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Costa Brasil aposta em antecipação de cargas para minimizar impactos da seca 

Estratégia visa reduzir os custos logísticos ao evitar despesas adicionais, como taxas impostas durante a estiagem e custos relacionados à estadia dos contêineres dos armadores

Publicado em 03/09/2024 — por Redação
Costa Brasil aposta em antecipação de cargas para minimizar impactos da seca 
Imagem ilustrativa (Foto: Shutterstock)

A Costa Brasil adotou uma estratégia de estoque avançado, antecipando carregamentos para a Zona Franca de Manaus durante o período de pré-estiagem. A iniciativa faz parte de um pacote logístico que inclui o carregamento das mercadorias na origem, transporte multimodal — rodoviário, aquaviário (cabotagem) e ferroviário —, armazenagem e distribuição conforme a demanda dos clientes. 

Entre as soluções logísticas propostas, estão a armazenagem de contêineres nos Terminais e a utilização de cross-docking nos armazéns. De acordo com a companhia, a conservação de contêineres garante a segurança das mercadorias até que estejam prontas para a distribuição, enquanto o cross-docking facilita a transferência da carga dos contêineres para os veículos de entrega. 

A estratégia visa reduzir os custos logísticos ao evitar despesas adicionais, como taxas impostas durante a estiagem e custos relacionados à estadia dos contêineres dos armadores. 

Segundo o diretor-executivo da Costa Brasil, Marcio Salmi, a antecipação de carregamentos minimiza os riscos de rolagens de carga que ocorrem quando a alta demanda por espaços nos navios durante a estiagem leva à necessidade de adiamento ou cancelamento de embarques.  

“Isso não apenas causa atrasos, mas também pode resultar em penalizações financeiras e perda de clientes. Com a armazenagem eficiente, conseguimos assegurar a disponibilidade e a pontualidade das entregas”, destacou o executivo. 

A empresa também se prepara para o aumento da demanda no serviço rodofluvial entre São Paulo e Manaus e oferece uma solução ferro-rodofluvial com saídas semanais de São Paulo para Manaus via Porto Velho, com tempo de trânsito de 15 dias. Segundo a companhia, as cargas são acomodadas e transportadas em contêineres. 

MUDANÇAS CLIMÁTICAS INFLUENCIAM O PROCESSO LOGÍSTICO 

Na avaliação da Costa Brasil, inundações, secas, tempestades e elevações no nível do mar têm um impacto direto na logística, afetando estradas, ferrovias, portos e aeroportos. Fenômenos históricos, como alagamentos no Rio Grande do Sul e incêndios florestais no Pantanal, ressaltam a gravidade da situação.  

Uma pesquisa da DataFolha, divulgada em 1º de julho, revela que 97% dos brasileiros percebem mudanças climáticas em seu cotidiano. A ciência aponta os gases de efeito estufa, emitidos principalmente pela queima de combustíveis fósseis e desmatamento, como os principais responsáveis pela crise climática.  

A pesquisa indicou ainda que 77% dos entrevistados enfrentaram eventos climáticos extremos recentemente, como calor intenso (65%), chuvas intensas (33%), secas (29%), enchentes (20%) e deslizamentos de terra (7%). Apenas 23% não vivenciaram essas situações. 

SECA NO NORTE DEVE SER TÃO OU MAIS SEVERA  

O período de seca que já afeta a região Norte do país deve se prolongar pelo menos até o final de outubro, com movimento de regularização previsto a partir de novembro. Até lá, a situação do clima irá requerer atenção das empresas, por conta da previsão de temperaturas mais altas e chuvas abaixo da média, que devem impactar operações logísticas. 

As informações são do Climatempo, empresa brasileira de consultoria meteorológica e previsão do tempo, e foram divulgadas pela MundoLogística. Segundo a companhia, as temperaturas na região já estão de 1 a 2 graus celsius acima da média, e seguirão subindo, com o pico de calor mais intenso previsto na primeira quinzena de outubro.