Complexidade tributária segue como uma questão sensível para o setor logístico

Publicado em 23/03/2022

Cenário, que traz altos custos para as empresas, é responsável por uma pressão nos gestores, que precisam buscar alternativas para terem negócios saudáveis, competitivos e com perspectivas positivas de expansão

Por Christian Presa


Foto: Divulgação

A complexidade tributária no Brasil é um ponto reconhecido por empresas dos mais variados segmentos, uma vez que isso interfere diretamente em operações e infraestrutura. Essa questão é, inclusive, notada internacionalmente. Segundo o último relatório Doing Business 2020, elaborado pelo Banco Mundial, o Brasil está na 124ª posição de 190 nações.

No item “pagamento de impostos”, o Brasil está classificado na posição 184 – esse é um dos piores índices do mundo. Adiciona-se a logística nessa questão e o que se tem é um setor elementar – por se tratar do Brasil um país de dimensões continentais – impactado por questões que podem ficar cada vez mais complicadas.

Essa é a visão do especialista Décio Tarallo, que assinou o artigo de capa da edição 86 da MundoLogística. Ele cita, por exemplo, a questão do ICMS como grande definidor do posicionamento da rede logística, além dos fretes e custos de atendimento.

“Substituição tributária, benefícios fiscais e o sistema de crédito/débito são aspectos que complicam os estudos e, na maioria das vezes, limitam que as empresas adotem modelos de Supply Chain baseados apenas em produtividade operacional. As propostas em discussão no governo tentam direcionar para o modelo de valor agregado mais moderno, a exemplo de outros países que adotam princípios mais voltados a equidade e simplicidade.” – Décio Tarallo, sócio-diretor da Prosperity Consultoria em Logística e Supply Chain.

Esse cenário, que traz altos custos para as empresas, é responsável por uma pressão nos gestores, que precisam buscar alternativas para terem negócios saudáveis, competitivos e com perspectivas positivas de expansão. Tarallo destaca, inclusive, a importância de que cada negócio seja tratado com detalhe e atenção quando se trata de otimização de malha logística.

“Critérios diferentes entram na avaliação e softwares com estrutura padronizada e criados por empresas que não estão no Brasil não conseguem absorver os detalhes necessários que a legislação fiscal estabelece.” – Décio Tarallo, sócio-diretor da Prosperity Consultoria em Logística e Supply Chain.

REFORMA TRIBUTÁRIA: UMA QUESTÃO DE DÉCADAS

Como já citado, a questão tributária no Brasil é algo que perdura ao longo dos anos. De acordo com Tarallo, foram várias as tentativas de reforma tributária no país nos últimos 26 anos. No entanto, todas as propostas foram debatidas e, apesar de algumas tentativas serem consistentes, todas fracassaram.

“Propostas mais abrangentes, que realmen­te sejam focadas em alinhar os impostos a realidades mais modernas e prá­ticas menos burocráticas, acabam sendo mutiladas e as partes que seguem para a aprovação são piores que a situação vigente, muitas vezes sendo ve­tadas pelo Governo Federal.” – Décio Tarallo, sócio-diretor da Prosperity Consultoria em Logística e Supply Chain.

Para conferir a análise completa, basta acessar o espaço do assinante MundoLogística.

 

Artigo(s) publicado(s) na revista e relacionado(s)


 

A reforma tributária e os impactos na malha logística das empresas
A Ação Declaratória de Constitucionalidade 49 (ADC49) trouxe um impacto para os governos dos estados e para as empresas que operam com diferentes unidades no país. Até que ponto propostas de reforma podem alterar a malha logística das empresas?