Em 2023, mais de 76 mil acidentes ocorreram em estradas sob concessão pública; as estatísticas de acidentes de trânsito são decorrências, principalmente, da imprudência ao volante e o desrespeito às regras de trânsito e sinalização
Por Redação
Fatores que reforçam a importância de uma mudança cultural no trânsito brasileiro (Foto: Shutterstock)
A despeito da recomendação e adoção de ações globais que buscam aumentar a segurança logística e consequentemente reduzir mortes e lesões no trânsito – como os objetivos estabelecidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) acerca do tema –, os números brasileiros ainda são alarmantes e têm registrado piora nos últimos anos. Conforme apontado em um artigo recente, por exemplo, o país está entre as nações mais perigosas para se dirigir.
De acordo com um levantamento realizado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), o número de mortes decorrentes de acidentes de trânsito nas rodovias federais brasileiras foi o maior dos últimos seis anos: 5.621, quantidade 3,34% superior à registrada em 2022. Em 2017, foram 6.248 óbitos.
Além disso, também se observou um aumento no total de acidentes no período: foi de 64.547 em 2022 para 67.658 no ano passado, o que representa uma alta de 4,82%. O número de feridos também aumentou, passando de 72.971 para 78.322.
Ainda conforme números do levantamento, aproximadamente 35% dos acidentes causados no país em 2023 se concentraram em três estados da federação. Minas Gerais ocupa o primeiro lugar dessa lista, com 8.899 registros de acidente apenas em estradas federais, seguido por Santa Catarina (7.791) e Paraná (7.085).
Dentro desse contexto, é fundamental (e ao mesmo tempo preocupante) observar um aumento de 14,6% no número de acidentes em estradas sob concessão. Os dados são da ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) que contabilizou mais de 76,6 mil, com números também superiores a 1,9 mil mortos e 39,7 mil feridos.
AS CAUSAS DO ACIDENTE
Em âmbito nacional (considerando rodovias públicas e privadas), de acordo com a CNT (Confederação Nacional do Transportes), as estatísticas de acidentes de trânsito são decorrências, principalmente, da imprudência ao volante e o desrespeito às regras de trânsito e sinalização. Nesse sentido, segundo números da associação, diariamente ocorrem 182 acidentes e 15 mortes nas rodovias.
Além desses fatores que reforçam a importância de uma mudança cultural no trânsito brasileiro, uma das principais questões que se relacionam a acidentes nas estradas diz respeito à qualidade das rodovias brasileiras.
Em 2023, a CNT realizou um levantamento – que analisou mais de 11 mil quilômetros da malha rodoviária brasileira – acerca da atual condição da infraestrutura de estradas no Brasil, a partir de critérios como sinalização, visibilidade, pavimento, acostamento, pontes, entre outros.
De acordo com análises da entidade, atualmente 67,5% da malha é considerada regular, ruim ou péssima, o que indica a urgência de ações de correção e manutenção – as quais demandariam um investimento de aproximadamente R$ 94 bilhões. Nesse sentido, seriam necessárias a reconstrução de 628 km de rodovias e a restauração de quase 40 mil km, de forma imediata.
Vale ressaltar que o modal rodoviário é responsável pela movimentação de mais de 60% das cargas no Brasil. Nesse cenário, houve, em 2023, um aumento de 32,7% nos custos de operação do transporte rodoviário de cargas, causado justamente pela má conservação das estradas – acréscimo que, por sua vez, é repassado ao consumidor final.
A IMPORTÂNCIA DE NOVOS INVESTIMENTOS E AÇÕES DE CONSCIENTIZAÇÃO
Em 2023, a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) contabilizou mais de 76,6 mil nas estradas sob concessão no Brasil.
Até 2026, a expectativa, de acordo com o ministro dos Transportes, Renan Filho, é que os investimentos em ferrovias e rodovias sejam entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões, com a previsão de que cerca de 60 projetos sejam iniciados em 2024 no segmento rodoviário. Além disso, espera-se a realização de 13 leilões de rodovias, com o potencial de atrair mais de R$ 120 bilhões em investimentos privados.
E, conforme apontado neste artigo, ações de conscientização sobre a segurança logística são de enorme importância, sobretudo no que diz respeito à difusão de informações, práticas e conteúdos educacionais voltados aos motoristas e demais players da cadeia logística brasileira.
A Mundo Logística, atenta a essa necessidade de transformação, lançou a campanha “Estradas do Futuro”, que conta com o patrocínio da nstech e Saint Gobain/Quartzolit, apoio da Onisys, da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) e da Associação Brasileira de Logística (ABRALOG), com o objetivo de fortalecer o ecossistema e trazer visibilidade para a pauta da segurança no transporte rodoviário.
A partir dessa iniciativa, objetiva-se impactar mais de 2 milhões de pessoas, capacitar mais de 100 mil motoristas e gerar conteúdos exclusivos com cases, práticas e experiências das empresas apoiadoras.
ESTRADAS DO FUTURO
Enfrentar o desafio dos acidentes em estradas e rodovias do Brasil não é uma questão simples e, ao mesmo tempo, trata-se de uma demanda que pede urgência. De acordo com dados da CNT (Confederação Nacional de Trânsito), só em 2022, mais de 64 mil acidentes foram registrados no país — desses, 82,1% deixou vítimas, incluindo mortos e feridos. Em termos gerais, o Brasil ocupa a preocupante posição de 3º país com o maior número de mortes no trânsito, conforme relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde).
A MundoLogística lançou a campanha “Estradas do Futuro”, uma iniciativa que conta com patrocínio da nstech e da Quartzolit, apoio da Onisys, da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) e da Associação Brasileira de Logística (Abralog). Por meio da campanha, o intuito é unir os diferentes atores da cadeia logística nacional, difundindo conteúdos educacionais que tragam tanto visibilidade para a pauta da segurança no transporte rodoviário, quanto práticas e divulgação de soluções que possam colaborar com a capacitação e proteção de motoristas.