As vantagens da logística colaborativa, que ganha cada vez mais força globalmente

As vantagens da logística colaborativa, que ganha cada vez mais força globalmente

Publicado em 20/02/2024

O presente e o futuro passam pela crescente integração entre os mais variados atores da cadeia de suprimentos, com maior previsibilidade e agilidade em todas as etapas

Por Paulo Sarti *


As vantagens da logística colaborativa (Foto: Freepik)

Compartilhar recursos, informações, além de atribuições e responsabilidades. Basicamente, é esse o conceito da logística colaborativa, em que todas as partes envolvidas nos fluxos logísticos trabalham para reduzir tempo, custo e impacto ambiental.

Dados da edição mais recente do Third-Party Logistics Study, desenvolvido pela NTT Data Services, Penske Logistics e pelo professor e pesquisador da cadeia de suprimentos Dr. C. John Langley, mostram que cresceu de 75% para 85% a percepção dos operadores logísticos sobre a colaboração dos remetentes (empresas que fornecem bens e serviços) com outras empresas e até competidores em busca de maior eficiência.

A troca constante de impressões, aprendizados, dados e experiências é benéfica tanto para os operadores quanto para as empresas que terceirizam seus processos logísticos. De acordo com John Langley, há uma tendência entre os remetentes de priorizar cada vez mais o SRM (supplier relationship management, ou gestão de relacionamento com fornecedores), que inclui não apenas informações operacionais diárias, mas também previsões sobre demandas futuras úteis para o planejamento do operador logístico.

Segundo o Third-Party Logistics Study, a armazenagem foi um dos serviços com maior crescimento da terceirização no ano passado, em comparação com 2022: 65% dos remetentes afirmaram terceirizar seus armazéns, contra 43% no estudo anterior. Pensando no cenário brasileiro, ganha força o compartilhamento de espaços de armazenagem e consolidação de cargas.

Armazéns multiclientes, por exemplo, possibilitam que grandes empresas ampliem temporariamente sua capacidade de estoque e transporte (em períodos como Black Friday e Natal), e que pequenas e médias empresas otimizem sua operação por meio de toda a expertise e know-how dos operadores logísticos.

O uso da tecnologia na logística, indispensável para o aumento da competitividade, também pode ser impulsionado pela colaboração: 83% dos remetentes consideram importante colaborar com os parceiros para a adoção de tecnologias emergentes, mostra o Third-Party Logistics Study. O intercâmbio de informações sobre determinada solução é capaz de tornar sua aplicação mais assertiva, reduzindo seu tempo de introdução ao dia a dia da operação e potencializando a eficiência dos processos impactados pela tecnologia.

Apesar de já ser amplamente aplicada em todo o mundo, a logística colaborativa pode crescer ainda mais. De acordo com o Third-Party Logistics Study, 84% dos remetentes e 97% dos operadores logísticos acreditam haver necessidade de mais acordos estratégicos e de longo prazo entre si.

É notório que parcerias longas, nas quais exista canal aberto e permanente para otimização de todos os fluxos da cadeia, tendem a gerar ganhos mais significativos e sustentáveis, pois a curva de aprendizagem na logística normalmente requer mais tempo que em outros setores.

Trabalhar com margens de lucro apertadas é a realidade para diversos segmentos da economia. A logística colaborativa pode proporcionar não somente o compartilhamento de despesas, mas principalmente a detecção mais precisa e rápida de gargalos — e sua correção —, além da identificação de oportunidades para aprimorar a operação.

O presente e o futuro passam pela crescente integração entre os mais variados atores da cadeia de suprimentos, com maior previsibilidade e agilidade em todas as etapas que a compõem.

* Paulo Sarti é diretor-presidente da Penske Logistics Brasil.

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