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Cofundador da Uber entra no mercado brasileiro de transporte rodoviário de cargas com a Uber dos Caminhões

Publicado em 21/03/2016

Impulsionada por tecnologia e uma rede de 100 mil caminhoneiros autônomos, empresa promete economia de até 30% no valor do frete

Em 2009, Oscar Salazar, juntamente com os outros dois sócios, Travis Kalanick e Garrett Camp, cofundou a Uber, empresa que, em menos de seis anos, tornou-se uma das maiores companhias do mundo. Salazar aposta, agora, que o mercado brasileiro de cargas rodoviárias passará pela mesma transformação que o transporte individual de passageiros, motivo pelo qual acaba de se tornar investidor e diretor da CargoX, primeira transportadora do País impulsada por tecnologia. A previsão é que, nos primeiros dois anos de operação, o investimento chegue a R$ 100 milhões.

Além do empresário, Eddie Leshin, outro respeitado executivo do mercado de transportes, que atuou como diretor da C.H. Robinson e foi COO da Coyote Logistics (ambas somam um faturamento de mais de R$ 56 bilhões por ano), também será investidor e ocupará o cargo de diretor Estratégico de Operações na CargoX. Outro nome de peso é o americano Hans Hickler, ex-CEO da DHL Express nos Estados Unidos. Completam o time de investidores o Valor Capital Group (fundado por Clifford Sobel, ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil), a Agility Logistics (uma das maiores empresas de logística, com mais de 500 escritórios, em 100 países) e a Lumia Capital (fundada por Martin Gedalin, ex-Oracle, e Chris Rogers, cofundador da Nextel Communications).

Conectada em tempo real por um aplicativo com mais de 100 mil caminhoneiros autônomos, a empresa vem sendo estruturada desde meados de 2015 e é pautada em algumas das principais diretrizes do Uber: agilidade, flexibilidade e qualidade na experiência do contratante do serviço, além de uma base de motoristas cadastrados com processo de triagem rigoroso e responsabilidade pelas cargas transportadas. “Utilizamos a ociosidade da frota autônoma do País com o cruzamento das rotas de nossos clientes, para otimizar os envios. Com essa tecnologia por trás da CargoX, permitimos que os embarcadores tenham uma economia inicial de até 30% no valor do frete”, esclarece o diretor de Transportes da CargoX, Alan Rubio, especialista com mais de 25 anos de experiência no setor de transportes.

Para Salazar, o momento econômico que o Brasil atravessa também foi uma oportunidade para a criação da companhia. Segundo o executivo, o mercado brasileiro de frete opera com 40% de ociosidade em sua capacidade. “As transportadoras brasileiras estão sob a pressão da crise econômica e, justamente por isso, ofereceremos um serviço de melhor qualidade, com menor custo. Para nós, é o momento de apostar no País e crescer de forma exponencial, impactando positivamente no valor operacional da cadeia logística.”

“Pretendemos revolucionar o mercado de transporte de cargas, no País, com o fortalecimento da cadeia logística. Nós acreditamos em um crescimento rápido, com faturamento que pode ultrapassar os R$ 48 milhões, no primeiro ano de atuação”, prevê Salazar.

Mercado brasileiro de cargas rodoviárias
O Transporte Rodoviário de Cargas brasileiro (TRC) é responsável por mais de 65% do volume de mercadorias movimentado, no Brasil, e seu custo representa cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Para as empresas, o transporte de carga pelas estradas nacionais corresponde por mais da metade da sua receita líquida, como no caso da agroindústria (62%) e das indústrias de alimentos (65,5%). Segundo dados não oficiais, o Brasil tem uma frota excedente de, aproximadamente, 350 mil veículos (35%), o que gera mais de 30% de viagens com o caminhão vazio.