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Nordeste supera região Sul e Brasil registra novo recorde de novo estoque de galpões

Publicado em 04/04/2023

País encerrou 2022 com 23,4 milhões de m² de condomínios logísticos, 21% maior do que o registrado em 2021; os dados são da plataforma Market Analytics da SiiLA

Por Redação

Nordeste supera região Sul e Brasil registra novo recorde de novo estoque de galpões
 O crescimento da participação do Nordeste na composição do estoque chama a atenção, que ganhou mais 333 mil m² (Foto: Divulgação)

O Brasil encerrou 2022 com mais um recorde de novo estoque de condomínios logísticos no Brasil, com a entrada de mais 2,7 milhões de m² de ativos das classes A+, A e B. Esse volume de entrega foi 21% maior do que o registrado em 2021. O crescimento da participação do Nordeste na composição do estoque chama a atenção, que ganhou mais 333 mil m² e chegou ao final do ano com 2,4 milhões de m² de ativos, frente os 2,3 milhões m² do Sul do país.

Até o final de 2021, o Sul era o segundo maior mercado de condomínios logísticos. O volume de novos galpões segue entrando majoritariamente na região Sudeste, que recebeu 2,1 milhões de m² no período e totaliza 17,9 milhões de m². Os dados são da plataforma Market Analytics da SiiLA, hub de soluções para o mercado imobiliário comercial latino-americano.

De acordo com Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA, a tendência de descentralização da logística pelo país é recente e tende a ganhar força. “Este é um fenômeno que temos observado na esteira da pandemia da Covid-19, devido ao aumento dos custos de terreno, principalmente dentro do raio 30 de São Paulo. E que chega junto com a movimentação de grandes players de e-commerce, como Mercado Livre e Amazon, que têm aproveitado o aumento da bancarização das populações que vivem em regiões mais afastadas do eixo SP-Rio para instalar suas operações e ficarem mais próximas do público consumidor.”

Outro fenômeno observado pela pesquisa da SiiLA é a chegada de novo estoque superior à absorção líquida (diferença entre as áreas locadas e devolvidas), algo que não era visto desde 2017, registrando 2,3 milhões de m² no acumulado de 2022.

“Isso mostra que a oferta não acompanhou a demanda, com mais entregas do que locações no período”, explicou o executivo. A taxa de vacância de galpões no país ficou em 10,58% no 4T22, representando um leve aumento frente aos 10,06% do ano anterior.

O mercado de condomínios logísticos de alto padrão (A+ e A) de São Paulo continua aquecido, apesar da entrada massiva de novas áreas, que no acumulado do ano de 2022 totalizou mais 1,3 milhão de m² de novos espaços.

De acordo com a cobertura da plataforma Market Analytics da SiiLA, ao todo, São Paulo tem mais de 10,9 milhões de m² de ativos. No último trimestre de 2022, o setor fechou com 13,6% de espaços vagos, uma ligeira queda frente à taxa de vacância de 13,8% do trimestre anterior.

Em tendência de alta, o preço médio pedido ficou em R$ 23,68 por metro quadrado. No final do quarto trimestre de 2021, o valor estava em R$ 20,02/m² e no 3T22 chegou a R$ 23,49/m². “Mesmo com novo estoque chegando, observamos ainda a corrida por players de e-commerce em se posicionar dentro do raio de 0 a 30 km do centro de São Paulo”, disse Murilo Marcacini, Country Manager Brazil da SiiLA.

No acumulado de 2022, as empresas que mais absorveram espaço em condomínios logísticos foram Mercado Livre, Amazon e a Shopee. “Para essas empresas, estar próximo do centro consumidor é crucial para reduzir custos de frete e prazos de entrega. Por isso, apesar do volume de novo estoque, ativos já construídos e que estão em localizações estratégicas também têm subido o preço”, explicou o executivo.

CAJAMAR FOI A REGIÃO QUE MAIS GANHOU NOVO ESTOQUE

Durante 2022, a região de Cajamar foi a que mais recebeu novas áreas, com 387 mil m² adicionados ao estoque. Atualmente, a região concentra mais de 2,5 milhões de m² em condomínios de alto padrão.

Até o final de 2021, a taxa de espaços vagos estava em pouco mais de 7,5%, e com a oferta de novos espaços, que em parte chegou sem inquilinos e puxou a vacância para cima, chegando a 15,2% no fechamento do 4T22.