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Acidentes são principal fator de prejuízo com frotas

Publicado em 07/10/2014

Custos relacionados a acidentes de trânsito totalizaram R$ 21 bilhões em 2012, cifra 12 vezes superior aos prejuízos causados pelo roubo de carga no Brasil, que ficou em R$ 1,7 bilhão no período. Nesse valor, estão englobadas as despesas médicas e de afastamento de pessoal, retirada temporária de circulação do veículo e seu conserto, bem como o prejuízo com as mercadorias transportadas.

“Em um país onde 60% das cargas são transportadas no modal rodoviário, os acidentes trazem perdas para as pessoas envolvidas na ocorrência, para a transportadora, seus clientes e para o País como um todo, que vê sua competitividade cair”, afirma Ricardo Albregard, presidente da Associação de Gestão de Despesas de Veículos (AGEV), que reúne empresas responsáveis por 95% desse mercado. 

“Quando analisamos a questão pelo aspecto humano, a situação é igualmente grave: o número de mortos em acidentes de trânsito, no País, cresceu 38,3%, no período de 2002 a 2012, de acordo com dados do Mapa da Violência 2014. Mesmo considerando o aumento populacional no período, o percentual de crescimento ainda impressiona: 24,5%”,  destaca Raphael Rodrigues, diretor da Associação. Nas rodovias federais, foram 4.230 óbitos em 2012 – um a quase cada duas horas.  O total de acidentes envolvendo ônibus e caminhões foi de 71.004, segundo o Atlas da Acidentalidade Volvo.

Apesar das precárias condições das estradas brasileiras, falhas humanas ainda são a principal causa dos acidentes envolvendo transporte de cargas. Segundo estudo da corretora de seguros MDS, feito com base em 1.550 sinistros ocorridos entre novembro de 2012 e outubro de 2013, 67% dos eventos estão relacionados de alguma maneira a falhas humanas e de processos. Nestes, cerca de 56% dos prejuízos foram originados por conta de tombamento, capotagem e colisão, devido a fatores como a velocidade incompatível com o trecho, somada à fadiga do motorista, desrespeito às leis de trânsito ou às normas de segurança, distração, imperícia na manobra, falta de qualificação profissional, defeito mecânico e uso de medicamentos. A MDS considerou incidentes em operações logísticas que tiveram acidentes durante o trajeto, operação de carga e descarga, transbordo e permanência em entrepostos.   

“O fator humano também está entre as principais causas de gastos com manutenção e depreciação das frotas. Até 62% dos custos operacionais podem ser influenciados pelo mau uso dos veículos da frota. Entre os principais erros cometidos pelos motoristas estão dirigir com o pé esquerdo apoiado na embreagem, descansar a mão em cima da alavanca do câmbio, ficar parado com o motor ligado e manter o motor em faixa de rotação inadequada. Por isso, cada vez mais a gestão de despesas com frotas integra os profissionais da área, em treinamentos presenciais e remotos e com sistemas de monitoramento remoto, que permitem identificar e corrigir hábitos de direção equivocados”, explica Albregard.