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Automação e o futuro da logística: conheça o gestor de robôs

Publicado em 02/02/2024

A digitalização está transformando a realidade das operações de Supply Chain e criando novos empregos – ao mesmo tempo em que exige adaptações nas empresas

Por Redação

Automação e o futuro da logística: conheça o gestor de robôs
Os processos de digitalização e automação de rotinas empresariais vieram mesmo para ficar (Foto: Freepik)

O debate em torno do avanço da automação no mercado traz consigo uma série de perspectivas. De um lado, temos os ganhos de eficiência elencados por empresas e que se colocam como diferenciais competitivos importantes em um ambiente de negócios marcado pela alta concorrência. Em outros viés, preocupações trabalhistas envolvendo a substituição da mão de obra humana por máquinas alcançam os mais diversos setores, incluindo a logística.

Dentro desse contexto, alguns elementos iniciais parecem evidentes. O primeiro deles é o de que os processos de digitalização e automação de rotinas empresariais vieram mesmo para ficar.

De acordo com números da Grand View Research, por exemplo, só no ano passado, mais de US$ 880 bilhões foram investidos globalmente em transformação digital – e até 2030, esses investimentos devem crescer em um ritmo anual impressionante de 27,6%, segundo a consultoria.

E a automação industrial – que envolve o uso de robôs e algoritmos para a realização de diferentes tarefas em uma empresa, indústria ou parque logístico – responde por uma fatia significativa desses direcionamento de recursos para a inovação. Segundo a Markets and Markets, até 2027, cerca de 218,8 bilhões serão investidos mundialmente em processos de automatização.

O segundo ponto relevante diz respeito ao fato de que sim, a automação irá exigir uma adaptação do mercado e a preparação dos atuais e futuros profissionais, no sentido de ampliarem conhecimentos digitais e, eventualmente, mudarem o escopo de suas atividades.

E isso porque, conforme relatório do Fórum Econômico Mundial, de fato, alguns postos de trabalho se tornarão obsoletos – o órgão estima que, até 2025, 85 milhões de empregos serão substituídos por processos autômatos. Em contrapartida, a automação cria muito mais vagas do que “destrói”: também de acordo com o Fórum, outras 97 milhões de vagas serão criadas em virtude da automação para áreas relacionadas à gestão de dados, inteligência artificial e de novas tecnologias ligadas à chamada 4ª revolução industrial.

No âmbito logístico, um dos exemplos nesse sentido é o do “gestor de robôs”, vaga que já é realidade no contexto de algumas empresas internacionais. Saiba mais sobre essa tendência ao longo deste artigo!

BENEFÍCIOS E DESAFIOS 

Mas antes, vale a pena nos aprofundarmos um pouco mais sobre os benefícios e desafios trazidos pela automação no mercado de um modo mais amplo.

Em relação aos ganhos, já em 2018, um estudo da Deloitte quantificou que o uso da "Automação Robótica de Processos” (RPA) pode aumentar a produtividade em 95%, reduzir custos na casa de 94% e melhorar a experiência de consumidores na casa de 80%.

Por sua vez, uma pesquisa da Cornerstone identificou que 68% dos trabalhadores se sentem sobrecarregados e que o uso de novas tecnologias pode contribuir com a melhor distribuição das cargas de trabalho – a automação, naturalmente, entra nesse escopo de transformações potencialmente benéficas e a própria Deloitte também apontou, em 2020, que 38% das empresas já utilizam automação para organizar workflows de trabalho.

Mas nem tudo são flores. A automação traz consigo desafios que vão além da já listada necessidade de formação de mão de obra dentro de um cenário de mudanças disruptivas – essa responsabilidade, aliás, não é apenas do próprio profissional, mas das empresas, haja vista que a carência de profissionais especializados, hoje, é um dos principais gaps do mercado.

Assim, outro obstáculo importante é o da transformação cultural. Não basta investir em novas tecnologias: é preciso fortalecer uma mentalidade digital entre lideranças e colaboradores, utilizando ferramentas que, de fato, dialoguem com as necessidades do negócio. Sobre tal ponto, uma análise da MIT indicou que nada menos que 70% dos projetos de transformação digital falham na geração de valor e 62% das corporações indicam barreiras culturais como os principais entraves para esse sucesso.

Finalmente, ao mesmo tempo em que reduz custos, os investimentos em automação de grande escala ainda são impeditivos, via de regra, para empresas de médio ou pequeno porte. Tal cenário, no entanto, está se transformando aos poucos, tanto devido ao aquecimento dos ecossistemas de startups no Brasil e no mundo, quanto pelo próprio barateamento de inovações emergentes.

AUTOMAÇÃO NA LOGÍSTICA: AVANÇOS E POSSIBILIDADES

A logística é um dos setores que mais investe em automação no mundo e também um dos mercados que mais se beneficia dos avanços da 4ª revolução industrial. Segundo a Precedence Research, só em 2022, US$ 58 bilhões foram direcionados para a automação logística – a expectativa é que esses investimentos mais que tripliquem até 2032, chegando a casa de US$ 196 bi.

E as aplicações, dentro desse universo, são diversas: dos sistemas de gestão de estoques e armazéns inteligentes WMS (Warehouse Management System) que auxiliam na preparação de pedidos, controle de entradas e saídas; ao planejamento do fluxo de mercadorias ou mesmo na tendência que começa chegar ao Brasil dos veículos e caminhões automatizados.

Conforme frisamos anteriormente, isso não significa, no entanto, que os humanos irão simplesmente sair do mapa das operações logísticas. Novos postos de trabalho já estão sendo criados e, em breve, podem ser uma realidade no Brasil.

Além disso, há benefícios importantes ligados a automação – especialmente quando combinada a inteligência artificial. Caminhões autônomos podem ser uma alternativa complementar, por exemplo, para a crescente escassez de motoristas que atinge o Brasil e o mundo. Sistemas de planejamento automatizado de rotas, por sua vez, aumentam a segurança dos motoristas nas estradas.

E os robôs, finalmente, podem realizar uma série de atividades repetitivas e direcionar os esforços de colaboradores para atividades mais estratégicas e que exijam análise e gestão.

O PAPEL DO HUMANO EM UM MERCADO LOGÍSTICA AUTOMATIZADO

Gestão esta que alcança os próprios robôs! Em reportagem recente do Wall Street Journal, por exemplo, é relatado o caso da Amazon, que conta com técnicos e gestores logísticos que trabalham com foco na correção de desvios de rota, manutenção e falhas em processos das máquinas – que, apesar de precisas, segundo o texto, eventualmente falham.

Com o avanço da robótica – e da própria diferenciação dos algoritmos – essa demanda deve, ao mesmo tempo, ser crescente e cada vez mais comum no dia a dia das empresas. A reportagem cita ainda que, em 2023, cerca de 21% dos armazéns ao redor do mundo já usavam alguma forma de robótica contra 15% em 2018.

Pode parecer um movimento ainda lento, mas, quando o cruzamos com as expectativas de aumento exponencial nos investimentos em digitalização nas empresas – e com o papel da logística como um dos vetores dessa transformação – nos próximos anos, é bem possível que os robôs estejam presentes no dia a dia de um número relevante de operadores, inclusive no Brasil. Sua empresa está pronta para este futuro que já está batendo na porta?

ESTRADAS DO FUTURO

Enfrentar o desafio dos acidentes em estradas e rodovias do Brasil não é uma questão simples e, ao mesmo tempo, trata-se de uma demanda que pede urgência. De acordo com dados da CNT (Confederação Nacional de Trânsito), só em 2022, mais de 64 mil acidentes foram registrados no país — desses, 82,1% deixou vítimas, incluindo mortos e feridos. Em termos gerais, o Brasil ocupa a preocupante posição de 3º país com o maior número de mortes no trânsito, conforme relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde). 

MundoLogística lançou a campanha “Estradas do Futuro”, uma iniciativa que conta com patrocínio da nstech e da Quartzolit, apoio da Onisys, da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) e da Associação Brasileira de Logística (Abralog). Por meio da campanha, o intuito é unir os diferentes atores da cadeia logística nacional, difundindo conteúdos educacionais que tragam tanto visibilidade para a pauta da segurança no transporte rodoviário, quanto práticas e divulgação de soluções que possam colaborar com a capacitação e proteção de motoristas.

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