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Ramos Transportes inicia processo de recuperação judicial

Publicado em 16/08/2012

Companhia soma dívidas de R$ 115 milhões para cerca de 4,5 mil credores. De acordo com Marcelo Ramos, presidente da empresa, a situação deve ser regularizada no prazo de 2 a 3 anos


A Ramos Transportes, especializada em cargas fracionadas, com 30% das operações voltadas ao comercio eletrônico, entrou com um pedido de recuperação judicial nesta semana, entregue na 1ª Vara de Recuperação Judicial da cidade de São Paulo.

A empresa obteve em 2011, um faturamento de R$ 410 milhões, mas registrou um prejuízo de R$ 47 milhões, aumentando o volume de dívidas que já somam R$ 115 milhões para cerca de 4,5 mil credores.  A Ramos deve R$ 50 milhões para bancos, R$ 50 milhões para fornecedores e o restante são dívidas trabalhistas.

“Tivemos um custo de aprendizado com a entrada no comércio eletrônico no início da década. Fizemos investimentos, mas o negócio não teve a rentabilidade esperada”, afirmou o presidente da companhia, Marcelo Ramos, que é neto de Roque Ramos, que fundou a empresa em 1938.

A companhia investiu, desde 2010, mais de R$ 40 milhões em tecnologia e na compra de caminhões para entrega. Com cerca de 70 filiais pelo país, a Ramos tem uma frota de 900 veículos.

“O boom do e-commerce teve coisas boas, nos expandimos no Brasil. Mas tivemos prejuízos com indenizações de mercadorias que extraviaram, apresentaram problemas”, explicou o executivo. Entre 2010 e 2011, R$ 40 milhões foram gastos com indenizações.

No último mês, seu maior cliente, a B2W, rescindiu o contrato, o que estimulou a decisão da companhia de enxugar as operações. No fim de julho foram demitidos 1,6 mil funcionários, do quadro que somava 5,1 mil pessoas. Foram encerradas as distribuições de cargas na região Sul, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Deste modo, a empresa mantém a distribuição onde tem mais tradição: em Minas Gerais, no Centro Oeste, no Nordeste e no Norte do país.

“Em dois ou três anos esperamos nos reorganizar”, enfatizou Ramos. Para o processo de recuperação, a companhia contratou o escritório de advocacia Otto Gübel, e a empresa de gestão SAGG.