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O que a tecnologia ainda pode fazer para tornar a operação logística mais eficiente

Publicado em 26/05/2023

É imprescindível que gestores estejam sempre atentos às novidades e oportunidades do mercado que podem apoiar e garantir a satisfação dos clientes e melhores entregas

Por Paulo Sarti *

O que a tecnologia ainda pode fazer para tornar a operação logística mais eficiente
Segundo o executivo, eficiência logística é evitar erros e retrabalhos, garantir a segurança de dados e aperfeiçoar a comunicação (Foto: Divulgação)

Quais indicadores devem ser levados em consideração para avaliar se uma operação logística é eficiente? Em linhas gerais e de maneira prática, essa resposta deve ser buscada a partir da análise de três fatores: atendimento aos prazos, padronização de todos os processos que compõem a cadeia de suprimentos e, principalmente, otimização dos custos. No cenário atual, de competição acirrada e recursos limitados, só o uso extensivo de tecnologia permite alcançar os resultados esperados para essa tríade.

A Pesquisa ILOS 2022, realizada com 80 executivos sêniores brasileiros, mostrou que a esmagadora maioria dos tomadores de decisão em logística utiliza a tecnologia em suas operações: 76% contam com um TMS (Transportation Management System, ou Sistema de Gestão de Transporte) e 87% usam um WMS (Warehouse Management System, ou Sistema de Gerenciamento de Armazém). Mas, pensando além dessas soluções “básicas”, como a tecnologia pode ajudar a tornar os processos logísticos ainda mais eficientes?

A aplicação de ferramentas tecnológicas em larga escala demanda planejamento e investimentos. Nesse contexto, adotar uma estratégia baseada no conceito asset light (ou a redução ao mínimo possível dos ativos físicos da companhia, como frota própria) pode se mostrar um decisivo diferencial competitivo. A partir desse modelo de negócio, analisar o mercado e escolher parceiros estratégicos é o passo seguinte para entregar eficiência.

A utilização de softwares de gestão capazes de monitorar todas as etapas da cadeia logística, com base, por exemplo, em machine learning (“aprendizado de máquina”), traz benefícios práticos, como redução do tempo de carregamento e descarregamento, otimização de rotas e aumento do controle sobre a emissão de documentos fiscais. Além disso, ainda permite que as equipes se dediquem cada vez mais às tarefas analíticas e estratégicas, essenciais para atrair e reter clientes.

A retenção de clientes pode, muitas vezes, estar diretamente relacionada ao uso de soluções tecnológicas eficientes em todos os processos logísticos. De acordo com o estudo “Third-Party Logistics Study 2022”, realizado pela consultoria NTT DATA nos Estados Unidos, 65% das empresas afirmaram que suas expectativas em relação ao uso da tecnologia na logística aumentaram em comparação à pesquisa do ano anterior, enquanto 78% dos operadores logísticos acreditam que as expectativas dos clientes aumentaram em relação às soluções tecnológicas oferecidas.

Também nos Estados Unidos, berço de algumas das maiores empresas globais de logística, tornou-se comum o uso da expressão data is the new oil (“dados são o novo petróleo”, em tradução literal) para transmitir a importância de compilar e analisar adequadamente dados em todo e qualquer setor da economia. Essa análise é fundamental para garantir uma gestão de custos eficiente e oferecer aos clientes o melhor SLA (Acordo de Nível de Serviço, na sigla em português) possível.

No caso de operadores logísticos, que geralmente atendem empresas dos mais diversos segmentos, os dados são indispensáveis para estruturar parâmetros e aprimorar continuamente os diferentes modelos operacionais, uma vez que cada setor trabalha com informações bem particulares e inerentes à área de atuação.

O tempo, outro elemento-chave da operação logística, também pode – e deve – ser otimizado com a tecnologia. Disponibilizar e analisar dados em tempo real, por meio de dashboards interativos, aprimora a velocidade de resposta dos gestores e confere mais agilidade à cadeia. A implantação do 5G, já iniciada no Brasil, trará mais oportunidades para aumentar a eficiência e flexibilidade na gestão, ao permitir, por exemplo, mais assertividade no rastreamento e monitoramento da distribuição de cargas.

Eficiência logística é evitar erros e retrabalhos, garantir a segurança de dados e aperfeiçoar a comunicação em todas as etapas do processo. É imprescindível que gestores estejam sempre atentos às novidades e oportunidades do mercado, como diferentes soluções e parcerias com o crescente ecossistema de startups e logtechs brasileiras, que podem apoiar e garantir a satisfação dos clientes e melhores entregas. A busca pela excelência em nosso setor precisa estar de mãos dadas com a tecnologia.


* Paulo Sarti é diretor-presidente da Penske Logistics Brasil

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