Quais fatores motivaram a alta de acidentes nas estradas em 2023?

Publicado em 20/08/2024

Pesquisas revelam o aumento expressivo no número de incidentes em rodovias brasileiras; veja os principais motivos

Por Redação

Quais fatores motivaram a alta de acidentes nas estradas em 2023?
A alta de acidentes nos últimos anos representa um desafio importante (Foto: Shutterstock)

O ano de 2023 foi marcado por um aumento preocupante no número de acidentes nas estradas em todo o Brasil. Diante dessa realidade, surge a necessidade de compreender os fatores que contribuíram para essa alta, buscando identificar as causas e propor medidas eficazes para revertê-la.

Diversos índices mostram uma elevação no número de incidentes em rodovias do país. Um compilado do R7 com dados da Polícia Rodoviária Federal, apontou que os acidentes em 2023 chegaram a 67,6 mil – maior número desde 2018.

Outro indicador que chama a atenção é o de óbitos nas estradas, além de seguir em alta constante desde 2019, 2023 foi o período com o maior número de mortes em rodovias dos últimos seis anos (5,6 mil óbitos).

Ainda conforme o levantamento da PRF, aproximadamente 35% dos acidentes causados no país em 2023 se concentraram em três estados da federação: Minas Gerais em primeiro lugar com 8,8 mil registros de acidente apenas em estradas federais, seguido por Santa Catarina (7,7 mil) e Paraná (7 mil) na última posição.

Neste mesmo ano, de acordo com informações do Infosiga, só as rodovias paulistas tiveram 2,1 mil acidentes fatais, que terminaram com 2,3 mil mortes.

Mais um índice que causa apreensão é o dado apontado pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet-MG) com base em dados fornecidos pela PRF: nos últimos 15 anos, a proporção de mortes em relação ao número de acidentes aumentou 50%.

Diante desse cenário, é imperativo examinar as possíveis causas por trás da elevação desses números como um primeiro passo no caminho para estradas mais seguras no futuro.

AUMENTO DE ACIDENTES: CAUSAS

Em análise da supracitada pesquisa, o diretor científico da Abramet-MG, Alysson Coimbra, ressaltou que os acidentes têm uma taxa de mortalidade mais alta devido a comportamentos de risco, como dirigir em alta velocidade e agir de forma imprudente.

Ele também observou que algumas rodovias não foram aprimoradas estruturalmente e não atendem às necessidades do tráfego atual, evidenciando o quanto a falta de investimento em segurança e em melhorias da infraestrutura viária é um fator determinante para o aumento no número de acidentes.

Dados recentes reforçam essa visão: um levantamento da CNT que analisou 11.502 km da malha rodoviária brasileira, indicou que 67,5% estão em más ou péssimas condições.

A pesquisa estima também um aumento significativo de 32,7% nos custos operacionais do transporte rodoviário de cargas devido à deterioração das rodovias, destacando a importância de investimentos em infraestrutura para reduzir tais impactos.

Outra pesquisa da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego mostrou que falhas humanas como desatenção, imprudência e imperícia são as principais causas de acidentes nas estradas brasileiras. Também aparecem no ranking o consumo de álcool e a velocidade incompatível com o tráfego.

Esses são dados que reforçam tanto o contexto desafiador da malha viária do país quanto questões relacionadas ao comportamento de motoristas que precisam ser trabalhadas para uma cultura de preservação da vida e redução de acidentes nas estradas.

Para reverter essa tendência preocupante é essencial a adoção de medidas robustas e abrangentes em um esforço conjunto do governo, da iniciativa privada e da sociedade civil como um todo. Confira algumas das principais soluções que podem ser empregadas para um trânsito mais seguro e responsável:

Investimento em infraestrutura e conscientização pública: atualmente, são necessários investimentos significativos em infraestrutura viária, visando melhorar a qualidade das estradas e garantir, por exemplo, a sinalização adequada. Campanhas de conscientização pública sobre segurança no trânsito também são fundamentais para promover comportamentos seguros.

Treinamento e capacitação: programas educacionais devem ser implementados nas empresas para garantir que os motoristas estejam preparados para lidar com os riscos associados às suas atividades. Medidas de segurança, como inspeções regulares, também são essenciais para prevenir acidentes.

Uso de tecnologia: a adoção de tecnologias inovadoras, como sistemas de assistência ao motorista que forneçam informações necessárias para uma direção responsável, pode ajudar a reduzir o número de acidentes. Essas soluções incluem desde o uso de inteligência artificial, para identificar atos inseguros, até a instalação de câmeras de monitoramento em veículos.

A alta de acidentes nos últimos anos representa um desafio importante que requer uma resposta coordenada e eficaz. Identificar e abordar as causas subjacentes desse problema é crucial para garantir a segurança nas estradas.

ESTRADAS DO FUTURO

Enfrentar o desafio dos acidentes em estradas e rodovias do Brasil não é uma questão simples e, ao mesmo tempo, trata-se de uma demanda que pede urgência. De acordo com dados da CNT (Confederação Nacional de Trânsito), só em 2022, mais de 64 mil acidentes foram registrados no país — desses, 82,1% deixou vítimas, incluindo mortos e feridos. Em termos gerais, o Brasil ocupa a preocupante posição de 3º país com o maior número de mortes no trânsito, conforme relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde). 

MundoLogística lançou a campanha “Estradas do Futuro”, uma iniciativa que conta com patrocínio da nstech e da Quartzolit, apoio da Onisys, da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) e da Associação Brasileira de Logística (Abralog). Por meio da campanha, o intuito é unir os diferentes atores da cadeia logística nacional, difundindo conteúdos educacionais que tragam tanto visibilidade para a pauta da segurança no transporte rodoviário, quanto práticas e divulgação de soluções que possam colaborar com a capacitação e proteção de motoristas.

Exclusivo e Inteligente

Mantenha-se atualizado em Logística e Supply Chain

Saiba mais