Leandro Bassoi (MadeiraMadeira) e Maria Fernanda Rocha (Natura&Co) também falarão desses temas durante o LogTalk, que será realizado pela MundoLogística no dia 8 de maio
Por Christian Presa
Executivos ressaltaram importância desses temas para profissionais do setor (Foto: Divulgação)
É fato que o setor de logística no Brasil sofre uma transformação acelerada nos últimos anos, impactado, principalmente, pelo avanço da tecnologia. E as perspectivas para os próximos anos são de que essa expansão siga.
De acordo com o “Logistics in Brazil Market Overview 2023-2027”, “o mercado de logística está testemunhando um aumento nos avanços tecnológicos, como Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) para otimizar os processos da cadeia de suprimentos”. O texto do relatório também destaca que regulamentações do governo para reduzir custos logísticos também deve estimular a expansão do mercado.
A questão é que esse aumento de oportunidades se traduz, também, em aumento de demanda, deixando para empresas e profissionais do setor o desafio de desenvolver operações escaláveis aos níveis previstos.
Inclusive, de acordo com o COO da MadeiraMadeira, Leandro Bassoi, pode-se dizer que a escalabilidade das operações se tornou um fator crítico na última década. “Em geral, o Brasil e a América Latina têm sentido uma expansão muito forte dos meios digitais de vendas — não apenas de B2C, mas também B2B. As empresas estão se estruturando para conseguir fazer compras e vendas online e a resposta que se precisa dar fica muito mais rápida. Você acaba vendo mais claramente qual é a demanda”, explicou.
Com diferentes fontes de demanda, Bassoi ressaltou que é possível observar resultados como aumento de “efeito chicote” na cadeia, mais variabilidade de demanda e, consequentemente, uma necessidade de resposta mais rápida. “Nos últimos 15 anos, as empresas e os profissionais de logística têm aprendido a entender como escalar e ‘desescalar’ as operações logísticas sem impactar de forma tremenda o custo e o nível de serviço.”
Falando em nível de serviço, o executivo pontuou que a escalabilidade de operações se conecta a isso justamente porque o objetivo de ter uma grande capacidade para lidar com escalabilidade de demanda gera custo alto.
“É preciso ter formas de escalar e desescalar a operação e, ainda assim, ter um custo eficiente — e esse é um segredo que os profissionais têm que aprender. […] Essa equação de responsividade para escalar a cadeia logística de uma forma que se consiga manter nível de serviço muito mais alto do que era no passado e com custo baixo é o que faz com que os profissionais de logística tenham que aprender técnicas os modelos de negócios muito diferentes”, disse Bassoi.
O PAPEL DE INOVAÇÃO E STARTUPS DE LOGÍSTICA
O aumento de demanda e a aceleração tecnológica culminou no crescimento do número de startups dedicadas ao setor de logística. Segundo publicação da MundoLogística de maio de 2023, o Brasil tem cerca de 300 startups de logística — as chamadas “logtechs” — e, delas, mais da metade surgiram entre 2015 e 2020.
Os dados são de um levantamento realizado pela Distrito e KPMG, que destacou ainda que, desde 2011, foram destinados US$ 1,3 bilhão nesse mercado e mais de US$ 187,6 milhões foram direcionados para o segmento apenas em 2020.
Segundo a Product Manager/Tribe Lead – Delivery Solutions da Natura&Co, Maria Fernanda Rocha, embora tenham startups com soluções parecidas, a forma de trabalho ou algumas funcionalidades específicas podem fazer mais sentido para determinada empresa do que outra. “Por isso, quem conseguir se diferenciar e identificar as necessidades e souber como se posicionar no mercado sempre terá espaço.”
Porém, o número elevado de alternativas leva ao seguinte questionamento: como escolher a solução correta e agregar, de fato, valor à operação? Segundo a executiva, é preciso ter clareza do problema que se quer resolver e entender a startup como um fornecedor de soluções — não um módulo adicional que se compra de um sistema.
“Muitas empresas se apaixonam por uma solução que acreditam resolver todos os problemas e esperam que a startup venha para realizar o que a empresa planejou. Isso geraria uma demanda imensa de customização e adequação da solução da startup que pode não fazer o menor sentido, além de gerar um desenvolvimento que poderá não gerar nenhum valor à operação”, explicou Rocha, pontuando que as empresas devem enxergar nas startups uma oportunidade de absorver conhecimento na forma de solucionar um problema complexo.
Para ela, é importante que os profissionais do setor tenham esse entendimento. “Foi através dessa integração com startups que minha forma de pensar projetos mudou completamente. Além disso, essa integração entre startups e logística também abre portas para uma nova forma de atuação dos profissionais.”
ACELERAÇÃO DE CARREIRAS
Leandro Bassoi e Maria Fernanda Rocha são alguns dos nomes confirmados no LogTalk, novo evento da MundoLogística criado para profissionais que buscam por ascensão profissional. Eles se juntam a um time de executivos e executivas que irão mostrar o caminho para a construção de uma carreira de sucesso.
O evento será realizado no dia 8 de maio, em São Paulo. Para conferir o cronograma completo e garantir sua inscrição, acesse o site logtalk.com.br.