm se mostrado eficazes em estimular a participação dos consumidores na logística reversa.

ESTRATÉGIAS DE OTIMIZAÇÃO 

Para superar os desafios e aproveitar as oportunidades oferecidas pela logística reversa, é fundamental adotar estratégias eficientes de gestão.

Uma abordagem integrada entre os diferentes atores da cadeia de suprimentos é essencial para garantir o sucesso da logística reversa. Isso inclui a colaboração entre fabricantes, distribuidores, varejistas, prestadores de serviços logísticos e órgãos governamentais.

Além disso, investimentos em infraestrutura, como a criação de centros de triagem e reciclagem, e a melhoria dos sistemas de coleta e transporte, são fundamentais para viabilizar a logística reversa em larga escala.

Nesse sentido, promover a educação e conscientização dos consumidores também é um fator crucial para incentivar hábitos de consumo responsável e a devolução adequada de produtos após o uso.

No Brasil, apesar dos desafios enfrentados, há um crescente reconhecimento da importância da logística reversa e um aumento do investimento em soluções e estratégias de gestão para otimizar esse processo.

Em suma, a logística reversa desempenha um papel essencial na promoção da sustentabilidade e na redução do impacto ambiental das atividades humanas. Assim, com o engajamento de todos os stakeholders e o uso inteligente das novas tecnologias, é possível superar desafios e construir um sistema de logística reversa eficiente e sustentável que gere frutos para uma cultura ESG nos processos logísticos das empresas.

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