Qual a média salarial dos caminhoneiros no Brasil?

Publicado em 19/09/2024 por Redação

Dados divulgados em pesquisa do IPTC apontou que a média salarial dos motoristas varia de estado para estado do país

Qual a média salarial dos caminhoneiros no Brasil?
Imagem ilustrativa (Foto: Shutterstock)

Os caminhoneiros desempenham um papel crucial na economia brasileira, transportando mercadorias e assegurando que produtos cheguem aos seus destinos nos quatro cantos do país. Contudo, a profissão enfrenta desafios significativos. Nesse sentido, a média salarial dos caminhoneiros no Brasil tem sido um ponto de preocupação nos últimos anos, refletindo uma série de dificuldades econômicas e estruturais.

Segundo dados do CAGED divulgados em pesquisa do Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), de 2023, a média salarial dos motoristas varia de estado para estado do país, chegando a R$ 2.492,27 em São Paulo (maior renda) e R$ 1.919,96 (menor renda) no estado de Goiás.

Em termos comparativos, o levantamento da Childhood Brasil, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe, apontou que, em 2021, o salário médio dos caminhoneiros no Brasil foi de R$ 3.515 por mês. Ou seja: mesmo considerando a renda mais alta, de São Paulo, estamos falando de uma queda de quase 30% na média salarial dos motoristas profissionais.

Além do quesito remuneração, a pesquisa do IPTC revelou que a maioria dos motoristas tem entre 36 e 45 anos e a baixa remuneração tem uma influência direta na rotatividade dos caminhoneiros e condutores.

PRECARIZAÇÃO

Na pesquisa da Childhood Brasil, por sua vez, observa-se que o salário dos caminhoneiros vem caindo gradativamente nos últimos anos. Se, em 2021, a renda média desses profissionais foi de 2,9 salários mínimos, ela chegou a ser 4,55 em 2015 e 5,77 salários em 2010.

Além disso, o aumento nos custos operacionais, como combustível, manutenção de veículos e pedágios, tem corroído a renda desses profissionais. Outro fator relevante é a inflação geral dos preços que tem impactado significativamente o poder de compra desses trabalhadores.

Ademais, a falta de investimento em infraestrutura e segurança nas estradas também contribui para a precarização do trabalho dos caminhoneiros.

Um levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) apontou que cerca de 70% das rodovias brasileiras estão em condições ruins ou péssimas, aumentando o desgaste dos veículos e o risco de acidentes. Nesse cenário, a longa jornada de trabalho, muitas vezes acima das 12 horas diárias, e a pressão por prazos apertados também contribuem para a exaustão dos motoristas.

RISCOS DE ACIDENTES

A precarização das condições de trabalho e a perda de ganho têm impactos diretos na segurança dos caminhoneiros e de outros usuários das estradas. O aumento dos custos operacionais leva muitos caminhoneiros a priorizarem a economia de recursos quando é necessário investir em manutenções essenciais e a adotar práticas de direção arriscadas para cumprir prazos, como o uso de substâncias estimulantes para combater a fadiga.

Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) indicaram que um de cada quatro acidentes em 2023 envolveram veículos de carga pesada. Além disso, quase metade (46%) das mortes registrada em rodovias federais envolviam caminhões ou carretas. A maioria desses acidentes podem ser atribuídos à fadiga dos motoristas, falhas mecânicas e condições precárias das estradas.

ESTRADAS DO FUTURO

Considerando todo esse contexto, a campanha "Estradas do Futuro", iniciativa da MundoLogística, se propõe a conscientizar e prevenir mortes e acidentes nas rodovias, reunindo diferentes atores da cadeia logística para promover a segurança no transporte rodoviário.

Por meio de ações multissetoriais de comunicação e capacitação, a campanha busca dar visibilidade à urgência de reduzir acidentes e mortes, mas também a questões estruturais, incluindo a própria precarização na média salarial dos caminhoneiros, ao mesmo tempo, em que difunde práticas e soluções para a proteção e capacitação dos motoristas. Ao promover a educação e a conscientização, a campanha não só ajuda a reduzir os riscos de acidentes, mas também valoriza e protege aqueles que movem o país. Faça parte!

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