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DHL projeta crescimento de 2% a 3% no frete marítimo em 2024

Publicado em 17/01/2024

No Brasil, a balança comercial por via marítima apresentou o expressivo crescimento de 41,9% em 2023, conforme dados levantados pela Associação de Terminais Portuários Privados (ATP)

Por Camila Lucio, com informações de Assessoria de Imprensa


Balança comercial por via marítima apresentou o expressivo crescimento de 41,9% em 2023 (Foto: Freepik)

Apesar dos desafios geopolíticos e de demanda, a DHL Global Forwarding aposta em crescimento de 2% a 3% no frete marítimo em 2024. Dados foram apresentados pela companhia nas últimas tendências da indústria por meio dos líderes regionais de transporte marítimo.

Mesmo com as interrupções de passagem no Canal do Panamá devido à seca, os executivos da DHL Global Forwarding mantêm o otimismo em relação ao desenvolvimento de negócios na região das Américas, atribuindo-o à resiliência e adaptabilidade demonstradas nos últimos anos.

A crescente atenção dos clientes à sustentabilidade e as projeções positivas do PIB para as principais economias da América do Norte reforçam ainda mais a perspectiva positiva da empresa para a região.

Segundo a companhia, até o momento, a situação no Canal do Panamá não impactou significativamente os fluxos de comércio na região. Porém, a redução de passagens diárias pelo canal de 32 para 18, até fevereiro, tem o potencial de restringir o transporte de carga.

CRESCIMENTO DA BALANÇA COMERCIAL POR VIA MARÍTIMA

Conforme dados levantados pela Associação de Terminais Portuários Privados (ATP) a partir de informações do sistema de estatísticas do Ministério da Fazenda, a balança comercial por via marítima apresentou o expressivo crescimento de 41,9% em 2023, ao atingir a marca de US$ 119,1 bilhões em valor FOB (“Free On Board”, frete em que o comprador assume todos os riscos e custos com o transporte da mercadoria) na comparação com o ano anterior.

Segundo a associação, o incremento no comércio marítimo nacional é fruto do aumento de 1,9% nas exportações, que totalizaram US$ 300,4 bilhões no ano passado, aliado a uma queda de 14% nas importações.

Na análise do presidente da ATP, Murillo Barbosa, os terminais portuários brasileiros foram impulsionados por mercadorias consideradas estratégicas para o setor de logística, como açúcar (+43,4% em valor FOB), sementes, frutos oleaginosos como a soja, além do minério que atingiu a marca de US$ 34,6 bilhões em exportações, representando um crescimento de 7,2%.

“No caso do minério brasileiro, os Terminais de Uso Privado se destacaram, sendo responsáveis por 86,1% da movimentação dessa mercadoria. O Porto Sudeste do Brasil foi o grande destaque de 2023, registrando um aumento de mais de 50% em suas operações com minério de ferro”, destacou Barbosa.

Sobre as importações, o executivo atribui a redução, em grande parte, à diminuição na quantidade e preço médio dos combustíveis minerais, registrando uma redução de 22% no preço médio. Além disso, os fertilizantes também desempenharam um papel relevante, com um aumento de 7,4% na quantidade importada, porém, uma queda expressiva de mais de 40% em seu valor médio, retornando aos patamares anteriores ao conflito entre Ucrânia e Rússia.

Para Barbosa, as perspectivas para os próximos anos são promissoras, desde que os investimentos no setor sigam em rota de crescimento. “O notável aumento do comércio marítimo brasileiro, em 2023, evidencia a pujança dos terminais portuários brasileiros. O expressivo desempenho da balança comercial por via marítima sinaliza um panorama promissor para o comércio exterior brasileiro. Os investimentos em infraestrutura portuária são fundamentais para manter essa trajetória ascendente nos anos subsequentes”, disse.

IMPACTO DA CRISE NO ORIENTE MÉDIO NA LOGÍSTICA BRASILEIRA

Apesar do cenário positivo projetado pela DHL, uma análise recente publicada pelo Valor Econômico trouxe um alerta sobre o impacto dos conflitos no Oriente Médio na logística brasileira, causando alta no preço dos fretes, atraso de navios e falta de contêineres.

De acordo com a publicação, a expectativa é que os principais efeitos comecem a ser percebidos a partir de fevereiro no Brasil.