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Reforma Tributária, transformação digital e transição energética na pauta dos operadores logísticos 

Especialistas e líderes do setor logístico se reuniram para discutir temas como o possível aumento da carga tributária, a previsão de alta nos investimentos em transformação digital e a regulamentação do mercado de carbono

Publicado em 04/09/2024 — por Redação
Reforma Tributária, transformação digital e transição energética na pauta dos operadores logísticos 
Imagem ilustrativa (Foto: Shutterstock)

O 8º Congresso ABOL, realizado em Ibiúna, São Paulo, reuniu especialistas e líderes do setor logístico para discutir os principais desafios enfrentados pelos operadores logísticos no Brasil. Entre os temas centrais do evento, destacaram-se os impactos da Reforma Tributária, os riscos geopolíticos associados às eleições nos Estados Unidos, e a importância da tecnologia para aumentar a eficiência operacional e mitigar impactos ambientais. 

No centro das discussões, a Reforma Tributária e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), tributo sobre o valor agregado que substituirá o ICMS e o ISS gradativamente, visto como uma “fantasia” pelo economista-chefe e sócio da Warren Investimentos, Felipe Salto.  

Ele afirmou que a guerra fiscal vai continuar até 2032, quando as mudanças para o IBS entrarão efetivamente em vigor. A análise foi feita durante o evento, uma iniciativa da Associação Brasileira de Operadores Logísticos, entidade que tem como uma das prioridades a regulamentação da atividade dos OLs no Brasil. 

O ex-secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, em 2022, Salto disse que a alíquota será muito maior do que 26,5%, percentual estabelecido como uma “trava” para a alíquota-padrão acumulada com a da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).  

“Espero que seja aprovada uma contrarreforma para antes de esperarmos todo esse tempo para constatar que o IBS fracassará. O Comitê Gestor do IBS era, antes, chamado de Agência Centralizadora, nome muito mais fidedigno. Acabaremos com a federação”, ressaltou. 

INOVAÇÃO 

O interesse cada vez maior das companhias por investimentos em tecnologia logística foi abordado pelo vice-presidente de Inovação e Estratégia do Grupo FCamara, Rodrigo Burgers.  

De acordo com o executivo, estima-se que o mercado logístico representa hoje 12% do cenário global de transformação digital. Entre 2020 e 2023, houve um aumento de 58% nos investimentos, e, até 2026, a previsão de crescimento é de 69%. 

Burgers apontou que, para ser definido um plano com horizontes mais desenhados, é importante as companhias considerarem o nível de maturidade de desenvolvimento das inovações e o impacto delas no setor. Assim como o apetite interno a riscos e o alinhamento com a estratégia da empresa. 

ENERGIA 

A transição energética foi o tema trazido pelos gerentes de projetos da Roland Berger, João Quintanilha, e de Meio Ambiente do Pacto Global, Rubens Filho. Para Quintanilha, o setor de transporte será cada vez mais pressionado como desbloqueador da demanda e da oferta de biocombustíveis no país. 

Já Filho observou que o Brasil está navegando em mares muito interessantes quando o assunto é combustíveis alternativos, e que há duas grandes oportunidades no curto prazo, o G20 e a COP 30, momentos mais propícios para se mostrar narrativas e oferecer opções para cada modal. Além disso, ele entende que o país tem a chance de fortalecer o papel de exportador de hidrogênio e amônia verdes. 

Sobre a regulamentação do mercado de carbono, ambos concordam que a medida não resolverá o problema e ainda haverá muita discussão. O destaque fica para o agronegócio, inicialmente excluído das obrigações previstas no futuro Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) e cuja parcela de emissões é a maior no Brasil. 

CONSUMIDOR 

Os impactos do novo perfil de consumo na logística, potencializado sobretudo após a pandemia, foram analisados pelo sócio-fundador do Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), Leonardo Julianelli. “A transformação que estamos vivendo é mais profunda do que os movimentos econômicos da década de 90. É reflexo da chegada de um novo perfil de público, os centennials e millennials. A partir de 2010, eles se tornaram os principais motivadores da organização da cadeia de suprimentos”, disse.