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Rodovias federais apresentam o maior número de mortes em 6 anos

Publicado em 26/02/2024

Dados preocupam e colocam o Brasil na contramão dos objetivos globais de redução de acidentes; campanha da MundoLogística pretende impactar mais de 2 milhões de pessoas e capacitar mais de 100 mil motoristas 

Por Redação

Rodovias federais apresentam o maior número de mortes em 6 anos
O Brasil teve aumento em todos os índices relacionados ao contexto das ocorrências nas rodovias federais (Foto: Shutterstock)

Em 2021, a Organização Mundial de Saúde (OMS), órgão subordinado a ONU, lançou a campanha à "Década de Ação pela Segurança no Trânsito", com o objetivo de incentivar políticas em prol da redução, em no mínimo 50%, das mortes e acidentes nas estradas até o final de 2030. Em maior ou menor grau, diferentes países têm tido sucesso nessas iniciativas, mas o Brasil, em contrapartida, vive um cenário preocupante: segundo levantamento da Polícia Federal divulgado no último mês de janeiro, os acidentes fatais alcançaram o maior índice dos últimos seis anos.

Como veremos mais à frente, a PRF explica que entre as causas principais que motivaram a alta, temos o excesso de velocidade e a combinação perigosa (para a vida do motorista, pedestres e de outros condutores) entre álcool e direção.

Mas o que fazer para mudar esse cenário?

ANALISANDO OS DADOS DA PRF

Quando observamos os três principais indicadores da PRF (acidentes, feridos e mortes), o Brasil teve aumento em todos os índices relacionados ao contexto das ocorrências nas rodovias federais.

Segundo reportagem do R7 que compilou os dados da Polícia Rodoviária Federal, o número de acidentes em 2023 alcançou 67.658 (maior número desde 2018, quando o Brasil teve 69.332 ocorrências em suas estradas). É também grave notar que essa é a terceira alta seguida – desde 2020, ano em que o país teve uma redução 5,8%, os acidentes não param de subir.

Questões semelhantes podem ser observadas em relação ao número de feridos: de 2019 para 2020, houve uma queda importante de quase 10% no índice de pessoas feridas em acidentes. Desde então, o indicador segue em alta e 2023 apresentou o maior número de feridos dos últimos no período (78.322).

Mas o dado mais temerário é o de óbitos nas estradas federais: além de seguir em alta de 2019 para cá, 2023 foi o período com o maior número de mortes em rodovias dos últimos seis anos (5.621 óbitos ); em 2017, as mortes no trânsito das rodovias alcançaram mais de 6,2 mil.

PRINCIPAIS CAUSAS DOS ACIDENTES E DAS MORTES 

Também em entrevista para o Portal R7, a PRF apontou que, na maior parte das ocorrências, os acidentes com feridos e mortos são motivados por três fatores principais, incluindo:

  • Excesso de velocidade;
  • Ultrapassagens irregulares;
  • Falta de atenção dos condutores.

Analisando os dados do próprio Anuário Estatístico da Polícia Federal e o Observatório de Dados da PRF, de fato, essas estão entre as principais causas de acidentes nas estradas, em conjunto com outros fatores como reação tardia ou ausência de reação do condutor; consumo de álcool e acessos as vias sem observar outros veículos.

Em complemento, a PRF explica que a falta de cinto de segurança ou capacete só agrava o risco de mortes nas rodovias federais; ao passo que também é importante compreendermos que, dentre os impactos da falta de infraestrutura de nossa malha viária, está também o aumento potencial de acidentes.

“O número de acidentes em 2023 alcançou 67.658 (maior número desde 2018, quando o Brasil teve 69.332 ocorrências em suas estradas) e terceira alta seguida no indicador de acidentes da PRF."

POR UMA CULTURA DE SEGURANÇA NAS ESTRADAS

Mudar o comportamento e a cultura do trânsito brasileiro não é fácil e não é algo que se constrói do dia para a noite. Cabe ao poder público, nesse sentido, reforçar ações de conscientização, educação e de responsabilidade no trânsito que, a bem da verdade, já vem numa crescente em autarquias como a própria PRF. Em 2022, por exemplo, mais de 1,9 milhão de ações educativas foram realizadas por órgãos vinculados à PRF.

Em complemento, os investimentos na melhoria de nossa malha viária é um passo preponderante para diminuir os riscos de acidentes nas estradas e rodovias brasileiras. No entanto, um estudo da Abdid (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base) indicou que o Brasil precisaria investir o equivalente a R$ 423 bilhões em infraestrutura para atender as necessidades do país; no entanto, em 2022, só R$ 163 bilhões foram investidos (considerando-se os gastos da iniciativa privada e do Estado).

Finalmente, uma participação mais ativa dos operadores logísticos – por meio de treinamentos e, inclusive, de organização colaborativa dos players para a promoção da segurança no trânsito – pode ter um papel decisivo, sobretudo no âmbito da redução de acidentes nas rodovias federais por onde, na maior parte do tempo, circula o transporte de cargas.

Para contribuir nesse sentido, A MundoLogística lançou a Campanha "Estradas do Futuro", uma iniciativa que conta com patrocínio da nstech e da Saint Gobain/Quartzolit, apoio da onisys, da Associação Brasileira de Operadores Logísticos e da Associação Brasileira de Logística.

Por meio da iniciativa, pretende-se impactar mais de 2 milhões de pessoas, capacitar mais de 100 mil motoristas e gerar mais de 50 conteúdos exclusivos com cases e experiências das empresas apoiadoras.

ESTRADAS DO FUTURO

Enfrentar o desafio dos acidentes em estradas e rodovias do Brasil não é uma questão simples e, ao mesmo tempo, trata-se de uma demanda que pede urgência. De acordo com dados da CNT (Confederação Nacional de Trânsito), só em 2022, mais de 64 mil acidentes foram registrados no país — desses, 82,1% deixou vítimas, incluindo mortos e feridos. Em termos gerais, o Brasil ocupa a preocupante posição de 3º país com o maior número de mortes no trânsito, conforme relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde). 

MundoLogística lançou a campanha “Estradas do Futuro”, uma iniciativa que conta com patrocínio da nstech e da Quartzolit, apoio da Onisys, da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) e da Associação Brasileira de Logística (Abralog). Por meio da campanha, o intuito é unir os diferentes atores da cadeia logística nacional, difundindo conteúdos educacionais que tragam tanto visibilidade para a pauta da segurança no transporte rodoviário, quanto práticas e divulgação de soluções que possam colaborar com a capacitação e proteção de motoristas.

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