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WayCarbon lança API para calcular emissão de gases de efeito estufa em frotas

Publicado em 23/03/2023

Segundo o último relatório “Estimativas Anuais de Emissões de Gases de Efeito Estufa”, as emissões de GEE do modal rodoviário no Brasil atingiram 123 MtCO2 em 2020, representando 7,4% do total emitido no país naquele ano

Por Redação

WayCarbon lança API para calcular emissão de gases de efeito estufa em frotas
A API pode receber desde informações completas e informações menos detalhadas (Foto: Divulgação)

A WayCarbon, consultoria estratégica com foco em sustentabilidade e mudança do clima na América Latina, anunciou o lançamento da “Freight Emissions API”. Segundo a empresa, a solução foi desenvolvida para auxiliar as empresas no cálculo da emissão de gases de efeito estufa (GEE) da operação de transporte rodoviário, contribuindo para a agilidade no cálculo de milhões de trechos que fazem parte da logística cotidiana das organizações.

A WayCarbon informou que a ferramenta permite que as companhias transponham seu principal desafio ao lidar com esse tema, que é a variabilidade das informações disponíveis. Mais especificamente, a API pode receber desde informações completas, como distância percorrida, tipo de veículo e peso até informações menos detalhadas, como o valor gasto com combustíveis.

O cálculo resultante pode ser usado para diversas finalidades, desde a inserção nos escopos 1 ou 3 do inventário de emissões de GEE da companhia, até a mudança de estratégia no planejamento logístico. Segundo o último relatório ‘Estimativas Anuais de Emissões de Gases de Efeito Estufa, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, as emissões de GEE do modal rodoviário no Brasil atingiram 123 MtCO2 em 2020, representando 7,4% do total emitido no país, naquele ano. Os veículos de maior porte, como caminhões e ônibus, são responsáveis por metade do total atingido no setor.

A diretora de Digital da WayCarbon, Carla Leal, avalia que a solução oportuniza um olhar estratégico sobre as emissões oriundas desse segmento, prática ainda incipiente no Brasil. “As empresas possuem operações logísticas muito complexas que, dependendo da atuação, podem ser responsáveis por um volume significativo de emissões de gases de efeito estufa. Por essa razão, criamos uma API que permite calcular as suas próprias emissões, de forma integrada aos sistemas de logística. A solução abre muitas oportunidades para que as companhias aprimorem as estratégias de descarbonização”, afirmou.

Segundo a empresa, a Freight Emissions API foi desenvolvida com a possibilidade de integração com diferentes aplicações do ecossistema de gestão das empresas, de modo a oportunizar a descarbonização em áreas distintas da logística com eficácia e dinamismo, como explica a executiva.

“Ao incorporar informações sobre emissões de GEE aos sistemas ERP, por exemplo, a empresa pode adicionar essa informação aos seus dashboards de gestão da cadeia de suprimentos, provendo possibilidades de monitoramento e o estudo de alternativas para redução das emissões de GEE. Outro exemplo é a integração aos sistemas de roteirização de fretes, quando as empresas podem passar a comparar o volume de emissões de GEE entre rotas alternativas, incorporando essa variável ao processo de decisão da roteirização”, destacou a executiva.

A Rodoclube, empresa de tecnologia focada em trazer soluções que atendam às necessidades do transportador de ponta a ponta, foi precursora na adoção da ferramenta. “Em 2022, percorremos 43 milhões de quilômetros e percebemos que era muito importante olhar para toda a parte ambiental. Assim, surgiu o Estradas Verdes, que irá contemplar diversas iniciativas, como a gestão das emissões de gases de efeito estufa, logística reversa e tratamento de resíduos, por exemplo" conta Matheus Chiquito, conselheiro da Rodoclube.

“A Freight Emissions API, desenvolvida pela WayCarbon, nasce como a primeira iniciativa do Estradas Verdes. Por meio da API, poderemos calcular as emissões de gases de efeito estufa para as mais de 207.000 operações logísticas que realizamos no ano passado, bem como passar a calcular para cada trecho rodado em 2023. Estamos sempre atentos às mudanças tecnológicas que podem contribuir para a redução das emissões de GEE da logística. Enquanto as tecnologias não se tornam técnicas e financeiramente viáveis, também iremos oferecer a possibilidade de neutralização do frete”, explicou Maurício C. Cavalheiro, conselheiro da Estradas Verdes.

DESAFIOS PARA A DESCARBONIZAÇÃO DA ÁREA DE LOGÍSTICA

Para a WayCarbon, o setor de logística possui desafios característicos, pois precisa de soluções capazes de contabilizar as emissões entre todos os elos, de transportes próprios a terceirizados, como caminhões que fazem os trajetos dos fornecedores às fábricas, ou veículos leves que realizam o último trecho, como a entrega aos clientes, considerando a variação das emissões dos diferentes tipos de combustíveis utilizados por esses diferentes tipos de veículos.

O aumento ou redução do uso de biodiesel no diesel, ou a variação no percentual de etanol na gasolina, por exemplo, fazem com que as emissões de GEE de um mesmo trecho possam ter variações no volume em dois períodos distintos, ainda que o transporte tenha sido realizado pelo mesmo veículo.

O desafio particular na rota para descarbonização requer investimentos e soluções específicas de acordo com as barreiras do segmento. Carla Leal explica que a nova solução da WayCarbon considera as dificuldades da área. “A gestão das emissões do setor de logística requer uma solução digital própria, com uma visão holística, por tantas variáveis características que possui”, disse.

“Os desafios da logística passam por questões como substituição tributária, qualidade da infraestrutura, disponibilidade e custo da adoção de novas tecnologias, dentre tantos outros. Lançamos a ferramenta com essa atenção, visando contribuir com dados que viabilizem a incorporação da questão climática como parte desse cenário mais abrangente”, complementou a executiva. Todas as empresas que utilizam frota rodoviária podem contabilizar suas emissões com a solução.

De acordo com a empresa, a API integra sistemas provendo flexibilidade para a criação de diferentes tipos de aplicações, como aprimoramento de cálculo do inventário de emissões de GEE, roteirização de frete, análise de viabilidade econômico-financeira da substituição de frotas e frete neutro.