O roubo e furto de veículos utilitários, como vans, furgões e VUCs (Veículos Urbanos de Carga), cresceram 40,6% no 3º trimestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo dados do Grupo Tracker, o principal motivador do crime é o comércio ilegal de peças.
Os casos se concentram em Suzano e Ferraz de Vasconcelos, além dos bairros Tiradentes e Guaianases, na capital paulista. Nessas áreas, os desmanches são realizados em locais de difícil acesso, como regiões de mata fechada — onde os veículos são desmontados rapidamente em uma operação organizada e de ritmo intenso —, antes de serem queimados para apagar os rastros, resultando em verdadeiros cemitérios de carcaças.
Em comparação, as ocorrências com veículos pesados se mantiveram praticamente estáveis, apresentando uma leve alta de 0,9%.
O gerente de Comando e Monitoramento da companhia, Vitor Corrêa, destacou a preferência dos criminosos pelo roubo desses veículos, com casos em que o motorista é mantido em cárcere privado enquanto o utilitário é rapidamente desmontado.
“Eles agem de forma ordenada como uma linha de produção, com várias pessoas atuando ao mesmo tempo, tudo para agir com velocidade e evitar que o veículo seja localizado pelas empresas de rastreamento”, disse Corrêa.
De acordo com o coordenador de Operações do Grupo Tracker, Airton Júnior, a companhia tem investido em operações de inteligência para mapear e coibir os desmanches a céu aberto. “Temos feito imersões nesses locais e conseguimos localizar e mapear novos pontos de corte, independente de termos veículos ou eventos nossos nestas áreas. Isso ajuda a coibir a ação dos criminosos, que passam a ter mais cautela antes de entrar nesses desmanches.”
Em comunicado, a companhia reforçou que uma forma de conter o avanço dessa prática é o consumidor somente adquirir peças que possuam nota fiscal.