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Supply chain commerce: a chance para combinar lucratividade e sustentabilidade

Publicado em 05/04/2023

Ele está ativo a partir do momento em que uma pessoa clica no botão “comprar agora”, com funcionalidades intuitivas de autoatendimento digital que permitem ao consumidor alterar uma encomenda até à saída do armazém

Por Marco Beczkowski *


O supply chain commerce representa mais do que a evolução do atendimento direto da oferta e da demanda (Foto: Shutterstock)

Na ciência militar, o efeito multiplicador de força é a combinação de fatores individuais que, quando juntos, criam a capacidade de atingir uma eficácia operacional desproporcionalmente alta. Interessante, mas você pode perguntar: o que isso tem a ver com as cadeias de suprimentos contemporâneas?

Simplificando, o multiplicador de força em termos de movimentação de bens globais é a unificação da cadeia de suprimentos. Ele representa a quebra de silos de tecnologia e processos de negócios - muitas vezes tradicionais - para permitir que cada parte da cadeia de suprimentos se comunique simultaneamente e trabalhe em conjunto para alcançar maior eficiência, transparência e sustentabilidade. Na Manhattan, gostamos de nos referir a esse processo como supply chain commerce.

Embora o supply chain commerce seja uma categoria emergente no mercado, em sua essência ele aborda o antigo problema de oferta e demanda. Claro, as tecnologias, as expectativas do consumidor, o zeitgeist da época e as tendências macroeconômicas globais continuam a mudar (tornando a necessidade de inovação necessária), mas o cerne da questão sempre foi mover mercadorias do ponto A para o B.

Em termos de demanda, nos últimos dois anos centenas de milhões de pessoas se tornaram mais conscientes digitalmente. O tempo é valioso para os consumidores modernos e eles esperam que as empresas conheçam seus gostos - e desgostos-, e atendam e seus pedidos como, quando e onde quiserem, independentemente do canal.

No entanto, ao considerar o fornecimento, muitos varejistas ainda operam cadeias de suprimentos anteriores aos recursos omnichannel e às expectativas do consumidor pós-covid, com alguns ainda gerenciando comércio eletrônico e lojas físicas independentemente um do outro.

Otimizados para casos de uso individuais e não ágeis o suficiente para atender às demandas em constante mudança dos consumidores de hoje, esses sistemas legados simplesmente não funcionam mais em um cenário de varejo onde o digital em primeiro lugar é uma aposta em termos econômicos, mas também de um ponto de vista ambiental e para a perspectiva da experiência do cliente.

Para enfatizar ainda mais esse ponto, em uma pesquisa recente, apenas 6% dos varejistas entrevistados comentaram que sabiam onde cada peça de estoque estava 100% do tempo, destacando ainda mais os desafios reais apresentados por processos que não se comunicam entre as funções, mesmo hoje.

O supply chain commerce representa mais do que a evolução do atendimento direto da oferta e da demanda: ele cria novas oportunidades para as marcas serem mais inteligentes sobre seus processos e operações, ao mesmo tempo em que oferece aos consumidores opções que os capacitam a escolher produtos mais ecológicos, mais sustentáveis, além de mais opções de envio e de devolução.

Ele está ativo desde o momento em que uma pessoa clica no botão de comprar agora. Desde funcionalidades intuitivas de autoatendimento digital que permitem ao consumidor alterar uma encomenda até à saída do armazém; processos de embalagem mais eficientes que reduzem o desperdício de espaço de remessa ou transporte aéreo; até uma rota otimizada que reduz as milhas de viagem, caminhões na estrada e aviões no ar. Os resultados são experiências excepcionais do cliente, maior alinhamento com os sentimentos do consumidor e resultados mais ecológicos para o planeta.

Entregar esses resultados não é algo que acontece por mágica. Somente unificando todos os elementos da jornada de compra (do site ao depósito e transporte, ponto de venda e fulfillment), os varejistas podem oferecer aos consumidores o que eles desejam de uma forma que não comprometa a lucratividade ou a saúde do planeta.

Quer se trate de análise estratégica ou aquisição, planejamento de força de trabalho operacional, visibilidade de estoque, autoatendimento digital ou até mesmo pagamento de frete, quando você unifica sistemas individuais em uma plataforma convergente, pode gerar eficiências significativas e variadas.

Seja menos quilômetros de entrega percorridos, menos tempo parado no trânsito ou menos devoluções processadas, os sistemas unificados da cadeia de suprimentos permitem que as marcas melhorem a fidelidade do cliente, impulsionem a sustentabilidade e também obtenham resultados financeiros mais significativos.

Seja com recursos omnichannel que incentivem um comportamento mais ecológico do consumidor e forneçam maior visibilidade de estoque para os colaboradores da loja e seus clientes; seja com soluções de gerenciamento de armazém e transporte mais inteligentes que funcionam lado a lado para fornecer resultados maiores do que a soma de suas partes individuais, o supply chain commerce veio para ficar.

E, além dos benefícios materiais que o supply chain commerce tem a oferecer aos varejistas e consumidores em todo o mundo, acreditamos que ele representa uma oportunidade para uma mudança de mentalidade. Significa uma chance única numa geração para repensar os processos de negócios tradicionais e seguir um caminho diferente em direção a um futuro mais verde e sustentável, onde a evolução das expectativas do consumidor, a lucratividade e a saúde do nosso planeta podem, e irão coexistir.


* Marco Beczkowski é diretor de Vendas e Customer Success da Manhattan no Brasil.

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