O que explica o baixo índice de acidentes fatais na Europa?

Publicado em 02/02/2024

Neste artigo, analisamos os principais fatores que influenciam de modo positivo a segurança das estradas da União Europeia

Por Redação


Entre 2010 e 2020, a União Europeia conseguiu diminuir em 36% seu número de acidentes fatais (Foto: Shutterstock)

A União Europeia estipulou uma meta ambiciosa envolvendo que impacta de modo direto na proteção de seus motoristas, operadores logísticos, pedestres e todos os agentes que compõem o trânsito dos países europeus: até 2050, o bloco deseja zerar o número de acidentes na malha viária da Europa, dentro de um contexto que já é reconhecido pelos altos índices de segurança.

Para termos uma perspectiva mais detalhada deste cenário, merece destaque o fato de que 6 dos 7 países mais seguros para se dirigir no mundo estão na Europa: Noruega, Suécia, Islândia, Reino Unido, Dinamarca e Suíça. Os dados são do "Road Safety Annual Report" de 2023 do Fórum Internacional de Transportes da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento), que analisa diferentes indicadores sobre segurança no trânsito, incluindo o número de acidentes fatais ou com vítimas que sobreviveram aos acidentes.

Além disso, outros números reforçam o ambiente seguro que justifica o baixo índice de acidentes gerais nas estradas da Europa:

Mas que ações são essas? Que medidas a União Europeia tem tomado para tornar as estradas da Europa tão seguras, com foco na meta de acidentes fatais reduzidos a 0 até 2050?

"Entre 2010 e 2020, a União Europeia conseguiu diminuir em 36% seu número de acidentes fatais."

Separamos 5 pontos centrais:

  • Novos limites de velocidade

Uma das propostas que tem gerado mais debates na Europa diz respeito à imposição de limites de velocidade, sobretudo voltado para áreas residenciais ou com presença mais intensa de ciclistas.

Em 2021, por exemplo, um relatório previamente aprovado pelo Parlamento Europeu (PE) propôs limites 30 km/h nesses trechos – no entanto, os pontos ainda precisam ser adotados formalmente pelos países do bloco.

O debate chegou também a Alemanha, a partir de órgãos como a Agência Federal do Meio Ambiente da Alemanha, os quais argumentam que, além de contribuir para o clima e meio ambiente, os limites de velocidade reduzem a poluição sonora e aumentam a segurança nas rodovias do país

  • Obrigatoriedade de dispositivos de segurança

A tecnologia tem sido um importante pilar das políticas para a redução dos acidentes de trânsito na Europa.

Já em 2019, o parlamento europeu regulamentou a obrigatoriedade para que todos os veículos automotores produzidos a partir de maio de 2022, tivessem em sua estrutura dispositivos de segurança avançada, como assistentes de velocidade inteligentes (que indicam quando o condutor está ultrapassando a velocidade permitida em um trecho); alertas de distração e sonolência e dispositivos de coleta de dados para o controle de acidentes e problemas nos automóveis.

  • Regras para veículos automatizados

Ainda em relação ao avanço tecnológico, atento ao crescimento do mercado de veículos autônomos, a União Europeia está desenvolvendo políticas em comum entre os países pertencentes ao bloco para garantir a segurança nas estradas da região.

Além disso, avançam os debates acerca de fatores como a gestão responsável dos dados de usuários por parte das empresas, respeito à liberdade humana, além de acompanhamento e adaptação dos veículos automatizados às regras de trânsito da Europa.

  • Novas regras para a gestão da segurança nas estradas e setor de seguros

As mudanças em prol do cumprimento de metas de segurança nas estradas da Europa alcançam também o setor securitário: em 2021, uma série de novas regras foram aprovadas para garantir, dentre outros pontos:

  • Que aqueles que sofrem acidentes sejam indenizados independentemente de estarem em seu país de origem ou qualquer outra localidade da União Europeia;
  • Que uma indenização seja paga mesmo em caso de falência da seguradora;
  • Que a comparação de preços seja gratuita, facilitada e realizada por ferramentas independentes de tecnologia.

Finalmente, o Parlamento Europeu adotou uma série de regras relacionadas à regulação dos transportes e segurança nas estradas que incluem desde a tolerância zero ao uso de álcool e incentivos fiscais para veículos mais seguros.

INSPIRAÇÃO PARA O BRASIL

Como é possível perceber, as medidas da União Europeia que – via de regra, tem sido bem-sucedidas na redução de acidentes na região – são compostas por um conjunto multidisciplinar de ações (da tecnologia aos incentivos tributários) e vem sendo lideradas, em ampla medida, pelo próprio parlamento europeu.

Esse ponto reforça a necessidade de uma atuação mais objetiva do poder público brasileiro no sentido de construirmos uma cultura de segurança nas estradas do país.

Em que se pesem as diferenças econômicas, históricas e geográficas da Europa e do Brasil, algumas das estratégias listadas neste artigo podem ser um norte útil para que o trânsito brasileiro deixe de constar nas listas dos mais perigosos do mundo.

Sua empresa pode apoiar essa mudança: conheça a Campanha Estradas do Futuro, uma iniciativa Mundo Logística que conta com patrocínio da nstech e Saint Gobain, apoio da Onisys, da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) e da Associação Brasileira de Logística (ABRALOG).

ESTRADAS DO FUTURO

Enfrentar o desafio dos acidentes em estradas e rodovias do Brasil não é uma questão simples e, ao mesmo tempo, trata-se de uma demanda que pede urgência. De acordo com dados da CNT (Confederação Nacional de Trânsito), só em 2022, mais de 64 mil acidentes foram registrados no país — desses, 82,1% deixou vítimas, incluindo mortos e feridos. Em termos gerais, o Brasil ocupa a preocupante posição de 3º país com o maior número de mortes no trânsito, conforme relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde). 

MundoLogística lançou a campanha “Estradas do Futuro”, uma iniciativa que conta com patrocínio da nstech e da Quartzolit, apoio da Onisys, da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) e da Associação Brasileira de Logística (Abralog). Por meio da campanha, o intuito é unir os diferentes atores da cadeia logística nacional, difundindo conteúdos educacionais que tragam tanto visibilidade para a pauta da segurança no transporte rodoviário, quanto práticas e divulgação de soluções que possam colaborar com a capacitação e proteção de motoristas.

 

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