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Gustavo Paschoa, da Norcoast, destaca multimodalidade como solução para gargalos do Brasil

Publicado em 24/07/2024

Para a MundoLogística, executivo destacou falta de investimento em infraestrutura e necessidade de visão mais estratégica para o fluxo de mercadorias como principais obstáculos

Por Christian Presa

Gustavo Paschoa, da Norcoast, destaca multimodalidade como solução para gargalos do Brasil
Gustavo Paschoa, CEO da Norcoast (Foto: Divulgação)

Durante o 1º dia da Logistique 2024, o CEO da Norcoast, Gustavo Paschoa, foi um dos convidados para o painel “O poder da multimodalidade: Desafios e oportunidades no mercado brasileiro”. O executivo enfatizou como a integração de diferentes modais de transporte pode ser a chave para resolver os desafios enfrentados pelas empresas.

Para a MundoLogística, Paschoa reforçou que a multimodalidade está se tornando cada vez mais necessária para superar desafios críticos de eficiência logística. “Atualmente, enfrentamos uma situação no Brasil com diversos gargalos, principalmente nas áreas portuárias. Nós, como uma empresa de navegação de cabotagem, operamos do Sul ao Norte do país. Temos uma grande dificuldade, não necessariamente com os terminais, que são conectores dessa multimodalidade. [...] Existe uma grande dificuldade na área retroportuária, um gargalo muito significativo.”

Ele destacou que a falta de investimento em infraestrutura e a necessidade de uma visão mais estratégica para o fluxo de mercadorias são os principais obstáculos — e a multimodalidade vem exatamente nesse sentido.

Os dados confirmam os desafios citados por Paschoa. Segundo um relatório da Confederação Nacional do Transporte (CNT), apenas 12,4% das rodovias brasileiras são pavimentadas, o que contribui para o alto custo e a baixa eficiência do transporte rodoviário. Além disso, os portos do país enfrentam questões que geram aumento do tempo de espera e os custos para as empresas. A questão portuária do país foi destacada na série “Logísticas do Brasil”, desenvolvida pela MundoLogística.

Nesse sentido, a Norcoast, fruto de uma joint venture entre a Norsul e a Hapag-Lloyd, exemplifica a busca por integrar de operações. “Ela chega para proporcionar acesso a essa modalidade de transporte mais sustentável, segura e com benefícios em custos e otimização de processos. Essa união de expertise foi fundamental para o sucesso da Norcoast” afirmou Paschoa. Segundo ele, a empresa combina o conhecimento em cabotagem de cargas secas com a experiência em navegação de longo curso com contêineres.

Na visão do executivo, esse movimento de integração é uma resposta à demanda do Brasil, empresas buscarão cada vez mais contratar serviços integrados que ofereçam valor agregado. “Em vez de contratar separadamente uma transportadora rodoviária, uma empresa de cabotagem, um armazém, entre outros, você contrata um serviço integrado”, explicou.

Paschoa deu o exemplo de empresas de courier. “Quando você contrata um serviço de transporte de um ponto A para o ponto B, você não se preocupa com o transporte rodoviário, aéreo, marítimo, ou o desembaraço aduaneiro. Você contrata do ponto A para o ponto B, e as empresas especializadas cuidam de tudo para que você, como usuário final, tenha uma experiência melhor, com custo reduzido e menor tempo de espera. Então, a tendência do mercado é trazer serviços que agreguem valor e que sejam contratados de forma abrangente.”