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Baixa qualidade das rodovias aumenta em mais de 90% custos logísticos

Publicado em 05/06/2024

De acordo com a 26ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, 67,5% das estradas do país apresentam problemas e que analisou mais de 111,5 mil quilômetros de estradas em todo o território nacional

Por Redação

Baixa qualidade das rodovias aumenta em mais de 90% custos logísticos
Nas estradas avaliadas como ruins ou regulares, a escalada de custos é de 65,6% (Foto: Shutterstock

Os custos logísticos atrelados a baixa qualidade das rodovias brasileiras são um dos principais desafios para a competitividade do país. Não por acaso, um estudo realizado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) indicou que aproximadamente R$ 290 bilhões do Custo Brasil são compostos por questões infraestruturais que impactam a mobilidade urbana e o setor de transportes.

Um bom termômetro para um estudo mais detalhado desse cenário pode ser observado também na 26º edição da Pesquisa CNT de Rodovias, divulgado no fim de 2023 e que analisou mais de 111,5 mil quilômetros de estradas em todo o território nacional, trazendo indicadores importantes sobre como a qualidade da malha viária brasileira influencia na alta dos custos operacionais de transportadoras e operadores logísticos.

CUSTOS OPERACIONAIS

Um dos indicadores mais preocupantes apresentados na última edição da Pesquisa CNT de Rodovias diz respeito à qualidade geral da malha viária: segundo o levantamento, dos 111.502 Km avaliados, 67,5% apresentaram problemas estruturais, fato que se reverte diretamente no custo operacional do transporte brasileiro.

Nesse sentido, segundo o levantamento, em estradas consideradas péssimas, os custos podem aumentar em até 91,5% para as empresas. Nas estradas avaliadas como ruins ou regulares, a escalada de custos é, respectivamente, de 65,6% e 41% dentro de um cenário que, hoje, já consome cerca de 13,3% do Produto Interno Bruto do país, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Operadores Logísticos.

IMPACTO É MAIOR NA REGIÃO NORTE

Segmentando o impacto financeiro na operação das empresas por região, a Confederação Nacional do Transporte identificou ainda que, na região Norte do país, o incremento de custos pode alcançar 42,5%, fato que reflete o estado crítico de muitas estradas e rodoviárias de um importante polo logístico do país, haja vista sua participação na atividade industrial por meio da Zona Franca de Manaus.

Em estradas consideradas péssimas, o aumento de custos operacionais para as empresas de transporte chega a 91,5%

Confira o ranking completo do aumento de custos operacionais motivados pela baixa qualidade da malha viária brasileira:

  • Região Norte (42,5% a mais);
  • Região Sul (33,1% a mais);
  • Região Sudeste (31,7% a mais);
  • Região Nordeste (31,7% a mais);
  • Região Centro-Oeste (28,3%).

PRINCIPAIS PROBLEMAS IDENTIFICADOS

Sintetizando os principais pontos críticos das estradas brasileiras, uma matéria do Portal Brasil 61 com base no relatório da CNT reforçou a presença:

  • De 207 quedas de barreiras;
  • 5 pontes caídas;
  • 504 erosões nas pistas;
  • 1.803 unidades de coleta com buracos grandes;
  • 67 pontes estreitas
  • Além de outros 62 tipos de problemas que atrapalham a fluidez nas rodovias do país.

Diante de tal cenário, um dos impactos mais evidentes é o aumento no consumo de combustível dos caminhões e veículos de transporte profissional que, também segundo a matéria, podem ser até 35% mais elevados, a depender da região do país. Ainda de acordo com a CNT, estima-se um desperdício superior a 1,1 bilhão de litros de óleo diesel em virtude do contexto atual das estradas brasileiras.

COMO A TECNOLOGIA PODE APOIAR AS EMPRESAS?

Para minimizar os impactos desse cenário, a tecnologia tem sido um importante alicerce para as estratégias e cadeias operacionais das empresas do ramo logístico.

Tendências como a inteligência artificial – que está na base das ferramentas de monitoramento do desgaste de veículos e consumo de combustível – ou as soluções de roteirização, rastreamento e telemetria (que além de aumentar a segurança dos motoristas, gera uma base de dados importante para a melhoria do planejamento de rotas e gestão logística); são apenas alguns dos exemplos de como a inovação assume protagonismo dentro do contexto da logística 4.0.

No entanto, apenas tecnologia não basta. Para uma mudança real da realidade da infraestrutura viária brasileira, é fundamental que haja avanços em investimentos públicos, panorama ainda muito aquém das necessidades do país.

Com essa combinação de esforços poderemos, de fato, sanar gargalos que hoje atrasam a competitividade nacional.

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