Páscoa tem expectativa de faturamento superior aos R$ 3 bilhões em 2024

Publicado em 27/03/2024

Logística exige atenção redobrada para receber, armazenar e transportar os chocolates; segundo a Drivin Brasil, o planejamento se estrutura com, no mínimo, cinco meses de antecedência

Por Redação

Páscoa tem expectativa de faturamento superior aos R$ 3 bilhões em 2024
 A Páscoa é considerada a sexta data comemorativa mais importante para o setor comercial (Foto: Shutterstock)

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Páscoa 2024 tem expectativa de faturamento superior aos R$ 3 bilhões no período, representando um crescimento de 4,5% em relação a 2023. Agitando o comércio brasileiro, a Páscoa é considerada a sexta data comemorativa mais importante para o setor comercial.

Ainda de acordo com o levantamento da CNC, as compras externas de chocolate devem alcançar 3,35 mil toneladas, um avanço de 21,4% em relação a 2023. Inclusive, se confirmadas as expectativas, 2024 representará o quarto ano consecutivo de alta nas vendas, mesmo com o aumento do preço do cacau para importação devido a fatores internos, a exemplo da crise hídrica na Bahia e a ausência de chuva no Pará, como, também, os externos relacionados a seca em países da África Ocidental, como Gana, Costa do Marfim e Nigéria, um dos maiores produtores de cacau do mundo.

No varejo, de acordo com a Associação Paulista de Supermercados (Apas), a venda de chocolates este ano deve apresentar alta de 4,5% em comparação com 2023. O aumento na demanda também deve se refletir no e-commerce. “Assim como o varejo em lojas físicas, o e-commerce também deve ser aquecido pela Páscoa. Um dos grandes destaques e público a ser conquistado é o de profissionais que artesanalmente produzem e vendem chocolates. Essas pessoas têm potencial para concretizar um volume de compras alto. Vantagens como frete grátis, descontos na aquisição de mais de um produto e a variedade de opções de componentes que são partes da produção, como os saborizantes e até mesmo as embalagens, são diferenciais nas vendas”, revelou a Global Chief Revenue Officer na Nubimetrics, Juliana Vital.

PLANEJAMENTO

Entretanto, por trás da magia e do encanto deste feriado, está uma complexa cadeia de eventos que permite que o tradicional doce chegue nas residências. Desde a concepção até a entrega, cada etapa requer precisão, planejamento e um intricado equilíbrio de produção, programação e transporte.

"A jornada complexa do ovo de Páscoa destaca a importância de uma cadeia logística eficiente e do uso de tecnologias de ponta. Na era digital, é essencial adotar soluções inteligentes que otimizem cada etapa desse processo complexo, desde o planejamento da produção até o consumidor final.”, explicou ócio e diretor comercial da Linear Softwares Matemáticos, Fabio Sas. A empresa de software é voltada para a otimização de processos de Supply Chain.

O Senior National Sales Manager da Drivin Brasil, Marcus Braga, elencou pontos de atenção para a logística do chocolate:

TEMPERATURAS IDEAIS DE ARMAZENAMENTO

De acordo com o executivo, dependendo do tipo de chocolate, seja branco, amargo ou meio amargo, as temperaturas ideais de armazenamento e transporte são de 10 a 18°C, ao passo que em uma condição a partir de 21°C, o chocolate começa a deteriorar-se tanto na aparência como no sabor.

A 24°C, o chocolate amolece e começa a perder a forma. Inclusive, caso contenha nozes, elas ficam rançosas. Já a manteiga de cacau fica gordurosa quando exposta ao sol. Braga explica que 28°C é o ponto de fusão. “Quando uma barra de chocolate fica esbranquiçada, com listras cinzas ou bolhas, por exemplo, acontece o que denominamos “fat bloom”. Aqui, os componentes gordurosos se separam e solidificam após o resfriamento, formando uma faixa de gordura na superfície do produto”, complementou Marcus. Esse fenômeno pode ser evitado com armazenamento em temperaturas adequadas (entre 15 a 20ºC) e umidade excessiva.

Outro fenômeno que ocorre devido às oscilações de temperatura é a formação do “sugar bloom”. Isto acontece quando a umidade dissolve o açúcar do chocolate, condição evitada quando não exposto à umidade e variações bruscas de temperatura. “Vale destacar que o chocolate até pode ser transportado em temperaturas mais frias, entre 4,4° e 7,2°C, porém há um risco de condensação, caso a carga refrigerada seja descarregada em ambiente quente”, pontua o Sales Manager.

CONDIÇÕES ISENTAS DE ODORES

Os produtos de cacau absorvem odores com muita facilidade, com isso devem ser armazenados e transportados em condições isentas de odores. Segundo Marcus, a embalagem é importante, uma vez que o uso de materiais inadequados para embalar o chocolate pode resultar em sabor ou cheiro desagradável. “Quanto maior o teor de gordura do produto, mais sensível ele se torna, pois a manteiga de cacau absorve e retém os odores”, destacou.

GESTÃO DE FROTAS

A logística do chocolate requer uma gestão de frotas com ferramentas de monitoramento e controle em tempo real. Além disso, os ovos de páscoa, por exemplo, ocupam mais espaço e são mais frágeis quando comparados às caixas com barras de chocolate, implicando, assim, em uma frota maior para transportar a carga equivalente. “A distribuição estratégica dos chocolates para as lojas de varejo e atacado requer além de cuidado, precisão e qualidade para atender às gôndolas dos varejistas. Não à toa, as empresas de tecnologia logística desempenham um papel crucial nesta fase”, ressaltou o Sales Manager.

De acordo com Marcus, a Nestlé opera com eficiência uma frota de 2.200 veículos em 14 países, gerida de forma eficiente por meio da Drivin. “Atualmente, a colaboração entre as empresas se estende a países como Chile, México, Argentina e América Central, com planos de expansão para o Equador e o Peru em um futuro próximo. Supervisionada por uma rede de profissionais que avaliam constantemente a implementação, a experiência de mercado e as exigências futuras, a Drivin tem proporcionado uma abordagem abrangente e visionária às operações da Nestlé”, disse o executivo.