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Índice de roubo de cargas no Brasil registra aumento pela primeira vez desde 2017

Publicado em 18/04/2022

Segundo pesquisa nacional realizada pela NTC&Logística, o número de ocorrências em 2021 teve aumento de 1,7% em relação ao ano anterior; dado reforça a importância da atuação dos transportadores com o poder público

Por Redação, com informações de NTC&Logística


Foto: Trucão

A Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) divulgou a pesquisa com o panorama nacional sobre o roubo de cargas no Brasil em 2021. Segundo os dados produzidos pela assessoria de segurança da entidade, o número total de registros cresceu 1,7%, passando de 14.150, em 2020, para 14.400, no ano passado. Essa foi a primeira vez que o índice cresceu de um ano para o outro desde 2017.

O Sudeste registrou a maioria dos casos, com 82% das ocorrências, seguido do Sul (6,82%), do Nordeste (5,44%), do Centro-Oeste (3,66%) e do Norte (1,42%). Somados os valores em milhões de cada uma dessas regiões, foram aproximadamente R$ 1.270 bilhões perdidos em cargas roubadas no país.

“Desde 2017, quando registramos a maior quantidade de roubos nos últimos anos, os dados começaram a cair ano após ano. Mesmo assim, sempre deixamos claro à sociedade como um todo que o problema ainda impacta bastante os custos das transportadoras, afinal ainda há milhares de ocorrências acontecendo. Por isso, trabalhamos em conjunto com as autoridades de segurança pública e o governo federal para diminuir ano a ano esses números.” – Francisco Pelucio, presidente da NTC&Logística.

A pesquisa aponta que as mercadorias mais visadas pelas quadrilhas e pelos grupos criminosos são os alimentos, os combustíveis, os produtos farmacêuticos, as autopeças, os materiais do setor de têxteis e de confecção, os cigarros, os eletroeletrônicos, as bebidas e os defensivos agrícolas.

Para conferir os dados na íntegra, basta acessar o documento que contém a pesquisa.

RECURSOS PARA COMBATER ROUBO E FURTO DE CARGAS

Segundo o vice-presidente de segurança da NTC&Logística, Roberto Mira, desde a aprovação da Lei Complementar nº 121/06, de 2006, o setor dispõe de Sistema Nacional para o combate ao roubo e ao furto de cargas.

“Levamos 25 anos, desde a primeira redação do texto, em 1997, para consegui-la. Graças a ela, temos bem mais recursos humanos e tecnológicos à nossa disposição para coletar dados, identificar as razões por trás das ocorrências e propor soluções integradas ao Poder Executivo e às polícias nacionais e estaduais. Dessa forma, apesar de termos muito trabalho a fazer, estamos em uma situação privilegiada na história para lidar com esse desafio.” – Roberto Mira, vice-presidente de segurança da NTC&Logística.

Na visão do vice-presidente, o crescimento do número aconteceu, em boa parte, devido ao retorno da atividade econômica, prejudicada por conta da pandemia. “A volta das atividades inevitavelmente aumentaria o fluxo de mercadorias nas rodovias e, por consequência, dos roubos e dos furtos de carga. Sobretudo com a inflação elevada, por causa de fatores internos e externos, certos produtos ficaram muito valiosos e atrativos para os grupos organizados”, afirma Mira.

Ele completa dizendo que a resposta para os problemas atuais é a mesma dos anos anteriores: o fortalecimento da ação dos órgãos de segurança pública e do relacionamento deles com as empresas do setor e de suas entidades representativas.

“Os sistemas de rastreamento e de verificação de qualidade do transporte também foram essenciais para administrarmos essas interferências. Os nossos empresários demonstram um grande interesse pelo que há de moderno, razão pela qual as áreas de gerenciamento de risco nas transportadoras estão cada vez mais bem equipadas e preparadas. Para continuarmos a diminuir os números, precisamos manter esse cenário e continuar apostando nesse sentido”, declara.