A escassez de motoristas qualificados no transporte rodoviário é um desafio crescente na logística. De acordo com uma pesquisa da Fetrabens, mais de 37% dos motoristas autônomos se aposentarão até 2026 e, nesse contexto, e as condições de trabalho marcadas por longas jornadas, estradas precárias e prazos apertados têm tornado a profissão pouco atrativa, especialmente entre os jovens.
Diante dessa realidade, saber como fidelizar motoristas tornou-se uma questão de diferenciação competitiva no contexto atual das operações de transporte e logística no Brasil.
Para lidar com essa crise, é essencial entender o perfil dos motoristas e o que eles esperam do mercado. Pensando nisso, a MundoLogística em parceria com a Trizy realizou a pesquisa “Perfil do Caminhoneiro Brasileiro”, que destacou insights sobre os fatores que podem atrair e reter motoristas no setor.
A pesquisa teve a participação de mais de 1,2 mil motoristas, que apontaram as medidas que consideram mais relevantes para manter profissionais qualificados no segmento de transporte rodoviário de carga.
MELHORIA NA REMUNERAÇÃO
A pesquisa revelou, por exemplo, que 58,97% dos motoristas consideram a melhora na remuneração como o principal fator para permanecerem na profissão. Essa é a maior preocupação entre os entrevistados, superando outros aspectos como maior número de benefícios, capacitação e redução do tempo de viagem.
A demanda dos motoristas por melhor remuneração pode ser justificada pelo aumento do custo de vida, combinado com a redução da média salarial da categoria nos últimos anos.
Evidenciando esse cenário, dados levantados pela Childhood em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS) apontam que a renda média dos caminhoneiros caiu de R$ 3,6 mil em 2015 para R$ 3,2 mil em 2021, uma redução de 11%.
OFERTA DE BENEFÍCIOS
Além da remuneração, 37,97% dos motoristas que participaram da pesquisa afirmaram que a oferta de mais benefícios seria fundamental para fidelização. Benefícios como seguro de vida, plano de saúde e auxílio-alimentação estão entre os mais visados pelos profissionais.
Oferecer esses tipos de auxílio não só melhora a qualidade de vida dos motoristas, mas também ajuda a valorizar a profissão, que é vista como de risco elevado. Segundo um levantamento do R7 com dados da Polícia Rodoviária Federal, foram registrados 67,6 mil acidentes nas estradas brasileiras em 2023 — maior número desde 2018.
REDUÇÃO DO TEMPO DE VIAGEM
Outra preocupação expressa na pesquisa “Perfil do Caminhoneiro Brasileiro” foi a redução do tempo de viagem. Mais de 28% dos motoristas consideram essa uma medida essencial para melhorar suas condições de trabalho.
De acordo com o levantamento “Transportador Autônomo de Cargas 2024”, realizada pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), os motoristas de caminhão trabalham, em média, 24 dias por mês, com jornadas de 12 horas por dia.
Essas longas jornadas têm impacto direto na saúde e na vida pessoal dos motoristas. Nesse sentido, empresas que buscam fidelizar motoristas devem considerar formas de reduzir essas horas, seja por meio de uma logística mais eficiente ou por políticas que incentivem o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E MODERNIZAÇÃO DE FROTA
Oferecer aprimoramento profissional também é uma maneira de atrair e fidelizar motoristas. Segundo a pesquisa, 25,74% dos motoristas acreditam que a oferta de cursos e treinamentos é essencial para melhorar suas qualificações e aumentar sua eficiência no trabalho.
Outro fator importante para a fidelização dos motoristas é a modernização da frota. De acordo com a pesquisa Trizy, 13,84% dos motoristas consideram a renovação da frota uma estratégia crucial para melhorar as condições de trabalho.
Quem leu esse artigo, também se interessou pelos conteúdos abaixo
.gif)
