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Embraport se prepara para operar até março

Publicado em 01/08/2012

A construção do terminal da Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport), na margem esquerda do porto de Santos, caminha para o fim do primeiro ciclo. Até dezembro, a instalação multiuso estará com a estrutura mínima necessária para começar a operar - serão 350 metros de cais, 50 mil metros² de retroárea e capacidade para movimentar até 700 mil Teus (contêineres de 20 pés). Quando totalmente implantando, o empreendimento terá a maior capacidade combinada do Brasil para contêineres e líquidos.

O início das operações de carga, porém, só ocorrerá no primeiro trimestre de 2013, prazo necessário para serem feitos os testes dos equipamentos e obtenção da licença de operação, informa o novo presidente da empresa, Ernst Schulze, em entrevista exclusiva ao Valor.

O executivo, de origem holandesa, foi indicado pelo grupo DP World, sócio da Odebrecht TransPort e do grupo Coimex na companhia. Sediada em Dubai, nos Emirados Árabes, a DP World é uma das maiores operadoras mundiais de terminais de contêineres. São 60 unidades em funcionamento no mundo e outras 11 em construção, entre as quais a do complexo santista.

O terminal em Santos é o primeiro ativo da Embraport. "Nosso maior objetivo, agora, é estruturá-lo", afirmou Schulze ao responder sobre a possibilidade de a empresa desenvolver projetos em outras regiões.

A Embraport entrará em operação ao mesmo tempo que o BTP, outro terminal em construção em Santos. Juntos, dobrarão a capacidade do porto para contêineres, hoje limitada em cerca de 3,1 milhões de Teus por ano - quase sem folga para o volume realizado em 2011, que bateu em 3 milhões de unidades.

A estrutura com que a Embraport encerrará o ano constitui a primeira etapa da primeira fase do empreendimento. A construção do terminal está dividida em duas etapas. Pelo cronograma, a primeira delas termina em outubro de 2013, quando a instalação terá potencial de movimentar 1,2 milhão de Teus e 2 bilhões de litros de líquidos. A segunda fase ampliará a capacidade de contêineres para 2 milhões de Teus, mas ainda sem data prevista para começar. "Ao longo de 2013 vamos analisar e tomar a decisão. Imagino que levaremos de dois a três anos até iniciá-la", comenta Schulze.

O investimento total do empreendimento é de R$ 2,3 bilhões, sendo R$ 1,8 bilhão para a primeira fase. Desse total, R$ 1,4 bilhão é financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com 45% e 55%, respectivamente.