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Otimista com a regulamentação da BR do Mar, Costa Brasil afirma confiar no desenvolvimento da cabotagem

Publicado em 16/06/2023

Conforme a Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem, o crescimento da cabotagem brasileira nos últimos dez anos vem se mantendo numa média anual de 11%

Por Redação

Otimista com a regulamentação da BR do Mar, Costa Brasil afirma confiar no desenvolvimento da cabotagem
Segundo a integradora, a cabotagem é um modal consagrado para grandes e pequenos produtores ou varejistas (Foto: Freepik)

Em sintonia com o mercado na expectativa pela regulamentação da BR do Mar, que prevê a legislação sobre a navegação costeira — cabotagem —, a integradora multimodal Costa Brasil afirmou que mantém a confiança no modal marítimo e na credibilidade desta logística que cresceu na última década.

Conforme a Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (ABAC), o crescimento da cabotagem brasileira nos últimos dez anos vem se mantendo numa média anual de 11%. No entanto, segundo a entidade, este número poderia ser ainda muito maior. “Em 2012 foram transportados 546 mil TEUs enquanto em 2022 este número saltou para 1,2 mi, segundo dados que coletamos de nossas empresas associadas", disse Luís Fernando Resano, diretor-executivo da ABAC.

Segundo a integradora, atualmente a cabotagem é um modal consagrado tanto para grandes quanto pequenos produtores ou varejistas e teve um longo percurso para atingir esta condição. Roberto Veiga, diretor Comercial da Costa Brasil, confirmou a expectativa de expansão da atividade, mas disse que nem sempre foi assim.

“O Brasil tem um histórico muito grande no transporte rodoviário. É a nossa matriz de transporte. Quando a cabotagem começou a aparecer, algumas empresas achavam muito difícil trabalhar com a este modal. Não havia grande credibilidade nos serviços oferecidos. Hoje a realidade é bem diferente”, afirmou.

Otimista com a promessa do Governo Federal, de regulamentação da BR do Mar, intenção anunciada recentemente pelo Ministério de Portos e Aeroportos, Veiga ressaltou que a cabotagem brasileira credibilidade. “As empresas têm serviços semanais nos portos em que operam, com dias da semana programados, com horários e sempre tudo muito certo. Isso passa credibilidade”, disse.

“A regulamentação vai propiciar ambiente jurídico seguro para novos investimentos e certamente serão ofertadas mais embarcações, com mais rotas e mais terminais visitados regularmente, democratizando este acesso tão importante a produtores e distribuidores”, complementou.

Segundo a Costa Brasil, as cargas mais transportadas na cabotagem são variadas. Em princípio, pode ser qualquer volume que caiba em um contêiner, como eletroeletrônicos, bobinas de aço, produtos do agronegócio, petróleo bruto em barris, derivados, químicos orgânicos, soda cáustica, madeira, minérios ou veículos (motocicletas) produzidos na Zona Franca de Manaus.

A Costa Brasil atua em Manaus/AM, por exemplo, com rotas regulares, entregando os mais variados produtos para o varejo. De Manaus para o Sul e Sudeste, a companhia leva principalmente produtos da siderurgia, como perfis metálicos, chapas, bobinas e vários outros.

PERSONALIZAÇÃO

Para a Costa Brasil, além dos investimentos dos armadores em navios, o crescimento da cabotagem depende também da experiência de empresas. “Em vários casos a logística da carga precisa ser viabilizada, principalmente quando se trata de uma conversão de modal. Essa operação requer estudo, projeto e empenho”, afirmou a integradora multimodal.

A logística de produtos de siderurgia é um exemplo, segundo a empresa. “Hoje, temos uma equipe de mais ou menos dez pessoas dentro da fábrica de um cliente que trabalha com ferro e aço. Ele recebe o material bruto e industrializa; compra as bobinas e produz ferro e aço em vários formatos: chapas, cantoneiras, perfilados e diversos produtos. A nossa equipe recebe as peças na linha de produção, transporta para um pátio e estufa em contêineres”, explicou Roberto Veiga.

CRESCIMENTO DO SETOR

O diretor-executivo da Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (ABAC), Luís Fernando Resano, afirmou que as empresas estão ávidas pelo crescimento da economia brasileira e por uma procura maior pela cabotagem.

“Nós podemos ser a solução do maior equilíbrio da matriz de transportes e redução de emissão de gases de efeito estufa e carbono. Queremos que mais usuários entendam a cabotagem para sermos a solução e não o problema. A cabotagem está pronta para atender novos clientes. Não faltam navios e temos condições de trazer mais embarcações rapidamente se houver maior interesse dos usuários”, disse.

Conforme a entidade, em dez anos foram adquiridos em torno de 20 embarcações que estão registradas com bandeira brasileira, um investimento da ordem de R$ 3,5 bilhões. “Um dos fatores de crescimento do transporte de contêineres na cabotagem foi a maior oferta de serviços porta-a-porta, ou seja, a multimodalidade. Isto tem deixado o cliente cada vez mais tranquilo e se livra de uma enorme burocracia, além de ter a segurança de que seus prazos serão atendidos. A existência de Operadoras de Transporte Multimodal que utilizem uma parte do transporte marítimo é muito importante”, afirmou.