Rodovias brasileiras têm alta de 50% no número de pontos críticos em 2022

Publicado em 19/01/2023

Em relatório, a CNT destacou que quedas de barreira, erosões na pista, buracos grandes, pontes caídas e pontes estreitas são as principais ocorrências registradas na malha rodoviária do país

Por Redação


Problemas na infraestrutura oferecem riscos à segurança dos usuários e geram custos adicionais ao transporte (Foto: Divulgação CNT)

Em 2022, foram registrados 2.610 pontos críticos nas rodovias brasileiras. De acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), esse número cresceu 50% em relação a 2021, quando foram registradas 1.739 ocorrências. Os dados são do “Transporte Rodoviário – Os Pontos Críticos nas Rodovias Brasileiras”, divulgado pela CNT nesta semana.

Segundo o estudo, esses problemas na infraestrutura que interferem na fluidez dos veículos, oferecendo riscos à segurança dos usuários, aumentando a possibilidade de acidentes e gerando custos adicionais ao transporte.

O estudo traz a série histórica dos pontos críticos identificados na Pesquisa CNT de Rodovias de 2012 a 2021 e é complementado por uma edição do Radar CNT do Transporte, com a atualização dos dados relativos a 2022.  Os dados de ambas as publicações são disponibilizados também em no Painel CNT dos Pontos Críticos, que apresenta informações acerca da localização, quantidade, tipo e densidade de pontos críticos registrados nas rodovias federais e estaduais do país, bem como suas condições de sinalização e fotos das ocorrências. As informações podem ser agrupadas por Unidade da Federação e por ano.

A série histórica apresentada nas publicações evidencia o panorama da degradação da malha rodoviária brasileira: em 2012, o usuário encontrava, em média, um ponto crítico a cada 372,4 quilômetros percorridos; em 2022, passou a se deparar com uma ocorrência a cada 44 quilômetros. Em relação a quantidade de pontos críticos no ano passado, Minas Gerais foi a Unidade da Federação que se destacou quanto a quedas de barreira (123) e erosões na pista (182). Já o Pará teve o maior registro de buracos grandes (291).

Em geral, as rodovias estaduais públicas destacaram-se negativamente quanto à densidade de pontos críticos. Em 2021, por exemplo, se sobressaíram as rodovias CE-183, PA-447 e MA-303, com, respectivamente, 4,83, 4,29 e 3,23 pontos críticos a cada 10 quilômetros pesquisados -- sendo todos esses casos trechos com ocorrências de buracos grandes.

Além da série histórica, a CNT ainda apresenta, no estudo, as características e causas do surgimento dos pontos críticos, bem como as ações necessárias para solucioná-los, que contemplam medidas emergenciais a serem adotadas quando surge um ponto crítico e orientações gerais de como corrigi-lo.

Para a resolução dos pontos críticos identificados em 2021, foi estimado o investimento de R$ 1,81 bilhão, sendo a maior parte destinada às intervenções em segmentos com buracos grandes; já para solucionar o quantitativo de 2022, o montante aumentou para R? 5,24 bilhões, o que representa cerca de 28% de todo o recurso destinado ao então Ministério da Infraestrutura – previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2023.

“Gerir e monitorar as rodovias, o que vai além da conservação da infraestrutura, traz reflexos positivos para a sociedade, pois o investimento na prevenção e/ou na correção imediata de um problema, em geral, é menor do que os custos gerados por ele para a sociedade. Nesse sentido, a Confederação defende que sejam empreendidos maiores esforços na priorização dos investimentos na resolução dos pontos críticos, diante de seus significativos impactos na fluidez do trânsito e na segurança dos usuários”, destacou a CNT em comunicado.