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Com HODIE, Runtec oferece visibilidade logística em uma única plataforma, diz CEO 

 

Publicado em 07/06/2024

Com exclusividade à MundoLogística, Mauricio Fabri de Oliveira compartilhou insights sobre a trajetória da empresa, como a solução se diferencia de outras ferramentas do mercado e como impacta a competitividade das empresas 

Por Camila Lucio 

Com HODIE, Runtec oferece visibilidade logística em uma única plataforma, diz CEO 
Mauricio Fabri de Oliveira, CEO da Runtec (Foto: Divulgação)

A Runtec, empresa com 23 anos de experiência e inovação na otimização de recursos logísticos, se destaca no mercado com a solução HODIE, um pacote de ferramentas que oferece visibilidade completa da operação de entregas. Desde o desenvolvimento no início dos anos 2000, o HODIE evoluiu para incluir diversos módulos como gestão de pátio, agendamentos, monitoramento operacional de docas e a gestão de entregas e ocorrências, além da logística reversa. 

Com exclusividade à MundoLogística, Mauricio Fabri de Oliveira, CEO e fundador da Runtec, compartilhou insights sobre a trajetória da empresa, explicou como o HODIE se diferencia de outras soluções do mercado e a forma como a solução impacta a competitividade das empresas. 

Leia na íntegra! 


MUNDOLOGÍSTICA: O HODIE é um pacote de soluções da Runtec, empresa com 23 anos de uma jornada de inovação com foco na otimização de recursos e eficiência.  Quando a ideia surgiu e qual foi o insight inicial desta solução logística? 

MAURICIO FABRI DE OLIVEIRA: Começamos a desenvolver em 2000, com o intuito de fazer a tratativa de gerenciamento de entregas. Na época, os sistemas de logística que haviam no mercado eram mais voltados para custo de frete. Dessa forma, o nosso foi o primeiro produto focado em monitoramento de entregas e na parte de gerenciamento do serviço a cliente — que hoje é a conhecida torre de controle. Fomos a primeira solução do Brasil focada com esse fim. 

A partir do ano de lançamento, como a solução foi aprimorada? 

Era um mercado difícil, porque tinha um produto que era meio diferente do que existia. Todo mundo estava muito concentrado em custo de frete e a nossa solução vinha com uma proposta de visibilidade — o que todos querem hoje —, mas,  na época, era difícil encontrar empresas que viam o valor nisto. Elas estavam muito focadas em custo. Então, nos primeiros anos, a gente realmente teve que provar para o mercado o benefício do produto e, felizmente, tivemos o apoio de algumas indústrias muito grandes, como setor de alimentos, químico e farmacêutico, que foram nos apoiando e apostando. A partido disso, fomos entendendo e desenvolvendo o mercado e o produto. Quando chegou em 2007, vimos um palestrante falando sobre a questão da confirmação de entrega, que era uma das maiores dificuldades no mercado. Não havia aplicativos e smartphones e [esse serviço] não era algo tão comum. Era difícil obter informação do motorista na ponta. E, nessa ocasião, a gente acabou fazendo o uso de uma solução que um fornecedor nosso tinha, que era uma URA, um sistema de telefonia 0800. Lançamos a segunda versão do HODIE — uma versão que permitia comunicação com o motorista a partir de uma ligação telefônica. Na época, o telefone celular já era algo comum, talvez a internet e plano de dados eram mais restritos. Com isso, a gente conseguia trazer a informação de entrega da ponta para o HODIE. E isso deu um “boom”. Realmente, em 2008, 2009, 2010, crescemos demais, foi onde ganhamos bastante mercado, a solução começou a ficar conhecida, as empresas indicavam e a gente conseguia trazer informação de entrega em tempo real. Praticamente era a única solução que tinha essa facilidade. A partir de 2011, começamos a lançar um módulo por ano, a suíte começou a ganhar outros módulos, a gente começou a sair do monitoramento de entregas e fomos crescendo na parte de pátio, portaria, logística reversa, aplicativos móveis, aplicativo para motorista, torre de controle e fomos criando isso ao longo dos anos de 2011 até 2022. 

A visibilidade é um conceito importante para obter ganhos de eficiência. Como o HODIE proporciona visibilidade completa da cadeia de suprimentos? 

Hoje, temos o apoio de muitos módulos. Conseguimos dar visibilidade no nível de detalhes que o cliente deseja. Por exemplo, quando o cliente está em um nível de maturidade mais inicial, geralmente a visibilidade que a gente vai dar para ele é da entrega da nota fiscal. Dessa forma, ele tem a nota emitida, nota embarcada, nota em trânsito, previsão de entrega e agendamento. Essa gama de detalhes da nota fiscal dentro do nosso módulo principal e, a partir disto, podemos aumentar o detalhamento. O cliente que já está no nível mais maduro, já quer começar o pátio, a portaria, o carregamento, a chegada do veículo e a programação da coleta. Então, a gente tem o módulo “booking”, que vai dar a visibilidade a partir dessa etapa de montagem da carga, planejamento, agendamento da coleta e, às vezes, até transferência. E, na nossa versão mais completa da suíte, tem o módulo pedidos, que vai oferecer experiência do e-commerce, com a visão ampla e super detalhada, desde o momento do nascimento do pedido. Então, a nossa suíte tem essa possibilidade de entregar esta visibilidade bem ampla que vai da necessidade e do objetivo do cliente. 

Na sua opinião, qual é a importância da integração entre transportadores e embarcadores para a eficiência e eficácia da logística? 

Atualmente, um sistema sem dados é só um problema que você terá, porque não vai te dar nada em troca. É necessário receber dados, não só dos transportadores, mas, muitas vezes, de operadores, de terceiros, de clientes, e, às vezes, da área comercial. Essa colaboração — que é trazer todo mundo para um único canal, onde as informações estão fáceis, acessíveis e podem ser manuseadas — é fundamental. Quando a gente vai para falar desta integração com o transportador, que é uma entidade que está fora da nossa companhia, já complica um pouco mais, porque, normalmente, tem níveis de transportadores. Tenho um transportador super avançado, muitas vezes, com uma tecnologia robusta, com rastreador, com integração, com informação de minuto em minuto tenho aquele transportador médio e, às vezes, aquele pequeno, que não tem muita coisa. Nivelar é um desafio. Se não conseguir fazer isso de uma forma bem robusta, acaba tendo buracos na cadeia de informações que atrapalham a gestão e passa a ter uma visibilidade distorcida. Então, como a gente resolve isso com o HODIE? A gente trabalha muito com essa questão de estar do lado do transportador. Temos toda uma estrutura dentro da Runtec para atender ao transportador do nosso cliente, não é o nosso transportador; nós não contratamos transportadores, são os nossos clientes. Então, apoiamos tecnicamente. É um diferencial do HODIE oferecer uma gama de soluções bem amplas para o transportador. Se um transportador em uma região com sinal de internet ruim — no campo, por exemplo — quiser ligar e fazer uma baixa por um telefone fixo, ele consegue. Tem também o aplicativo de motorista, uma solução que os transportadores menores que não têm o seu aplicativo podem usar e é gratuito. Depois, a gente tem soluções de tecnologia, de fato — os arquivos de interfaces. Temos um portal onde o transportador pode consultar as entregas pendentes no prazo dos relatórios, e há toda uma interação que ele pode atualizar o sistema. Temos uma central de APIs que a gente chama de “Gateway”, que é o HODIE Gateway, a nossa solução mais robusta para interfaces com os transportadores, integração com os transportadores. É muito legal, porque o transportador se homologa uma vez com o HODIE e, se atender um cliente nosso, está integrado. Desta forma, amanhã ou depois ele vai atender um novo cliente que já usa o HODIE e já está na plataforma, sem precisar desenvolver uma nova API e gerar mais custo.

O projeto é construído personalizado para cada demanda e para cada empresa? 

Sim e não. Quando pensamos em personalização de software, pensamos muitas vezes em construir algo novo para aquele cliente — isso às vezes acontece, principalmente com os clientes muito grandes que têm uma complexidade operacional e que não quere abrir mão, mas sim e o sistema se adeque. Nesse caso, há uma customização, onde o sistema é modificado para se adequar à realidade daquele cliente. O cenário mais comum é que a empresa nos procura falando “quero o que você já tem”. E nós temos muita coisa. Dessa forma, como costumamos trabalhar? A gente costuma entender o que ele busca, mapear as oportunidades e o que a gente consegue trazer de ganho. Poderia, por exemplo, gerar um agendamento automático em tal ponto. É algo que vou adequar, configurar, parametrizar — ou seja, eu não vou ter que mexer no produto, modificar, criar uma versão nova. Vou adequar à realidade daquele cliente. É praticamente um acabamento que dou para ficar com a cara [do cliente]. Ou seja, ligo e desligo uma série de funcionalidades que ele gostaria de usar ou não. É assim que a gente costuma trabalhar. 

Como o HODIE se diferencia de outras soluções do mercado e como impacta a competitividade das empresas que o utilizam? 

Acho que um dos nossos maiores diferenciais é o fato de sermos um único produto. A suíte HODIE é um produto só. Ela tem vários módulos, mas, por exemplo, o cadastro de cliente é um só, o cadastro de transportador é um só, a nota fiscal está em um lugar só… é tudo uma coisa só. Se o cliente tem um módulo “pedidos”, ele vai ter a visibilidade do pedido, da entrega e da nota em um único produto. Vemos por aí que existem empresas com soluções, mas que são muitas vezes complementares. Elas têm alguns produtos que compõem um escopo amplo como o nosso. O nosso é um produto só e isso facilita as integrações. Não tenho integração, os meus sistemas são nativos e é um grande diferencial nosso. Vamos desde o pedido, passando pela parte de cargas, entrega, ocorrência, devoluções, recusas e logística reversa. Olhamos do começo ao fim. Nós também nos diferenciamos porque o cliente pode ir ligando os módulos aos poucos. Ou seja, ele faz hoje a gestão da nota, amanhã vai para a [logística] reversa, ano que vem vai fazer um novo produto, um novo projeto para olhar o pedido e, dessa forma, consegue ativar os módulos gradualmente e os projetos vão ficando cada vez mais baratos porque as integrações são menores. Não precisa integrar tudo de novo, pois já tem uma parte dos dados — é só complementar. O terceiro diferencial é a capacidade de integração com os transportadores. Hoje, nós temos uma das suítes que, praticamente, tem a maior gama de alternativas para o transportador se conectar e ele é livre para escolher. Além disso, podemos citar que a Runtec vem se transformando. Estamos muito focados no embarcador, mas a gente já vem crescendo do lado do destinatário. Entendemos que existia uma oportunidade no destinatário e quem recebe essas entregas. Assim, já estamos em duas das maiores redes de varejos do Brasil, recebendo todo o agendamento. Dessa forma, conseguimos ver o pedido nascendo na ponta, chegando para a indústria e agora estamos expandindo para atender transportadores como nossos clientes, com uma solução diferenciada e adequada para essa realidade. Hoje, já está deixando de ser uma solução de logística para ser uma solução realmente da cadeia de suprimentos como um todo. Estamos no começo, no meio e no fim, olhando tudo isso, tudo integrado em uma única plataforma. 

Há mais de 20 anos no mercado, como a Runtec se mantém inovadora e atualizada com as últimas tendências? 

Esse é o ponto importante, porque nosso slogan aqui é “a logística inova”. A inovação faz parte realmente do nosso DNA. No ano passado, por exemplo, podemos citar quase 10 inovações que implementamos na empresa, no nosso produto. Nos preparamos para a parte de e-commerce, mudamos a estrutura de banco de dados, mudamos a estrutura de Cloud com nova escalável, enfim… é uma série de projetos. Acredito que parte da nossa cultura de realmente as pessoas terem essa visão de que temos que fazer diferente e temos que fazer melhor, mas muito provocado também pelo público, pelo cliente — que é um cliente muito exigente. Temos a sorte de atender indústrias muito sólidas, líderes de mercado, e que, portanto, são indústrias muito exigentes. Há uma provocação também, no bom sentido, de que a gente traga o que tem de mais moderno e estamos sendo estimulados o tempo todo a buscar o novo. São cerca de 150 projetos por ano que a gente faz com os nossos clientes, o que é muita coisa para uma empresa de software. Acabamos nos adequando a esse movimento e acredito que também poderia ser até um diferencial para citar: as grandes indústrias não querem login e senha para uma plataforma; elas querem do jeito delas e aprendendo a fazer. Hoje, temos um processo bem robusto para atender isso, tanto que o nível de satisfação dos nossos clientes está acima dos 90% — ano passado foi de 92% e neste ano está em 97%. Dessa forma, o nível de avaliação positiva é muito alto porque realmente nos esforçamos muito. 

Quais os próximos planos da empresa? 

Estamos crescendo muito no mercado externo. Já estamos em cinco países da América Latina, estamos começando a dar passos em direção a países fora da América Latina e estamos bem empolgados. Mas ainda temos a possibilidade de fazer essa integração do Supply Chain, de transformar uma solução de logística para uma solução da cadeia de suprimentos. 

 

 

 

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