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Rio Grande do Sul: Chuvas e alagamentos impactam o transporte de cargas 

Publicado em 02/05/2024

Segundo o SETCERGS, pelo menos 18 trechos estão totalmente interditados, enquanto quatro estão parcialmente bloqueados em vias federais

Por Redação 

Rio Grande do Sul: chuvas e alagamentos impactam o transporte de cargas 
Pelo menos 18 trechos estão totalmente interditados, enquanto quatro estão parcialmente bloqueados em vias federais (Foto: Divulgação)

As fortes chuvas que afetam o estado do Rio Grande do Sul desde o início da semana — gerando, inclusive, o rompimento parcial da Barragem 14 de Julho na tarde desta quinta-feira (2), na serra gaúcha — têm gerado transtornos no setor de transporte de cargas e logística. Com bloqueios em diversas rodovias federais e estaduais, empresas do segmento enfrentam desafios para garantir a mobilidade e a entrega de mercadorias. 

Segundo o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (SETCERGS), pelo menos 18 trechos estão totalmente interditados, enquanto quatro estão parcialmente bloqueados em vias federais.  Mais de 50 pontos também estão com tráfego restrito nas estradas estaduais. 

 Apesar do cenário, o risco imediato de desabastecimento é parcial, mas medidas urgentes são necessárias para evitar problemas futuros. 

“O problema é que há uma sequência de fatos que impactam muito a economia gaúcha. O povo do Rio Grande do Sul já vinha enfrentando uma estiagem e duas enchentes. Agora, este novo episódio climático é muito sério. Se antes já tínhamos estradas mal conservadas e mal sinalizadas, agora acabou de vez”, lamentou o presidente do SETCERGS, Sérgio Mário Gabardo. 

De acordo com o executivo, o prejuízo no setor do agro é também um fator relevante, uma vez que impacta diretamente no segmento de transporte e logística. “Havia uma promessa de ajuda para os agricultores que não se concretizou. Estamos em um período próximo de colheitas e a gente sabe que com essa condição há uma perda muito grande na produção e que vai repercutir no transporte. O questionamento que fazemos é: quem vai pagar pelo prejuízo de caminhões parados ou pelo alto custo de desvios que precisam ser feitos?”, questionou. 

Na avaliação de Gabardo, uma reivindicação do segmento urgente é que concessionárias e governos se sensibilizem para abrirem as cancelas de pedágio. “Em situações de catástrofes naturais é inadmissível permanecer sendo feita a cobrança de tarifas de pedágio. Há que se entender que muitos deslocamentos estão sendo feitos para socorro ou atendimentos de uma emergência”, alertou. 

PONTOS CRÍTICOS 

Segundo o sindicato, um dos pontos críticos é na região do Vale do Taquari, que já foi duramente afetada com as cheias no ano passado. Uma extensão de 93 quilômetros está totalmente impedida de tráfego de veículos na BR-386, entre Lajeado e Soledade, de forma preventiva depois que a água cobriu totalmente a via.  

“O maior desafio do setor de logística está nos bloqueios das rodovias. Saindo de Lajeado para Serra Gaúcha, Encantado, Região Norte e Região Central, todas estradas estão sem acesso. Por conta desse quadro, cargas da região metropolitana para Serra Gaúcha, Região Central e Região Norte estão sem previsão de entrega, pois não se tem acesso. Sobre risco de desabastecimento, temos que aguardar os próximos dias para ver a situação”, explicou o vice-presidente do SETCERGS, Diego Tomasi.