Rumo ao interior

Publicado em 24/02/2015

Empresas buscam novas regiões para a construção de condomínios logísticos

Embora o mercado de condomínios logísticos tenha crescido, o alto custo dos terrenos, a escassez de espaço para construção e as restrições de acesso dos caminhões nas principais vias vêm modificando a estratégia das empresas que investem nesse tipo de empreendimento. Cada vez mais, elas rumam para o interior dos Estados.

A C&D Empreendimentos Imobiliários, por exemplo, está construindo um novo centro de distribuição (CD) em Sorocaba, no interior de São Paulo. A unidade, que tem previsão de inauguração para o final do ano, contará com um moderno sistema de cobertura metálica, o roll-on. Serão aplicados mais de 38 mil m² do produto, fabricado pela Marko Sistemas Metálicos e que foi escolhido por possuir caimento de 1%, permitindo, assim, grandes pés-direitos para armazenar o máximo de material possível.

Segundo o gerente de Marketing da Marko, Christophe Schwarzberg, esse diferencial do sistema permite um ganho efetivo no pé-direito, sem grande incremento de altura na cumeeira, determinante em função das exigências dos projetos de combate a incêndio, possibilitando a utilização de sprinklers fator K25, com uma altura máxima de cobertura de 13,70 m e armazenamento de 12,20 m.

Outro fator crucial para a utilização do roll-on no CD é que ele integra estrutura e telhado em um mesmo sistema. “Além disso, suas bobinas contínuas não possuem emendas, furos e sobreposições, garantindo, com isso, a condução das águas para fora do prédio, estanqueidade absoluta e integridade dos produtos estocados”, destaca Schwarzberg.

Outra empresa que está de olho nas oportunidades que as regiões mais afastadas dos grandes centros têm a oferecer é a Somague MPH Construções. Ela está investindo na construção de um CD em Ribeirão Preto, também em São Paulo, que será composto de cinco blocos com um pé-direito de 11 metros. A obra conta, ainda, com cerca de 14 mil m² do sistema roll-on, que permitiu a liberdade no projeto para a definição de grandes vãos livres, diminuindo a necessidade de vigas de transição na cobertura e, consequentemente, de pilares internos.

“Esses tipos de empreendimentos têm em comum a busca pela velocidade na execução da obra e a garantia de ter uma estrutura de alta qualidade”, afirma Schwarzberg, acrescentando que o produto atende a essas necessidades por ser fabricado industrialmente e estocado para pronta entrega, além de ser totalmente aparafusado e montado em série, o que proporciona um alto rendimento no canteiro de obras.

Para finalizar, o gerente conta que o aquecimento no mercado de construção de CDs aumentou as vendas do roll-on, representando um volume importante  do que é fabricado pela empresa. “Hoje, não só as grandes redes varejistas, como também os condomínios industriais, utilizam o sistema em seus empreendimentos.” A empresa já contabiliza mais de 10 milhões de m² em coberturas de grandes obras, como indústrias, centros de distribuição, shoppings, entre outros.

Crescimento do mercado de condomínios logísticos
Em 2000, existiam menos de 200 mil m², em 2005 expandiu para 500 mil m² e até o início de 2009, 1 milhão de m² construídos no Brasil e, aproximadamente, 700 módulos em uma região de 100 km ao redor de São Paulo.

De acordo com pesquisa da Colliers International Brasil, o mercado de CDs obteve mais de 500 mil m² de crescimento, no primeiro trimestre de 2013, aumento de 7,1% no inventário nacional, em comparação com o trimestre anterior. Quando comparado a 2010, esse aumento foi de 119% e a região Sudeste possui a maior fatia, com 6,454 milhões de m².