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Abril teve a maior queda na oferta de fretes: 43%

Publicado em 25/06/2020

Relatório da Fretebras demostra redução, puxada pela pandemia, de 12% de janeiro a abril

 

Apesar da incrível alta nas entregas do e-commerce, que agitaram o setor logístico, a pandemia teve consideráveis impactos negativos no setor. No primeiro quadrimestre do ano, foi registrada uma queda na oferta de fretes de 12%, na comparação com os últimos quatro meses de 2019. Se comparados os meses de março e abril de 2020, o último registrou queda de 43%. Os dados são do levantamento inédito feito pela FreteBras, maior plataforma on-line de transporte de cargas da América do Sul, divulgado hoje, dia 24. Vale lembrar que março é o mês que o Covid-19 despontou no Brasil.


Queda na oferta de fretes não atingiu a agropecuária

Segundo o levantamento, os fretes para o setor agropecuário não foram afetados, pelo contrário, registraram aumento de 10% na comparação com o ano passado.

 

“A soja e o milho, que tiveram safras recordes, foram os principais responsáveis por essa alta.” - Bruno Hacad, Diretor de Operações da FreteBras.

 

Industrializados puxaram queda na oferta de fretes

Na contramão de produtos de primeira necessidade, o estudo indicou que as ofertas de fretes de produtos industrializados caíram 20% ao comparar o último quadrimestre de 2019 com o primeiro quadrimestre de 2020. Papel e celulose e máquinas e equipamentos foram os grandes responsáveis por essa redução, refletindo a queda na demanda por bens de produção.


“Vemos que essa diminuição da produção e demanda ocasionou a redução de cargas.”

 


Preço dos fretes caem timidamente

O relatório também aborda o preço médio dos fretes e aponta que o impacto foi de apenas 3,3% nesse início de ano, no comparativo entre o último quadrimestre de 2019 e o primeiro de 2020.
Puxando a fila de fretes com preço médio mais elevados estão produtos do agronegócio, como batata, arroz e feijão, e produtos alimentícios industrializados. Levando em conta o tipo de veículo, rodotrem, bitrem e carreta LS apresentam as ofertas com preços mais elevados.


Para driblar queda na oferta de fretes caminhoneiros buscam on-line

O levantamento registrou ainda um crescimento de 47% no número de caminhoneiros utilizando meios digitais para busca de fretes no primeiro quadrimestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. Além disso, o estudo constatou um aumento de caminhoneiros buscando ativamente por cargas; quase 50% a mais no mesmo período.

Na virada do ano, a comparação dos números do primeiro quadrimestre de 2020 com os do último quadrimestre de 2019 registrou uma elevação na base de caminhoneiros utilizando meios digitais da ordem de 12%. A carroceria Baú Frigorífico foi o que registrou maior crescimento, com 17%, seguido pelo Baú, com 13% e pelo Sider, com 10%.


Construção civil ocupa principais rotas

Com relação às principais rotas dos fretes publicados, Arcos (MG) / Guaíra (PR) liderou o crescimento com 424% em uma comparação dos primeiros quadrimestres de 2019 e 2020. O segmento de construção foi o responsável por esse crescimento, principalmente por conta das ofertas de fretes de cimento. Já a rota que registrou pior desempenho, com uma queda de 9%, foi Curitiba (PR) / Rio de Janeiro (RJ), resultado de uma retração considerável em produtos siderúrgicos e papel e celulose.

 

Flexibilização já traz reflexos positivos

Hacad pondera que é possível perceber uma retomada na oferta de fretes em maio e junho, tendo em vista que alguns estados iniciaram a flexibilização do isolamento e o consumo aumentou.

 

“É interessante perceber que os caminhoneiros passaram por uma transformação digital nesse período de escassez de cargas e estão acessando cada vez mais nossa plataforma para buscar por fretes. De janeiro a maio tivemos um crescimento de 118% em comparação ao mesmo período do ano passado. Registramos 80 mil novos motoristas no período, alcançado a marca de 400 mil inscritos na plataforma.