Para que o Brasil alcance o nível dos países citados neste artigo, um longo caminho precisa ser percorrido. Para termos mais clareza sobre esse contexto, hoje o país ocupa apenas a posição de número 71º no supracitado relatório do Fórum Econômico Mundial
Por Redação
Para que o Brasil alcance o nível dos países citados neste artigo, um longo caminho precisa ser percorrido (Foto: Freepik)
Os problemas de infraestrutura que afetam todo o território nacional são um dos principais desafios quando pensamos na competitividade das empresas brasileiras, otimização das cadeias de logística e na própria questão da segurança nas estradas.
Não por acaso, uma porcentagem considerável do Custo-Brasil se relaciona com fatores infraestruturais que, segundo levantamento do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), são responsáveis por cerca de R$ 290 bilhões em custos para os cofres públicos.
Dentro desse contexto, estudar cases de países que, ao longo das últimas décadas, conseguiram superar obstáculos e aumentar a qualidade de sua infraestrutura logística pode oferecer um norte interessante para o desenho de políticas públicas capazes de transformar um cenário que atrasa nosso desenvolvimento econômico.
Ao longo deste artigo, você poderá conferir 4 exemplos concretos de ações bem-sucedidas nesse sentido.
MÉXICO
O México, por exemplo, vem vivenciando um processo de transformação infraestrutural que pode inspirar o Brasil, haja vista que estamos falando de nações com desafios semelhantes em termos de mobilidade urbana – grandes cidades com populações e tráfego volumosos; qualidade da malha viária e desigualdade regional.
"Para que o Brasil alcance a qualidade atual de infraestrutura logística das regiões metropolitanas da Cidade do México e de Santiago, seriam necessários investimentos de R$ 295 bilhões nos próximos 18 anos."
Para enfrentar esses problemas, o México vem investindo em uma ampla rede de transporte público e em programas que incentivam a descarbonização – movimento que se alinha à necessidade de superação da crise climática e busca por maiores níveis de sustentabilidade na logística.
No entanto, conforme destacado por estudo da Confederação Nacional da Indústria, para que o Brasil alcance a qualidade atual de infraestrutura logística das regiões metropolitanas da Cidade do México (e também de Santiago, outro modelo de mobilidade apontado pela CNI como inovador em artigo recente), o país precisa investir R$ 295 bilhões nos próximos 18 anos.
OMÃ
Outro exemplo é o de Omã, país árabe com mais de 4,5 milhões de habitantes e que tem como principais destaques os amplos investimentos em modernização e expansão de sua malha viária: também segundo a CNI, são projetados US$ 2,6 bilhões no direcionamento de recursos para as rodovias do país.
Diante dessa priorização, Omã já desponta como o 15º país com maiores níveis de conectividade logística, segundo o Relatório de Competitividade Global (Global Competitive Report) de 2019, do Fórum Econômico Mundial.
SINGAPURA
Recentemente, você pode conferir aqui que a Cidade de Singapura, capital de Singapura, é considerada uma das smart cities mais avançadas em todo o mundo.
E, naturalmente, essa perspectiva também traz impactos positivos para o âmbito logístico. De modo geral, o país como um todo se destaca pelos investimentos em conectividade, infraestrutura e ampla participação do setor privado visando melhorias estruturais para a região.
É válido citar, nesse sentido, que Singapura abriga, dentre outros diferenciais competitivos, o maior porto de contêineres do mundo e o aeroporto de Changi lidera um dos fluxos globais de passageiros mais intensos, tendo sido listado diversas vezes como o melhor e mais seguro aeroporto internacional.
Panamá
Finalmente, o Panamá, país da América do Norte com 4,3 milhões de habitantes, tem como destaque de sua infraestrutura logística o modal aéreo: também segundo o Relatório de Competitividade Global, o território panamenho possui um dos 10 melhores transportes aeroviários do planeta e, desde 2013, vem ampliando seus investimentos no modal para se manter entre os principais países do ranking.
CONCLUSÃO: DESAFIOS PARA O BRASIL
Como vimos, para que o Brasil alcance o nível dos países citados neste artigo, um longo caminho precisa ser percorrido. Para termos mais clareza sobre esse contexto, hoje o país ocupa apenas a posição de número 71º no supracitado relatório do Fórum Econômico Mundial.
Para que esse cenário mude, o aumento de investimentos públicos na qualidade do modal rodoviário nacional é fundamental, segundo a Abdid (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), o Brasil precisaria investir o equivalente a R$ 423 bilhões em infraestrutura para atender as necessidades do país; em 2022, apenas R$ 163 bilhões foram investidos.
"Hoje o Brasil ocupa apenas a posição de número 71º no Ranking de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial."
E, além do comprometimento dos governos, empresas e associações devem se mobilizar, a partir, sobretudo, do reforço das pautas relacionadas à infraestrutura logística no debate público. E os ganhos desse movimento, além da competitividade nacional, envolvem a segurança dos motoristas e a otimização dos processos de Supply Chain em benefício dos clientes.
ESTRADAS DO FUTURO
Enfrentar o desafio dos acidentes em estradas e rodovias do Brasil não é uma questão simples e, ao mesmo tempo, trata-se de uma demanda que pede urgência. De acordo com dados da CNT (Confederação Nacional de Trânsito), só em 2022, mais de 64 mil acidentes foram registrados no país — desses, 82,1% deixou vítimas, incluindo mortos e feridos. Em termos gerais, o Brasil ocupa a preocupante posição de 3º país com o maior número de mortes no trânsito, conforme relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde).
A MundoLogística lançou a campanha “Estradas do Futuro”, uma iniciativa que conta com patrocínio da nstech, apoio da Onisys, da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) e da Associação Brasileira de Logística (Abralog). Por meio da campanha, o intuito é unir os diferentes atores da cadeia logística nacional, difundindo conteúdos educacionais que tragam tanto visibilidade para a pauta da segurança no transporte rodoviário, quanto práticas e divulgação de soluções que possam colaborar com a capacitação e proteção de motoristas.